Efeitos da temperatura sobre ovos e larvas do linguado Paralichthys orbignyanus

Okamoto, Marcelo Hideo

Abstract:

 
O objetivo deste trabalho foi determinar os efeitos da temperatura sobre ovos e larvas do linguado Paralichthys orbignyanus. Os ovos foram expostos às temperaturas de 14, 17, 20, 23, 26 e 29°C. Após a eclosão foi medido o comprimento padrão das larvas, calculado o volume do saco vitelino e o seu consumo, determinado o percentual de indivíduos mal-formados e a resistência das larvas ao jejum em cada temperatura. As larvas foram cultivadas nas temperaturas 17, 20, 23 e 26°C, sendo que 500 larvas foram distribuídas em tanques de 10 L e alimentadas com rotíferos e náuplios de Artemia sp. A cada cinco dias foi registrado o comprimento padrão das larvas e diariamente foi anotado o número de indivíduos mortos. Os resultados foram submetidos à Análise de Variância (ANOVA) e, quando encontradas diferenças significativas (P<0,05), foi aplicado o Teste de Tukey. O tempo para eclosão foi inversamente proporcional à temperatura, mas o percentual de larvas mal-formadas foi mais elevado nas temperaturas extremas, diminuindo nas temperaturas 20, 23 e 26 °C. O comprimento padrão das larvas recém-eclodidas foi semelhante (P>0,05) entre 17 e 29°C (1,76- 1,81mm), mas foi significativamente menor (P<0,05) a 14°C (1,58 mm). O volume do saco vitelino foi inversamente proporcional a temperatura, com exceção das larvas eclodidas a 14°C, cujo volume foi inferior ao de 17°C. As larvas sobreviveram por mais tempo em jejum quando mantidas a 23°C. Houve 100% de mortalidade das larvas mantidas a 17°C no 12° dia após a eclosão, a sobrevivência foi significativamente menor (P<0,05) a 20°C (2,1%) do que a 23°C (11,7%) e 26°C (11,7%).O comprimento ao final da metamorfose foi semelhante a 20 e 26°C, 9,29±0,15mm e 9,02±0,11mm respectivamente, mas significativamente maior que o das larvas de 23°C, 8,23±0,07mm (P<0,05). A metamorfose foi completada mais rapidamente a 23 e 26°C (20 dias), do que a 20°C (35 dias). O índice de juvenis mal-formados após a metamorfose foi de 59% a 26°C, superior aos 21 e 17% obtidos a 20 e 23°C, respectivamente. Os resultados deste trabalho sugerem que ovos e larvas de linguado sejam mantidos a 23°C, pois apesar de nesta temperatura o crescimento ser menor, há uma boa sobrevivência e o índice de indivíduos mal-formados é baixo.
 
This work aimed to determine the effects of temperature on eggs and larvae of Brazilian flounder Paralichthys orbignyanus. Eggs were exposed to 14, 17, 20, 23, 26 and 29°C and after hatching, the standard length, the yolk-sac volume and its consumption, the percentage of abnormal larvae and time to starvation at each temperature were registered. Larviculture was done at 17, 20, 23 and 26°C, 500 larvae were transferred to 10 L tanks and fed on rotifer and Artemia sp. nauplii. Mortality was registered daily, and every five days standard length was measured. All statistical analyses were carried out using one-way ANOVA and Tukey’s Test at 95% confidence level. Time to hatch was inversely proportional to the temperature, but the percentage of abnormal larvae was higher at extreme temperatures, decreasing at 20, 23, and 26°C. Standard length at hatching was similar (P>0.05) between 17 and 29°C (1.76 – 1.81mm), but significantly smaller (P<0.05) at 14°C (1.58mm). The yolk-sac volume was inversely proportional to temperature, except at 14°C, where the volume was smaller than at 17°C. Time to starvation was higher (six days) at 23°C. There was 100% of mortality at 17°C 12 days after hatching, survival was significantly lower (P<0.05) at 20°C (2.1%) when compared to 23°C (11.7%) and 26°C (11.7%). Standard length at metamorphosis was similar at 20 and 26°C, 9.29±0.15mm and 9.02±0.11mm respectively, but significantly larger than at 23°C 8.23±0.07mm (P< 0.05). Metamorphose was completed faster at 23 and 26°C (20 days) than at 20°C (35 days). The percentage of abnormal juvenile after metamorphosis was 59% at 26°C, higher than at 20 and 23°C (21 and 17% respectively). The results of this study suggest that eggs and larvae can be reared at 23°C, because despite of smaller growth at this temperature, the survival rate is good and the rate of abnormal larvae is low.
 

Description:

Dissertação (mestrado)

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  • IO- Mestrado em Aquicultura (Dissertações)