Abstract:
This study assessed the associations between
female interviewers’ self-classified “color/race” and participants’ self- and interviewer-classified “color/race”. A cross-sectional study was carried out among adult individuals living in Pelotas, southern Brazil. Associations were examined by means of contingency tables and multinomial regression models, adjusting for interviewees’ socioeconomic and demographic
factors. Individuals aged ≥ 40 years were
2.1 times more likely to classify themselves
as brown (versus white) when interviewed by
black (as compared to white) interviewers.
Participants in the same age group were 2.5
times less likely to classify themselves as black (versus white), when interviewed by black interviewers. These differences were even greater among men 40 years or older. Compared to white interviewers, black female interviewers were 2.5 times less likely to classify men aged ≥ 40 years as black. These results highlight the complexity of racial classification, indicating the influence of the interviewer’s physical characteristics
on the interviewee’s “color/race”.
Avaliou-se a relação entre “cor/raça” de entrevistadoras, auto e heteroclassificação de “cor/raça” dos entrevistados. Foi realizado um estudo com indivíduos
adultos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. As associações foram verificadas com tabelas de contingência e modelos multinomiais, ajustando-se para variáveis
sócio-econômicas e demográficas dos entrevistados. Indivíduos com ≥ 40 anos tiveram uma chance 2,1 vezes maior de se classificarem como pardos do que como brancos, quando abordados por entrevistadoras
pretas, em relação às brancas. Entrevistados dessa mesma faixa etária apresentaram 2,5 vezes menos chances de se classificarem como pretos do que como brancos, ao serem abordados por entrevistadoras pretas. Essas diferenças foram mais expressivas entre
homens de ≥ 40 anos. Entrevistadoras pretas tiveram chance 2,5 vezes menor de classificar homens de ≥ 40 anos como pretos do que como brancos, em comparação
com as brancas. Os resultados indicam o caráter complexo da classificação racial, sugerindo a influência de características pessoais das entrevistadoras sobre a “cor/raça” dos entrevistados.