Abstract:
Acompanhar a evolução da prática do aleitamento materno na clientela de maternidade
e avaliar as ações para sua promoção.
Métodos
Foram comparadas duas coortes de crianças nascidas em épocas diferentes em hospital
de Porto Alegre, RS, quanto às prevalências do aleitamento materno nos primeiros
seis meses de vida das crianças bem como as taxas de interrupção precoce da
amamentação. Os dois estudos foram prospectivos, envolvendo 202 crianças na
coorte de 1987 e 187 na de 1994, todas saudáveis, com peso de nascimento igual ou
superior a 2.500 g, tendo iniciado o aleitamento materno e cujos pais morassem
juntos. O acompanhamento foi realizado através de correspondência, no estudo de
1987, e de visitas domiciliares, no estudo de 1994.
Resultados
As curvas de sobrevida do aleitamento materno revelaram que o percentual de crianças
amamentadas ao longo dos primeiros seis meses foi semelhante nas duas coortes.
A prevalência do aleitamento materno exclusivo, apesar de baixa nos dois grupos, foi
superior na população de 1994, especialmente entre as crianças cujas mães tinham
maior escolaridade. Não houve diferença no índice de interrupção precoce entre as
duas coortes (36% na coorte de 1987 e 39% na de 1994).
Conclusões
Os resultados apontam para uma apatia do serviço com relação à promoção do
aleitamento materno no período estudado, justificando plenamente o investimento
na promoção da amamentação, especialmente nas famílias menos privilegiadas.
To follow the evolution of the breastfeeding practice among women in a childbirth
clinic and evaluate the actions for its promotion.Methods
Two cohorts of children born in an school hospital of Porto Alegre, Brazil, in different
periods of time were compared regarding the prevalence of breastfeeding during the
first six months of life, and the percentage of early cessation of breastfeeding. Both
were prospective studies, including 202 children in the cohort of 1987, and 187
children in the cohort of 1994. All participants were healthy children, with birth
weight of 2500g or more, were being breastfed and their parents were living in the
same house. The 1987 study children were followed up through mail, and the 1994
study ones by home visits.
Results
Survival analysis showed similar frequencies of breastfeeding in the two cohorts. The
prevalence of exclusive breastfeeding, although for a short period in both groups,
was higher in the population studied in 1994, especially among children whose
mothers were better educated. There was no rate difference of early cessation of
breastfeeding between the two cohorts (36% for the 1987 cohort and 39% for the
1994 cohort).
Conclusions
The results revealed a certain degree of apathy in regard of the promotion of
breastfeeding during the studied period, giving support to actions to promote
breastfeeding, especially among poor families.