Navegando por Autor "Silva, Mara Regina Santos da"
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- ItemAcesso e resolutividade: satisfação dos usuários de serviços de proteção às vítimas de violência intrafamiliar(2011) Ribeiro, Juliane Portella; Silva, Mara Regina Santos daA violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes, no Brasil, tem aumentado gradativamente nos últimos anos. Os altos índices apontam para a complexidade que envolve o problema, exigindo que profissionais de saúde intensifiquem o cuidado às famílias e mobilizando diversas instâncias governamentais e não governamentais. A necessidade de que o fenômeno seja considerado uma emergência determina que sejam implantadas ações concretas e imediatas desenvolvidas pela rede de serviços que atendem as famílias. Visando reduzir suas consequências, o acesso aos serviços sociais e de saúde e a resolutividade das ações empreendidas são elementos vitais para combater os altos índices de violência intrafamiliar. O acesso e a resolutividade, em conjunto, correspondem à capacidade do serviço de ofertar cuidados coerentes com as necessidades de seus usuários. Este estudo teve como objetivo geral analisar a satisfação das famílias em relação ao acesso e à resolutividade das ações e serviços de dois serviços de proteção às vítimas de violência intrafamiliar do município do Rio Grande/RS. Constituem seus objetivos específicos: (1) Analisar a satisfação das famílias em relação ao acesso aos serviços que atendem situações de violência intrafamiliar no município do Rio Grande/RS; (2) analisar a satisfação das famílias em relação à resolutividade das ações desenvolvidas em serviços que atendem famílias em situações de violência intrafamiliar no município do Rio Grande/RS. Trata-se de um estudo quantitativo, de caráter descritivo e exploratório. A amostra foi composta pelas informações contidas em 113 avaliações realizadas por famílias vinculadas ao CREAS e ao Conselho Tutelar, as quais foram coletadas no período de 2008 a 2009, através da aplicação de um questionário que avalia a satisfação dos usuários de serviços de saúde mental(SATIS-BR-Usuário). As informações selecionadas foram submetidas a análises descritivas, de correlação canônica e de regressão múltipla. Os resultados indicam alta correlação entre acesso e resolutividade (RC= 0,8659) e que os serviços são considerados de fácil acesso pelas famílias quando são, sobretudo, receptivos (0,883837), as tratam com respeito e dignidade (0,858614) e as escutam (0,626720). Sendo possuidor de tais características, aspectos como tempo de deslocamento até o serviço e informações sobre o tratamento prestado adquirem menor importância para o usuário. A resolutividade é expressa pela decisão do familiar em retornar ao serviço, caso haja necessidade (0,900171), por sua satisfação com os serviços (0,872823) e com a quantidade de ajuda recebida (0,803617), pela avaliação de que a equipe estava lhe ajudando (0,827258) e de que os serviços o ajudaram a lidar com os problemas (0,758437); e ainda pela compreensão dos mesmos por parte da pessoa que o recebeu no serviço (0,688417). Além disso, evidenciaram uma forte associação (R= 0,83), altamente significativa (p=0,00000), entre o grau de satisfação das famílias e quatro aspectos da resolutividade das ações e serviço, sendo que o aspecto “satisfação com a quantidade de ajuda que recebeu” é o que possui maior influência na satisfação dos familiares (beta= 0,314682).
- ItemAplicação e implicações do conceito de resiliência na prática de enfermagem/saúde(2009) Silva, Mara Regina Santos da; Silva, Priscila Arruda da; Dias, Andrea Basilio; Medeiros, Gabriela Luvielmo; Silva, Bárbara Tarouco da; Botelho, Luciana RodriguesObjetivou-se apresentar o trabalho desenvolvido no âmbito do Grupo de Estudo e Pesquisa de Família, Enfermagem e Saúde (GEPEFES), o qual está centrado na produção de conhecimento acerca da saúde das famílias que vivem em contextos de risco psicossocial, numa perspectiva de resiliência. O estudo é de caráter qualitativo e foi desenvolvido com 32 famílias, em uma região no Sul do Brasil, no período de 2005 a 2007, visando desenvolver, implementar e avaliar estratégias de intervenção, favorecendo o processo de resiliência nos contextos familiar e social. Para a coleta de dados utilizaram-se entrevistas, observações e questionários. Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande. Os resultados foram apresentados e discutidos através de três categorias: o contexto de vida das famílias como definidor dos limites do conceito de resiliência; a especificidade da intervenção de enfermagem nas famílias; e aplicações e implicações do conceito de resiliência para a prática profissional. Conclui-se que o trabalho com famílias em situação de risco psicossocial tem mostrado que, mesmo em contextos com altos índices de risco para a saúde e desenvolvimento humano, é possível realizar um cuidado com vistas a fazer aflorar suas capacidades numa perspectiva resiliente.
