Avaliação longitudinal da infecção por Parvovírus B19 entre grávidas em Ribeirão Preto, SP, Brasil

Gonçalves, Carla Vitola; Duarte, Geraldo; Marcolin, Alessandra Cristina; Quintana, Silvana Maria; Covas, Dimas Tadeu; Costa, Juvenal Soares Dias da

Abstract:

 
Objetivos: avaliar a taxa de soroprevalência contra o parvovírus B19 (PB19) entre grávidas e a taxa de soroconversão dessa infecção durante a gravidez. Métodos: estudo prospectivo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Na primeira fase do estudo foram avaliadas 245 grávidas com idade gestacional menor que 16 semanas, para aferição da soroprevalência da infecção PB19, utilizando o método ELISA. De acordo com os resultados sorológicos, classificou-se a infecção pelo PB19 em aguda (IgM positivo e IgG negativo ou positivo) ou remota (IgM negativo e IgG positivo). Na segunda fase do estudo, 73 grávidas soronegativas foram novamente testadas durante a internação para o parto (IgM e IgG), objetivando aferir a taxa de soroconversão durante a gravidez. Resultados: a prevalência da infecção PB19 até a 16a semana de gravidez foi de 62,9% (IC 95%: 56,8 68,9), divididas em infecção aguda (8,1%) e remota (54,8%). Das 73 grávidas soronegativas que submeteram-se a novo teste no momento do parto, sete (9,6%) apresentaram soroconversão durante a gravidez (IC 95%: 2,8 16,3), sendo duas com infecção aguda (2,7%) e cinco com infecção remota (6,9%). A prevalência final da infecção por PB19 durante a gravidez foi de 72,5%. Conclusões: considerando que apenas a infecção aguda pelo PB19 está associada a risco de transmissão vertical, a soroprevalência relativamente alta desta infecção entre grávidas estaria protegendo os fetos contra esta forma de disseminação do vírus. Apesar da elevada taxa de soroconversão para PB19 durante a gravidez, não foi observado nenhum caso de infecção sintomática entre os recém-nascidos.
 
Purpose: to evaluate the rate of seropositivity for parvovirus B19 (PB19) among pregnant women and the rate of seroconversion against this infection during pregnancy. Methods: prospective study carried out in the Hospital of the Medical School of Ribeirão Preto, University of São Paulo. In the first stage of the present study, we evaluated 245 pregnant women with gestational age less than 16 weeks to determine the seroprevalence of PB19 infection by ELISA. According to the serological results we determined if the PB19 infection was an acute infection(IgM positive and IgG negative or positive), or a former infection (IgM negative and IgG positive). In the second stage of this study, 73 previously seronegative pregnant women were tested again when they came to the hospital for delivery (IgM and IgG), to detect the seroconversion rate during pregnancy. Results: the seroprevalence of the PB19 infection until 16 weeks of gestation was 62.9% (95% IC: 56.8 68.9), divided into acute infection (8.1%), or former infection (54.8%). Of the 73 patients, seronegative in the first stage of this investigation, seven (9.6%) showed seroconversion during pregnancy (95% IC: 2.8 16.3), two (2.7%) showed acute serological infection and five (6.9%) presented markers of past infection. The final seroprevalence of PB19 infection during pregnancy was 72.5%. Conclusions: considering that only the acute PB19 infection is associated with risk for vertical transmission, the high seroprevalence of this infection observed in this study would be protecting these fetuses against this form of infection. Despite the relatively high rate of seroconversion against PB19 infection during the pregnancy period, we did not observe any symptomatic neonate in this group.
 

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