Justiça social na interação com a diversidade biológica e cultural

Cunha, Alex Sandro da Rosa

Abstract:

 
A evolução humana é uma coevolução com outros seres que habitam este planeta e formam a teia da biodiversidade. A coevolução moldou o humano genética e culturalmente. Isto coloca o ser humano em um ciclo de dependência ecológica do meio ecossistêmico mantido pela biodiversidade. Mas nos últimos 300 anos houve uma transformação que permitiu um salto tecnológico, permitindo grandes feitos e conduzindo a grandes riscos. A perda da biodiversidade é o resultado de um processo de transformação dos meios naturais em paisagens artificiais, reprodutoras de monocultura biológica e social. A era do artifício rompe com a segurança dos equilíbrios ecossistêmicos nos quais a vida estava assentada em seus mecanismos de resiliência, gerando mais uma dimensão da sociedade de risco. Neste contexto, as iniciativas de preservação da diversidade (biológica e cultural) são formas de reduzir estes riscos. Este trabalho aponta algumas conexões de interdependência ecológica entre diversidade cultural e biodiversidade. Sustentando a inseparabilidade destes objetos bem como dos processos que conduzem a sua erosão. Utilizando conhecimentos de áreas transversais como a etnoecologia, foi possível uma resignificação de conceitos como desenvolvimento, despindo-o da concepção que o associa a processos de hegemonização cultural. Esta abordagem advoca a promoção de justiça social nas políticas de conservação ambiental, bem como, expõe a degradação ambiental acarretada pela perda de diversidade cultural. Ao considerar a nova forma de uso da biodiversidade, promovida pela chamada era da biotecnologia, o trabalho conclui por uma propositiva de preservação socioambiental sustentada nos recursos informacionais oriundos da biodiversidade em um sistema de autoconservação.
 
Human evolution has been a coevolution with other beings that inhabit this planet and form the web of biodiversity. Coevolution molded the human genetically and culturally. This puts the human being in a cycle of ecological dependence of the ecosystem environment maintained by biodiversity. But in the last 300 years there has been a transformation that has allowed for a technological leap, allowing great feats and leading to great risks. The loss of biodiversity is the result of a process of transformation of the natural environments into artificial landscapes, reproducers of biological and social monoculture. The age of the artifice breaks with the security of the ecosystemic equilibria in which life was based on its mechanisms of resilience, generating one more dimension of the society of risk. In this context, initiatives to preserve diversity (biological and cultural) are ways to reduce these risks. This work points out some connections of ecological interdependence between cultural diversity and biodiversity. Sustaining the inseparability of these objects as well as the processes that lead to their erosion. Using knowledge from cross-cutting areas such as ethnoecology, it was possible to redefine concepts as development, stripping it of the conception that associates it with processes of cultural hegemonization. This approach promotes the promotion of social justice in environmental conservation policies, as well as exposes the environmental degradation caused by the loss of cultural diversity. When considering a new form of use of biodiversity, was promoted by the call of biotechnology, the paper concludes that a propositional sustained environmental preservation in informational resources from biodiversity on a selfpreservation system.
 

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  • FADIR - Mestrado em Direito e Justiça Social