Bairro Getúlio Vargas e a grande faxina dos anos 70: remoção de moradias e consequências socioambientais na expansão portuária (Rio Grande-RS)

Cipriano, Diego Mendes; Machado, Carlos Roberto da Silva

Abstract:

 
Neste artigo, analisamos a problemática das remoções de moradias do Bairro Getúlio Vargas entre os anos de 1971 e 1973, motivadas pela expansão das atividades portuárias na cidade do Rio Grande, tendo em vista compreender como os diferentes atores se pronunciaram sobre estes acontecimentos. Buscamos apreender as conseqüências imediatas deste processo aos moradores deslocados para novos ou recém-criados bairros da cidade. Evidenciamos que a remoção das moradias do BGV no início da década de 1970 consistiu um processo marcado por contradições que configurou um cenário de segregação espacial, desenraizamento cultural e precarização das condições socioambientais daqueles moradores. Assim, apontamos para uma mudança na forma com que os educadores e gestores ambientais poderão conceber e praticar futuros eventuais processos de remoção de casas em áreas portuárias, de modo a considerar os moradores como portadores do direito ao desfrute de seus territórios. Isto porque, à luz de uma Educação Ambiental crítica e transformadora, conceber e praticar a vida em seus diversos contextos socioambientais é o mesmo que garantir e respeitar o direito das populações desenvolverem livremente suas potencialidades numa perspectiva de participação e cidadania plena que contribua à emergência gradativa de um novo modelo civilizatório.
 
In this article, we analyze the problem of removal of dwellings Neighborhood Getúlio Vargas between the years 1971 and 1973, driven by the expansion of port activities in the city of Rio Grande, in order to understand how different actors have spoken about these events. We seek to apprehend the immediate consequences of this process for displaced residents to new or newly created districts of the city. We show that removal of the BGV houses in the early 1970s consisted of a process marked by contradictions that set up a scenario of spatial segregation, cultural uprooting and precarious socio-environmental conditions of those residents. Thus, we point to a change in the way educators and environmental managers can devise and practice possible future removal processes homes in port areas, in order to consider the residents as having the right to enjoy their territories. This is because, in the light of a critical environmental education and manufacturing, design and practice life in its various social and environmental contexts is the same as respect and ensure the right of peoples freely develop their potential in a perspective of participation and full citizenship that contributes to the gradual emergence a new model of civilization.
 

Show full item record

 

Files in this item

This item appears in the following Collection(s)

:

  • IE - Artigos publicados em periódicos