Avaliação da frequência de realização do exame físico das mamas, da colpocitologia cervical e da ultrassonografia obstétrica durante a assistência pré-natal: uma inversão de valores

Gonçalves, Carla Vitola; Costa, Juvenal Soares Dias da; Duarte, Geraldo; Marcolin, Alessandra Cristina; Lima, Luis Cláudio de Velleca e; Garlet, Geane; Bianchi, Mônica Steigleder; Sakai, Alan Felipe

Abstract:

 
Introdução. Embora o exame de ultrassonografia seja um procedimento frequente na gravidez, o seu uso rotineiro não demonstrou efetividade sobre a redução da morbi-mortalidade materna ou perinatal. Objetivos. Avaliar a cobertura do exame das mamas e da citologia oncótica cervical entre os exames de pré-natal, comparando-se com o número de ultrassonografias obstétricas realizadas. Métodos. Constituiu-se de uma avaliação transversal, realizada na cidade de Rio Grande (RS), entre maio e julho de 2007. Os dados obtidos por meio de um questionário estruturado foram digitados no programa Epi-Info 6.04 e analisados no software SPSS. Resultados. Entre as 230 puérperas entrevistadas, 99,1% realizaram ultrassonografia durante a gravidez, enquanto 37,5% e 33,6% realizaram exame clínico das mamas ou colpocitologia cervical, respectivamente. Houve significância estatística (p-valor < 0,001) entre o local do pré-natal e o número de exames ecográficos realizados na gravidez. As pacientes que realizaram consultas por convênios ou particular foram mais submetidas a ecografias. Também observou-se que o maior número de ecografias obstétricas aumentou a probabilidade da gestante ter sido submetida ao exame clínico das mamas. Por sua vez, a realização da colpocitologia não foi influenciada pelo número de ultrassonografias. Conclusão. A realização da ecografia obstétrica foi priorizada e realizada como exame rotineiro, ao passo que o exame clínico das mamas e o exame colpocitológico cervical não o foram, apesar de serem orientados como obrigatórios durante o pré-natal. Este fato demanda novos estudos e avaliações dos programas de saúde e o impacto desta inversão nos índices de saúde populacional.
 
Although ultrasound examination is a frequent procedure during pregnancy, routine use has not been effective to reduce maternal or perinatal morbidity-mortality. Objective. Assess frequency of breast examination and of oncotic cervical cytology among prenatal exams and compare it to frequency of obstetrical ultrasound. MethOds. This was a cross-sectional evaluation conducted in the city of Rio Grande, RS, Brazil between May and July 2007. Data obtained with a structured questionnaire were entered into the Epi-Info 6.04 program and analyzed using the SPSS software. Results. Among the 230 puerperae interviewed, 99.1% had undergone an ultrasound during pregnancy, while 37.5% and 33.6% had been submitted to clinical examination of the breasts and cervical cytology, respectively. It was noted that a larger number of obstetrical echographies increased the probability that a patient would be submitted to clinical examination of the breasts. On the other hand, the number of cytopathological evaluations of the uterine cervix was not influenced by the number of ultrasound examinations. cOnclusiOn. Obstetrical echography was given priority and performed as a routine exam, whereas clinical examination of the breasts and cervical cytopathological examination were not, although considered obligatory during the prenatal period. These data confirm the tendency documented in literature indicating an inversion of priorities, favoring ultrasonography over breast examination and cervical pathological exams. For this reason, further studies and evaluations of health programs, also of the real impact of this inversion on the population health indices are recommended.
 

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