O direito socio-ambiental ao bem viver no contexto do constitucionalismo latino-americano: caminhos para o redimensionamento da ideia de dignidade e para a proteção da vida em geral

Rodrigues, Saulo Tarso; Rodrigues, Eveline de Magalhães Werner

Abstract:

 
No contexto do constitucionalismo latino-americano, notadamente em seu terceiro ciclo, o bem viver é uma referência importante para promover uma leitura de indivisão e de equilíbrio, de modo que a proteção da natureza e do ser humano sejam vistas sob uma ótica de integração. Este artigo tem por objetivo propor que a referência “dignidade” possa ser redimensionada, agregando a contribuição do ideal de bem viver. Fazendo uso de pesquisa bibliográfica, discutiu-se que, admitindo uma abertura material da Constituição brasileira, é possível viabilizar essa interação com experiências jurídicas externas, tais como Equador e Bolívia. Assim, se a ideia de sustentabilidade só pode propor o alargamento da comunidade moral até certos limites, o bem viver representa esse ponto de ruptura, capaz de contribuir para uma ideia de dignidade da vida que vá além da dignidade da pessoa humana; para a proteção de projetos dignos de vida, culturalmente diversos, tais como o dos povos indígenas; e para a proteção da vida em todas as suas formas.
 
En el contexto del constitucionalismo latinoamericano, especialmente en su tercer ciclo, el buen vivir es una referencia importante para la promoción de una lectura de indivisión y equilibrio, por lo que la protección de la naturaleza y los seres humanos son vistos bajo una óptica de integración. Este artículo tiene como objetivo proponer que la referencia a la "dignidad " puede ser redimensionada, añadiendo la contribución del ideal de buen vivir. Haciendo uso de la literatura, se argumentó que, suponiendo una abertura material de la Constitución brasileña, es posible facilitar esta interacción con experiencias jurídicas externas, como Ecuador y Bolivia. Por lo tanto, si la idea de sostenibilidad sólo puede proponer la ampliación de la comunidad moral a ciertos límites, el buen vivir es el punto de ruptura, y puede contribuir a un sentido de dignidad de la vida que va más allá de la dignidad de la persona humana; a la protección de proyectos dignos de la vida, culturalmente diversos, tales como de los pueblos indígenas; y a la protección de la vida en todas sus formas.
 

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