- ItemAssistência à saúde sexual e reprodutiva da mulher com transtorno mental(2018) Fortes, Daniela Claudia Silva; Silva, Mara Regina Santos daO direito de desfrutar de uma vida sexual e reprodutiva segura e satisfatória, muitas vezes, é negado à mulher com transtorno mental. Apesar da conferência do Cairo ter emanado diretivas concernentes ao atendimento integral a saúde da mulher, esta recebe, nos serviços de saúde, um cuidado delimitado ao período da gravidez e fragmentado na medida em que a ênfase está nas questões voltadas à reprodução. Tal situação toma maiores proporções na mulher com transtorno mental, na medida em que, frequentemente, esta enfrenta situações de estigma e preconceito, não sendo vista como suficientemente capaz de autocuidar-se. A saúde sexual e reprodutiva da mulher com transtorno mental é um tema globalmente emergente, com discussão ainda incipiente na realidade do país de Cabo Verde. Este estudo teve como objetivo geral: compreender as influências que moldam a assistência à saúde sexual e reprodutiva da mulher com transtorno mental na rede de serviços de saúde da ilha de São Vicente/Cabo Verde/África. Especificamente, o presente estudo objetiva: (1) identificar a percepção dos profissionais de saúde acerca da saúde sexual e reprodutiva da mulher com transtorno mental; (2) identificar as referências de natureza cultural, acadêmicas e institucionais que os profissionais utilizam para moldar a assistência à saúde sexual e reprodutiva prestada às mulheres com transtorno mental. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de natureza qualitativa, que utilizou como referencial teórico a teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural de Leininger, desenvolvido com 17 profissionais de saúde que prestam atendimento a essas mulheres nos cinco Centros de Saúde, no Centro Reprodutivo e no Serviço de Psiquiatria do hospital geral de São Vicente/Cabo Verde. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas, por meio de videoconferência entre Brasil e Cabo Verde, nos meses de setembro e outubro de 2018 e, posteriormente, submetidas à técnica de análise temática. Foram respeitados todos os preceitos éticos e legais da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde que trata de pesquisas com seres humanos. Os resultados, apresentados no formato de dois artigos científicos, apontam que a percepção dos profissionais de saúde em relação à saúde sexual e reprodutiva da mulher com transtorno mental é influenciada pelo contexto socioeconômico e cultural do país, o que leva a uma invisibilidade das competências dessas mulheres para o cuidado da sua saúde e a saúde de seu(s) filho(s). Essa situação agrava-se ainda mais devido ao fato de alguns profissionais considerarem que o cuidado dessas mulheres é da responsabilidade unicamente da psiquiatria. Nesse contexto, fica comprometida a prestação de cidados integrais à saúde sexual e reprodutiva dessas mulheres nos serviços de cuidados primários, o que acaba comprometendo a autonomia e os direitos sexuais e reprodutivos dessa população específica. Concluiu-se que os estigmas em relação aos transtornos mentais contribuem para aumentar as dificuldades dos profissionais para tratar das questões inerentes a saúde sexual e reprodutiva das mulheres, particularmente, a dificuldade para reconhecerem as competências desse grupo para cuidar de sua própria saúde. Em consequência, a assistência dispensada não responde as necessidades dessas mulheres, sendo que o principal foco é delimitado a prevenção da gravidez.
- ItemAvaliação e diagnóstico do processo de reinserção familiar e social de crianças e adolescentes egressos de uma casa de passagem(2004) Silva, Mara Regina Santos da; Nunes, Karina da SilvaA reinserção familiar e social de crianças e adolescentes afastados de suas famílias e institucionalizadas devido a maus tratos é um desafio de proporções significativas. Este estudo objetiva fazer a avaliação e o diagnóstico da situação social e familiar atual dos egressos de uma instituição destinada ao abrigo temporário desses jovens, localizada no sul do Brasil. Os sujeitos são as famílias que participaram de um programa de reinserção familiar desenvolvido por esta casa de passagem, durante o período em que seus filhos estiveram abrigados. Os dados foram colhidos através de entrevista e questionário. Os resultados retratam a situação destas famílias em termos de inserção de seus membros no mercado de trabalho e na vida escolar; interações familiares; principais fatores que influenciam favorável e/ou desfavorávelmente no processo de reinserção que estão vivenciando. São discutidos alguns desafios envolvidos no processo de reinserção familiar e social de egressos das casa de passagem.
