Atypical: neurodiversidade e pedagogias da sexualidade

Abstract

Por meio da análise fílmica da série Atypical, produzida pela Netflix, este trabalho tem o intuito de indagar como as particularidades do personagem autista Sam Gardner, em relação a sua sexualidade e forma de socializar-se, podem nos trazer reflexões sobre o alcance das pedagogias da sexualidade nas relações sociais. Sam compartilha as angústias de viver em uma sociedade capacitista e as dificuldades para assimilar as regras sociais que permeiam a criação de laços afetivos. A partir do entendimento das pedagogias da sexualidade enquanto processo de disciplinamento dos corpos, mediante práticas discursivas e não-discursivas, conclui-se que a constituição de laços afetivos é permeada por um regime que busca normatizar condutas. Assim sendo, a não reprodução das imposições sociais acabam por gerar a patologização de singularidades. Portanto, ressalta-se a relevância do movimento da neurodiversidade em prol da fluidez de corpos e experiências tidas como abjetas e, por isto, marginalizadas.

A través del análisis fílmico de la serie Atypical, producida por Netflix, este trabajo pretende indagar cómo las particularidades del personaje autista Sam Gardner, en relación a su sexualidad y forma de socializar, pueden traernos reflexiones sobre el alcance de las pedagogías de la sexualidad en relaciones sociales. Sam comparte las ansiedades de vivir en una sociedad capacitista y las dificultades para asimilar las reglas sociales que impregnan la creación de vínculos afectivos. Desde la comprensión de las pedagogías de la sexualidad como el proceso disciplinador de los cuerpos, a través de prácticas discursivas y no discursivas, se concluye que la constitución de los lazos afectivos está permeada por un régimen que busca estandarizar las conductas. Por tanto, la no reproducción de las imposiciones sociales acaba generando la patologización de las singularidades. Por tanto, se enfatiza la relevancia del movimiento de la neurodiversidad a favor de la fluidez de cuerpos y experiencias consideradas abyectas y, por tanto, marginadas.

Through the film analysis of the Atypical series, produced by Netflix, this work aims to inquire how the particularities of the autistic character Sam Gardner, in relation to his sexuality and way of socializing, can bring us reflections on the reach of pedagogies of sexuality in social relationships. Sam shares the anxieties of living in a capacitist society and the difficulties in assimilating the social rules that permeate the creation of affective bonds. From the understanding of sexuality pedagogies as the disciplining process of bodies, through discursive and non-discursive practices, it is concluded that the constitution of affective bonds is permeated by a regime that seeks to standardize conduct. Thus, the non-reproduction of social impositions ends up generating the pathologization of singularities. Therefore, the relevance of the movement of neurodiversity in favor of the fluidity of bodies and experiences considered abject and, therefore, marginalized, is emphasized.