Abstract:
O SUS necessita do envolvimento dos usuários nas ações de controle social com vistas a minimizar as fragilidades do sistema. Trabalhadores e gestores partilham da
responsabilidade de fortalecer esses sujeitos para o exercício de seus direitos em
saúde. Assim, este estudo teve como objetivo construir um espaço de ação-reflexãoação
com os usuários da rede básica, que permitisse refletir sua condição de
autonomia e participação no controle social. Desenvolveu-se um estudo de caráter
qualitativo, apoiada nos preceitos metodológicos de Paulo Freire, fundamentados na percepção crítica da realidade. Os sujeitos envolvidos foram usuários atendidos por uma Estratégia de Saúde da Família do Bairro Subuski na Cidade de Santo Ângelo,
interior do Estado do Rio Grande do Sul. Os participantes foram sete usuários do SUS com idades variando entre 17 e 72 anos. O Círculo de Cultura foi desenvolvido entre os meses de fevereiro a abril de 2010. Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa na Área da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande-(CEPAS – FURG), sob o parecer n° 129/2009, permitindo contemplar todos os preceitos éticos que regem a pesquisa com seres humanos. A análise e a interrelação
dos dados ocorreu a partir das falas emergidas durante os encontros registrados em áudio e transcritos, emergindo duas categorias: Direitos do usuário: existência ou negação e Participação dos usuários no controle social: possibilidades e impossibilidades. Os usuários expressaram angústias relacionadas ao desrespeito
aos seus direitos, afirmando que a falta de informação e de comprometimento ético
por parte de trabalhadores de saúde e da gestão local os torna vulneráveis. Em
relação a sua participação no controle social, evidenciaram possibilidades e
impossibilidades relacionadas à sua falta de credibilidade no sistema político e na gestão local, contribuindo para a fragilidade dos usuários e para a falta de acesso efetivo a seus direitos e à participação democrática. Foi possível evidenciar a necessidade de investir na aplicação de estratégias envolvendo a contribuição de gestores e trabalhadores da saúde na valorização da autonomia dos usuários. Assim, perceber estes sujeitos como co-participes para a melhoria da qualidade do setor, bem como fomentar o exercício da cidadania e da justiça social precisam ser impulsionados de forma a integrar ambientes de atuação e formação profissional, competindo à profissão de enfermagem assumir sua responsabilidade na promoção da saúde e no protagonismo social.
SUS needs the commitment of its users in the actions of social control with the aim to
minimize the fragilities of the system. Workers and management share the responsibility of strengthening these individuals to exercise their health rights. The present study aimed to build a space of action-thought-action with the users of public health, which allowed them to reflect their status of autonomy and participation in
social control. A study of qualitative feature was developed supported in the
methodological concepts of Paulo Freire, reasoned in the critic perception of reality.
The individuals involved were users served by a ESF in the Subuski neighbourhood, city of Santo Angelo, in the countryside of the state of Rio Grande do Sul. There were seven participants of the SUS aged between 17 and 72 years. The Culture Circle was developed between the months of February and April 2010, shortly after the approval of research by the Committee of Ethics Research in Heathcare under the no. 129/2009, allowing the contemplation of all ethical principles governing research with humans. Analysis and interrelationships of the data was based on the contents and meanings emerged during the meetings, which were recorded in audio and
transcribed, enabling their understanding and grouping according to their affinities.
From these analyses, two categories emerged: user’s rights, existence or denial; and
the user’s participation in social control: possibilities and impossibilities. In relation to the perception of their rights, the users expressed fears related to the failure committed by health workers, claiming that the lack of information and ethical commitment of the workers and management makes them vulnerable. Regarding
their participation in the social control, their perception that highlight the possibilities and impossibilities are related to the lack of credibility in the political system and in local management, which enables the fragility of these individuals with no guarantee concerning the effective access to their rights and to the democratic participation. The study shows the need to invest in the application of strategies involving the contribution of managers and healthcare workers in the recovery of users’ autonomy. Considering these individuals as co-participants in order to improve the quality of the sector as well as foster the exercise of citizenship and social justice needs to be improved so as to integrate environments of work and vocational training, giving the nursing profession the chance to take responsibility in the promotion of health and social role.
EL SUS necesita del envolvimiento de los usuarios en las acciones de control social
con vistas a minimizar las fragilidades del sistema. Trabajadores y administradores
dividen de la responsabilidad de fortalecer estos sujetos para el ejercicio de sus
derechos en salud. Este estudio tuvo como objetivo construir un espacio de acciónreflexión-acción con los usuarios de la red básica, que permitiese reflejar su
condición de autonomía y participación en el control social. Se desarrolló un estudio
de carácter cualitativo, apoyada en los preceptos metodológicos de Paulo Freire,
fundamentados en la percepción crítica de la realidad. Los sujetos envueltos fueron
usuarios atendidos por una ESF del Barrio Subuski en la Ciudad de Santo Ângelo,
interior del Estado de Rio Grande do Sul. Los participantes fueron siete usuarios del
SUS con edades variando entre 17 y 72 años. El Círculo de Cultura fue desarrollado
entre los meses de febrero a abril de 2010, justo después de la aprobación de la
investigación por el Comité de ética en Investigación en el Área de la Salud bajo el
parecer n° 129/2009, permitiendo contemplar todos los preceptos éticos que rigen la
investigación con seres humanos. El análisis y las interrelaciones de los dados se
dieron a partir del contenido y sus significados emergidos durante los encuentros
registrados en audio y transcritos, viabilizando su entendimiento y agrupación
conforme sus afinidades. De estos análisis emergieron dos categorías: derechos del
usuario: existencia o negación y participación de los usuarios en el control social: posibilidades e imposibilidades. Acerca de la percepción de sus derechos, los
usuarios expresaban angustias relacionadas a la falta de respeto de estos por parte
de los trabajadores de la salud, afirmando que la falta de información y de compromiso ético por parte de trabajadores y de la gestión local los vuelve vulnerables. En relación a su participación en el control social, sus percepciones que evidencian posibilidades e imposibilidades se relacionan a la falta de credibilidad en el sistema político y en la gestión local, viabilizando la fragilidad de estos sujetos, sin garantizarles acceso efectivo a sus derechos y la participación democrática. Fue posible evidenciar la necesidad de invertir en la aplicación de estrategias envolviendo la contribución de administradores y trabajadores de la salud en la valorización de la autonomía de los usuarios. Percibir estos sujetos como coparticipes para la mejoría de la calidad del sector, bien como fomentar el ejercicio de la ciudadanía y de la justicia social necesita ser impulsado de forma a integrar ambientes de actuación y formación profesional, compitiendo a la profesión de enfermería asumir su responsabilidad en la promoción de la salud y en el protagonismo social.