- ItemAs competências parentais no mundo contemporâneo como fator de proteção no desenvolvimento humano: um desafio para pais e profissionais(2006) García, Rocío Consuelo Quiñones; Silva, Mara Regina Santos daNos últimos tempos, são cada vez mais freqüentes as queixas dos pais em relação à educação de seus filhos, mais especificamente, com a tarefa de colocar limites no comportamento das crianças e dos adolescentes, as quais são experimentadas em todas as classes sociais, sem distinção de raça, religião ou nível educacional. Esta dificuldade faz parte do quotidiano da família contemporânea e, possivelmente, está associada às rápidas transformações socioculturais que vêm ocorrendo, nos últimos tempos. Este estudo tem como objetivo problematizar com os pais o exercício das competências parentais, especialmente no que tange a colocar limites no comportamento dos seus filhos. Seu desenvolvimento foi orientado pela teoria bio-ecológica do desenvolvimento humano, na qual os processos proximais vivenciados em diferentes níveis do contexto de vida das pessoas são considerados fundamentais para a aquisição das competências a cada etapa do seu desenvolvimento. Metodologia É um estudo exploratório descritivo, de natureza qualitativa, desenvolvido no período entre março e dezembro de 2005, em um Ambulatório de Enfermagem em Saúde Mental, localizado na região sul do Brasil. Cinco famílias representadas pelas mães participaram deste estudo cujos dados foram coletados ao longo de dez encontros individuais e cinco coletivos. Todos os encontros foram gravados e após transcritos e as informações complementadas com o diário de campo. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo na modalidade de análise temática. Os resultados mostram três categorias: o retrato do quotidiano, que se refere a dificuldade dos pais de colocar limites, tal qual é vivenciada no quotidiano das famílias; a rede de suporte social e as forças da família. As categorias englobam alguns dos fatores prioritários associados com a dificuldade experimentada pelas famílias. Dentre essas, as interações entre pais e filhos; a fragilidade das relações hierárquicas no grupo familiar; os recursos sociais e próprios com que às famílias contam, segundo o ponto de vista das mães. Conclusões. O estudo reafirma a influencia dos valores contemporâneos nas relações familiares e a importância da rede de suporte social informal das famílias. As fortalezas das famílias se convertem em alicerce para o exercício das competências parentais. Esses resultados são discutidos no contexto do trabalho de enfermagem em saúde mental, desenvolvido no ambulatório onde o estudo foi realizado.
- ItemComunidade: objeto coletivo do trabalho das enfermeiras da Estratégia Saúde da Família(2011) Sant'Anna, Cynthia Fontella; Vaz, Marta Regina Cezar; Cardoso, Leticia Silveira; Bonow, Clarice Alves; Silva, Mara Regina Santos daCompreender no que concerne a constituição da interação da enfermeira com a comunidade, considerando o(s) sujeito(s) e a(s) finalidade(s) com base na percepção de enfermeiras atuantes na Saúde da Família. Métodos: Estudo exploratório-descritivo utilizando entrevista semiestruturada com análise qualitativa temática com 65 enfermeiras atuantes na Estratégia Saúde da Família, no extremo sul do Brasil, no período de janeiro a julho de 2006. Resultados: Duas abordagens da interação foram evidenciadas: imediata nas entidades coletivas; e mediata, com os demais trabalhadores da equipe. Nas finalidades, emergiram dois objetos de ação: a população na resolutividade e integralidade com enfoque na qualidade da ação, formação de vínculo, prevenção de doenças e promoção da saúde direcionada à autonomia com corresponsabilização; e a equipe na organização do trabalho direcionada à resolutividade da atenção. Conclusões: Enfatiza-se a importância da interação enfermeira-comunidade visando às ações que fortaleçam potencialidades dos indivíduos/grupos e integralidade e resolutividade da assistência pela organização do trabalho.
