Efeito da dieta no desenvolvimento larval do peixe-rei odontesthes argentinensis (valenciennes, 1835): aspectos histológicos, bioquímicos e fisiológicos

Kutter, Mateus Tavares

Abstract:

 
Este estudo avaliou os efeitos do alimento vivo ou inerte na sobrevivência, crescimento, biomassa, organogênese (trato digestório), atividade da tripsina e conteúdo protéico corporal em larvas do peixe-rei Odontesthes argentinensis entre 2 e 32 dias após a eclosão (dae). As larvas foram submetidas à 5 regimes alimentares: náuplios de Artemia (NA) por 30 dias; NA por 15 dias e alimento artificial (AA) por 15 dias; NA por 10 dias e AA por 20 dias; NA por 5 dias e AA por 25 dias. Após 32 dae, a sobrevivência, o crescimento e a biomassa foram dependentes do regime alimentar, diminuindo com o aumento da duração do tratamento das larvas com alimento artificial. Ao longo do desenvolvimento ontogenético, larvas que se alimentaram exclusivamente de NA mostraram uma tendência em acumular inclusões protéicas nos enterócitos, enquanto uma maior ocorrência de inclusões lipídicas foram observadas naquelas alimentadas com AA. A atividade corporal da tripsina foi menor nas larvas alimentadas exclusivamente com NA do que naquelas alimentadas exclusivamente com AA. Uma resposta contrária foi observada para a concentração corporal de proteínas. Os dados obtidos indicam que as larvas de peixe-rei são capazes de ingerir dieta inerte como primeiro alimento e que taxas de sobrevivência e crescimento relativamente altas podem ser obtidas com uma dieta mista de NA e AA. Entretanto, uma biomassa 9 vezes maior foi obtida quando as larvas foram alimentadas exclusivamente com NA do que com AA. Tal diferença parece resultar de uma melhor eficiência do trato digestório em digerir e acumular proteínas nas larvas alimentadas exclusivamente com NA, refletindo em uma maior acumulação corporal de proteínas e um maior crescimento nestas larvas
 
This study evaluated the effect of inert and live food on survival, growth, biomass, organogenesis (digestive tract), whole body trypsin activity and protein content in larvae of the silverside Odontesthes argentinensis from 2 to 32 days post hatching (dph). Silverside larvae were subjected to five different feeding regimes: Artemia nauplii (AN) for 30 days; AN for 15 days and artificial dry food (AF) for 15 days; AN for 10 days and AF for 20 days; AN for 5 days and AF for 25 days; and AF for 30 days. Survival, growth and biomass at 32 dph were dependent on the feeding regime, decreasing with the increased duration of larvae treatment with AF. Over the ontogenetic development, larvae fed exclusively on AN showed a tendency to accumulate protein inclusions in enterocytes, while a higher occurrence of lipid inclusions was observed in those fed on AF. Whole body trypsin activity was significantly lower in larvae fed exclusively on AN than in those fed exclusively on AF. An opposed situation was observed for the whole body protein concentration. Taken together, these findings indicate that silverside larvae is capable to eat inert diet as first feeding and that relatively high survival and growth rates can be obtained with a mixed diet of AN and AF. However, a 9-fold higher biomass was obtained when larvae were fed exclusively on AN than AF. Such difference seems to be a result of a better efficiency of the digestive tract to digest and accumulate proteins, reflecting in a markedly higher whole body accumulation of proteins and growth in AN-fed larvae.
 

Show full item record

 

Files in this item