- ItemA concepção de família como unidade complexa(2006) Silva, Mara Regina Santos da; Lunardi, Valéria LerchA família, de modo crescente, tem se tornado objeto de atenção dos profissionais de saúde. O reconhecimento de sua natureza complexa é pré-condição para que possamos compreender seus problemas, suas contradições muitas vezes insuperáveis e, fundamentalmente, para ajudá-las no processo de produzir saúde mesmo quando vivem em contextos adversos. Este ensaio tem por objetivo discutir a concepção de família utilizando como referência o conceito de complexidade de Edgar Morin, focalizando os três princípios citados pelo autor: dialógico, recursivo e hologramático e, ainda, a noção de sistema e de auto-organização. Destaca-se a interdependência da família com o macro-contexto onde se insere e associa-se a diversidade de configurações que esta instituição tem assumido, principalmente nos últimos tempos, como uma possível manifestação de sua capacidade para se auto-organizar a partir das adversidades que vivencia e não como um sinal de que possa estar em processo de extinção. Ressaltam-se, também, as implicações que esta concepção de família como unidade complexa aporta para a prática dos profissionais da saúde, principalmente à necessidade do trabalho interdisciplinar em saúde.
- ItemCrianças e adolescentes com transtorno depressivo: um estudo na perspectiva da resiliência familiar(2018) Pontes, Eduarda Ramis; Silva, Mara Regina Santos daA depressão infantojuvenil é um problema de saúde pública mundial. Entre as crianças e adolescentes é a doença que mais incapacita para realização das atividades diárias, repercutindo diretamente na qualidade de vida desses indivíduos. No Brasil, de 8% a 12% da população infanto-juvenil sofre desse transtorno e estima-se que 50% desses indivíduos não recebem tratamento, o que pode causar danos permanentes no âmbito individual, escolar, familiar e social. Esse transtorno provoca mudanças significativas na vida da família podendo gerar a desarmonia no lar. Por outro lado, as famílias que mobilizam recursos e desenvolvem potencialidades para enfrentar os desafios diários, conseguem se fortalecer e seguir suas vidas de uma maneira que pode ser considerada positiva. Este estudo teve como objetivo geral: compreender os processos de resiliência que auxiliam as famílias com crianças e adolescentes depressivos no enfrentamento dos desafios associados a esse transtorno. Especificamente, objetiva: (1) Identificar como as famílias de crianças e adolescentes com depressão percebem a presença desse transtorno em seu cotidiano; (2) Analisar os processos chaves de resiliência utilizados pelas famílias no enfrentamento da depressão infanto-juvenil, com ênfase nas crenças, nos processos de comunicação e organizacionais. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, do tipo descritivo e exploratório, desenvolvido com 26 familiares, pertencentes a 24 famílias que convivem diariamente com crianças e adolescentes depressivos atendidos no CAPS-i de dois municípios do Sul do Brasil. Os dados foram coletados a partir de entrevista semiestruturada realizadas nos meses de dezembro/2017, janeiro, fevereiro e março/2018, posteriormente, analisados por meio da técnica de análise temática de Minayo (2013), tendo como balizadores os Processos Chaves da Resiliência Familiar de Walsh (2016). Foram resguardados os direitos que tratam de pesquisas que envolvem seres humanos, sob a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados são apresentados através de dois artigos científicos que correspondem aos objetivos específicos deste estudo. O primeiro artigo aborda a experiência de conviver com o transtorno depressivo em crianças e adolescentes a partir da percepção dos familiares, apontando que as famílias associam o desenvolvimento da depressão infantojuvenil a eventos traumáticos que acontecem geralmente no ambiente intrafamiliar ou na interação da criança/adolescente com a rede social proximal. Após o transtorno depressivo estabelecido, a família busca a reestruturação para atender as necessidades geradas pela depressão, com isso, geralmente a mãe se torna a principal cuidadora, que consequentemente é sobrecarregada por assumir sozinha o cuidado do filho depressivo. O segundo artigo trata os processos chaves de resiliência utilizados pelas famílias com crianças e adolescentes depressivos, este estudo mostra distintos níveis de resiliência familiar, que são diferenciados pela utilização de agentes mobilizadores de forças como a fé, o apoio da família extensa e amigos e o suporte de saúde oferecido para a criança e o adolescente pelo CAPS-i. Com base nos resultados deste estudo, conclui-se que os enfermeiros se mantem distante do cuidado às famílias, repercutindo na falta de suporte emocional e instrumental para as crianças e adolescentes depressivos na sua integralidade. O que ocasiona, uma barreira no tratamento, refletindo na permanência da depressão durante todo o ciclo de vida de criança e do adolescente, ou ainda pode evoluir ao suicídio consumado deste indivíduo. Assim, este estudo tem a finalidade de gerar conhecimento para os profissionais da saúde em geral, com a perspectiva de aprofundar conhecimentos específicos acerca da depressão infanto-juvenil e seus impactos no conviver em família, além disso, que desencadeie reflexões sobre o processo de resiliência para produção de saúde para as crianças e adolescentes com depressão e suas famílias. Demonstrando ainda, a importância da criação e implementação de Políticas Públicas voltadas especificamente para atenção à saúde mental infantojuvenil.
- ItemCrianças e Adolescentes Testemunhas da Violência entre os Pais(2022) Fonseca, Kateline Simone Gomes; Silva, Mara Regina Santos daSer testemunha da violência entre os pais é um problema de saúde pública para crianças e adolescentes que afetam o seu desenvolvimento,’ com consequência a curto e longo prazo. A repercussão do testemunho da violência é influenciada pelo tipo de violência, a frequência e a intensidade que ocorre, assim como pelos fatores relacionais, sociais, comunitários e as características individuais dos pais e dos filhos. Apesar disso, as crianças e adolescentes que testemunham a violência entre os pais é um tema pouco explorado na literatura e invisível nos serviços de proteção às vítimas, onde o foco prioritário é a mãe vitimizada. Considerando a relevância da problemática e a necessidade de melhor conhecer o fenômeno, este estudo tem como objetivos: (1) Identificar, a partir de uma revisão integrativa da literatura, as repercussões que a experiência de testemunhar a violência entre os pais tem sobre os filhos, crianças e adolescentes; (2) Caracterizar, a partir dos registros de um serviço de proteção às vítimas, o tipo de violência testemunhada por crianças e adolescentes e o perfil dos pais (vítima e agressor). Para responder o primeiro objetivo, foi realizada uma Revisão Integrativa sobre o tema, através de um recorte temporal de cinco anos, nas bases MEDLINE/PUBMED, SCOPUS, LILACS, BDENF e PSYCINFO. Foram utilizados os descritores e palavras chave: “violência doméstica”, “violência por parceiro íntimo”, “criança”, “adolescente”, “maus-Tratos Infantis”,“exposure to violence’,“domestic violence”,“intimate partner violence”,“childhood exposure to intimate partner violence”,“witnessing inter parental violence”,“witnessing domestic violence”, “child”, “adolescent” combinando-se com os operadores booleanos AND e OR. Foram selecionados 32 artigos conforme os critérios de elegibilidade e que respondessem à pergunta norteadora. Foram excluídos os relatos de experiência, ensaio teórico, estudos de revisão, monografias, dissertações e teses. Os dados foram categorizados tendo por base o Modelo Ecológico proposto pela Organização Mundial da Saúde. Para o segundo o objetivo foram utilizados, dados secundários armazenados em um Banco de Dados do Grupo de estudo e Pesquisa em Família, Enfermagem e Saúde, com informações sobre violência contra mulher obtidos de 276 registros de um serviço de proteção às vítimas de Rio Grande/RS, nos quais estava explicitamente referido a presença de filhos. Essas informações foram analisadas a partir da estatística descritiva. Foram respeitados os princípios éticos aplicados à pesquisa envolvendo dados secundários. Os resultados advindos da revisão integrativa evidenciam as repercussões em níveis individuais, relacionais e sociais, incluindo comprometimento da saúde física e mental; comportamentos agressivos na escola, na família, uso de substâncias ilícitas e transmissão intergeracional da violência testemunhada. Nos dados secundários foram evidenciados predomínio da violência psicológica, causada predominantemente por conflitos familiares e praticada pelo ex-companheiro da mãe. Ambos, o pai agressor e a mãe vítima, estavam na faixa etária entre 21 e 40 anos, possuíam ensino fundamental, raça branca e ensino fundamental. Não faziam uso de substâncias lícitas e ilícitas. A maioria das crianças e adolescentes (62,7%) presenciou ou sofreu a violência durante a agressão perpetrada contra mãe. Os resultados da revisão integrativa e da análise dos dados secundários mostram que apesar das repercussões que a experiência de testemunhar a violência entre os pais tem sobre a saúde das crianças e adolescentes expostas, ainda assim elas não recebem a atenção que necessitam, mesmo nos serviços de proteção as vítimas. Isto evidencia a persistência de um modelo de assistência centrado no indivíduo que fragmenta a família.
- ItemCuidando de famílias: ênfase nos diagnósticos de enfermagem(2005) Vettorello, Joice Simionato; Aquino, Deise Ribeiro; Silva, Mara Regina Santos da
- ItemDesafios da inserção da saúde mental na atenção básica na percepção dos profissionais(2018) Rotoli, Adriana; Silva, Mara Regina Santos daA Reforma Psiquiátrica no Brasil propõe a substituição progressiva dos leitos nos hospitais psiquiátricos por uma Rede de Atenção Integral em Saúde Mental. Com ações realizadas pelas equipes multiprofissionais na Atenção Básica (AB), através da Estratégia de Saúde da Família, é possível fortalecer os serviços de saúde, podendo-se visualizar trabalhos condizentes com as diretrizes preconizadas pela Reforma Psiquiátrica, Atenção Básica e Estratégia de Saúde da Família, na construção da rede de serviços de saúde. O objetivo geral deste estudo é compreender os desafios da incorporação da Saúde Mental na Atenção Básica, a partir da percepção e das ações desenvolvidas pelos profissionais que trabalham na ESF. Os objetivos específicos são: 1) Identificar o conhecimento dos profissionais acerca das diretrizes da saúde mental na atenção básica; 2) Identificar as estratégias utilizadas em serviços da atenção básica para operacionalizar essas diretrizes; 3) Analisar, a partir dos discursos dos profissionais, a resolutividade das ações de saúde mental junto a Pessoas com Transtornos Mentais (PTMs) e suas famílias na AB. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de natureza qualitativa, desenvolvido com 30 profissionais: 17 enfermeiras; quatro médicos(as); cinco psicólogos(as); quatro assistentes sociais, que trabalham nas Estratégias de Saúde da Família dos municípios de Frederico Westphalen, Tenente Portela e Três Passos. Os dados foram coletados em entrevistas semiestruturadas, em abril de 2018. Para a organização, análise e interpretação dos dados, foram utilizados como referência teórica os conceitos de integralidade e resolutividade e os elementos operacionais de apoio matricial e projeto terapêutico singular. A técnica de análise foi a Análise Temática. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da FURG, registrado no CAAE sob o número 82277118.0.00005324. Os resultados apontam que os desafios enfrentados pelos profissionais para agregar resolutividade nas ações de saúde mental no âmbito da AB estão relacionados à necessidade de os profissionais obterem base teórica para dar sustentação às especificidades em saúde mental, com conhecimentos específicos sobre suas atribuições. Também se identifica a exigência de melhoria na comunicação intersetorial e gestão participativa nos serviços de saúde. As PTMs rejeitam estar com o transtorno e abandonam o tratamento, sendo também um desafio para a resolutividade. Estes desafios enfrentados pelos profissionais podem ser superados com a construção de práticas compartilhadas, envolvendo os profissionais, as PTMs e suas famílias e, como estratégia, a Educação Permanente nos serviços de saúde. As famílias foram identificadas como aliadas dos profissionais no processo de reinserção social das PTMs, construindo vínculos com os serviços de saúde. No processo de cuidado, a família se vê entre a necessidade de cuidar e a rejeição com a PTM. Atuar com a família requer do profissional a compreensão dos conceitos e referências construídas sobre ela e direcionar as ações para as necessidades específicas de cada uma delas. Considera-se que os desafios da incorporação da saúde mental na AB consistem em agregar a resolutividade na atenção em saúde mental a partir das ações integrais dos profissionais com as PTMs e suas famílias, que podem ser instrumentalizadas pelo Projeto Terapêutico Singular e Apoio Matricial.
- ItemOs desafios da reinserção familiar e comunitária dos utentes do serviço de psiquiatria do hospital Agostinho Neto Extensão Trindade em Cabo Verde(2017) Moniz, Ana Suzete Baessa; Silva, Mara Regina Santos daA reinserção familiar e comunitária de uma pessoa com transtorno mental grave tem sido um desafio não só para as famílias, mas, também, para os profissionais da saúde, o Estado e a sociedade em geral. É um processo capaz de gerar um impacto positivo na vida de pessoas com históricos de internações recorrentes em hospitais psiquiátricos, desde que existem estruturas de apoio às famílias que recebem os utentes após a alta hospitalar. O objetivo geral deste estudo é aprofundar a compreensão sobre os desafios enfrentados pelas famílias de utentes do Serviço de Psiquiatria do Hospital Agostinho Neto Extensão Trindade, de Cabo Verde/África, após a alta hospitalar. Especificamente, objetiva: 1) Caracterizar os utentes com histórico de reinternações no período 2010-2015, no serviço de Psiquiatria do Hospital Agostinho Neto Extensão Trindade, quanto aos aspectos sócio demográficos, principais transtornos que motivam a internação e número de internações; 2) Identificar os fatores que favorecem e/ou dificultam a reinserção familiar e comunitária desses utentes; 3) Identificar as necessidades consideradas como prioritárias pelas famílias dos utentes do Serviço de Psiquiatria do Hospital Agostinho Neto Extensão Trindade, após a alta hospitalar visando a reinserção comunitária e familiar; Trata-se de um estudo exploratório, descritivo de natureza qualitativa desenvolvido com duas fontes de dados. A primeira constituída pelos prontuários dos utentes do serviço de psiquiatria em foco, de onde foram obtidos dados relativos à: idade, sexo, estado civil, número de filhos, escolaridade, ocupação, diagnóstico médico principal e número de internações. A segunda fonte é constituída pelas informações de trinta familiares de utentes desse serviço, selecionados com base nos seguintes critérios: ter um familiar portador de transtorno mental, utente do serviço onde este estudo foi desenvolvido; residir na cidade da Praia/Cabo Verde/África e ter 18 anos ou mais. Esses dados foram gerados a partir de entrevistas semi estruturadas, realizadas no mês de Julho de 2016, no domicílio dos familiares e após foram submetidos a análise temática, balizada pelo conceito de empowerment que, neste estudo foi utilizado como referencial teórico. Os resultados mostram que a idade dos utentes variou entre 19 e 80 anos, a maioria é masculino, solteiro, com escolaridade fundamental, são residentes na cidade da Praia/Santiago e os diagnósticos mais frequentes são transtornos bipolares e do pensamento, tipo esquizofrenia. Como fatores facilitadores a rede social apoio primária e secundária, incluindo a família nuclear, extensa e a comunidade e, além desses, a adesão a medicação. Por outro lado, o desconhecimento da doença, o fácil acesso as bebidas alcoólicas e outras drogas assim como a não permanência do utente em casa são fatores que dificulta, a reinserção familiar e comunitária dos utentes do serviço de Psiquiatria Trindade. Dentre as necessidades consideradas prioritárias, apontadas pelas famílias estão: necessidade de cuidado individualizado ao familiar cuidador; necessidade de inclusão nos serviços de saúde da comunidade; necessidade de identificar e mobilizar as potencialidades da pessoa com transtorno mental. Conclui-se que os desafios enfrentado pelas famílias de utentes do Serviço de Psiquiatria do Hospital Agostinho Neto Extensão Trindade, de Cabo Verde/África, após a alta hospitalar torna-se complexo pelas inúmeras dificuldades entre os quais a inexistência de serviços comunitários específicos, constituindo-se como um empreendimento que demanda trabalho integrado entre enfermeiros, família, Estado e a sociedade, tendo como referência que o apoio e capacitação as famílias através da visita domiciliária e o empowerment é essencial no processo.
- ItemEstudo das referências que direcionam o processo de construção do enfermeiro cuidador de pessoas mentalmente doentes(2016) Santos, Alessandro Marques dos; Silva, Mara Regina Santos daO processo de construção do Enfermeiro cuidador mobiliza variáveis de natureza afetiva, cognitiva,social e biológica, as quais influenciam as múltiplas interações que esse sujeito vivencia em todo seu ciclo de vida, nos diferentes contextos em que atua e se constrói como profissional. Sustentado nesta posição teórica,este estudo tem como objetivo geral compreender a relação entre a prática desenvolvida por enfermeiros que cuidam de pessoas mentalmente doentes e os saberes que se agregam à formação/construção destes profissionais,em diferentes contextos. Especificamente objetiva:(1) Identificar as experiências familiares que influenciam na construção/formação do Enfermeiro cuidador de pessoas mentalmente doentes; (2) Identificar as referências teórico/práticas que prioritariamente influenciam na formação/construção do Enfermeiro cuidador de pessoa mentalmente doente; (3) Identificar nas experiências vivenciadas na família, na vida acadêmica e profissional, o processo de construção do enfermeiro para cuidar de pessoas mentalmente doentes.Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, cujos dados foram coletados em três hospitais gerais, nas unidades de clínica médica, clínica cirúrgica, hospital dia HIV/AIDS, pronto socorro; cinco centros de atenção psicossociais (CAPS I, II, III e AD); dois hospitais psiquiátricos; três unidades básicas de saúde com Estratégia de Saúde da Família, localizadas nas cidades de Pelotas/RS e Rio Grande/RS, através de entrevistas semi estruturadas, realizadas com trinta Enfermeiros, com ênfase nas experiências familiares, acadêmicas e profissionais, que o habilitam como cuidador de pessoas mentalmente doentes. Os dados foram submetidos à análise textual discursiva, balizada pela Teoria bioecológica do desenvolvimento humano, a qual possibilita compreender as interações entre seres humanos, em diferentes contextos nos quais convivem.Os resultados mostraram que o enfermeiro se constrói cuidador, a partir das vivencias aprendidas na família, as quais incorpora os princípios, valores e saberes, com base na formação cultural repassada pela família.Os valores como a honestidade e o respeito, são transportados para a vida acadêmica, quando associam ao seu fazer com as Teorias e Práticas da Enfermagem. Estas aptidões são desenvolvidas e aprofundadas na vida profissional com as relações de proximidade entre o enfermeiro e as pessoas que fazem parte de seu cotidiano de trabalho. As relações face a face vivenciadas na família se perpetuam e se transformam em práticas de cuidados, considerando a pessoa mentalmente doente como um ser singular que necessita cuidados, momento em que se mantem as relações interpessoais e a empatia. Assim, se confirma a tese que o enfermeiro nos diferentes contextos de cuidados, seja na vida familiar, acadêmica e profissional, se constrói como cuidador de pessoas mentalmente doentes, conforme as relações que estabelecem nas diferentes etapas dos ciclos de vida. Salienta-se ainda que nesta árdua tarefa de se construir cuidador os enfermeiros enfrentam barreiras, pois alguns deles não possuem a aptidão para cuidar em saúde mental. Porque, não se identificam com esta disciplina, a saúde mental, os serviços não proporcionam capacitações especificas para o cuidado, mas ainda assim, estes profissionais proporcionam os cuidados a pessoa mentalmente doente.
- ItemA ética na enfermagem e sua relação com poder e organização do trabalho(2007) Lunardi, Valéria Lerch; Lunardi Filho, Wilson Danilo; Silveira, Rosemary Silva da; Silva, Mara Regina Santos da; Svaldi, Jacqueline Sallete Dei; Bulhosa, Michele SalumDificuldades enfrentadas no cotidiano do trabalho da enfermagem, principalmente no âmbito hospitalar, têm sido denunciadas, sem que as implicações éticas decorrentes, tanto para os trabalhadores quanto, principalmente, para os clientes estejam sendo focalizadas ou, no mínimo, suficientemente questionadas. A organização do trabalho pode constituir-se em fonte maior de sofrimento para os trabalhadores de enfermagem, estando relacionada ao exercício de poder dos diferentes atores envolvidos nas instituições de saúde, podendo provocar múltiplos problemas morais e sofrimento moral. Com o presente texto, pretende-se explicitar, por meio de reflexão crítica, algumas relações entre a organização do trabalho da enfermagem, as relações de poder aí presentes e a sua dimensão ética. Estratégias para uma atuação ética das enfermeiras e demais profissionais da equipe de enfermagem, na organização do trabalho nas instituições de saúde, apontam para a necessidade de exercício de poder dessas profissionais, moralmente fundamentadas.
- ItemFamília de alcoolista: o retrato que emerge da literatura(2003) Silva, Mara Regina Santos daEmbora o alcoolismo seja uma doença que extrapola os limites individuais da pessoa que bebe e se repercute de forma negativa sobre a saúde das famílias, observa-se, freqüentemente, que os cuidados aos outros membros da família, são raros e quando acontecem, se fazem sem uma sustentação teórica maior. A partir deste pressuposto, foi desenvolvida esta pesquisa bibliográfica com o objetivo de buscar o conhecimento já construído sobre o tema “família e alcoolismo”. A fonte de dados foi constituída pela produção científica veiculada em periódicos nacionais, latinos e norte-americanos, publicados no período de 1990 a 1994. A partir dos estudos examinados, emergiu material para construir um retrato da família que convive com o alcoolismo, o qual mostra seus problemas, suas necessidades e as estratégias que utilizam para enfrentar um quotidiano difícil. O conhecimento apreendido acerca do viver destas famílias pode, de alguma maneira, contribuir para respaldar as intervenções profissionais.
- ItemFamílias com adolescentes que manifestam comportamentos de risco: áreas prioritárias de intervenção(2022) Carvalho, Elga Mirta Furtado Barreto de; Silva, Mara Regina Santos daA família é um contexto fundamental para o processo de desenvolvimento de seus membros, particularmente dos adolescentes que se encontram em um período crítico de transição e necessitam de um ambiente saudável para atingirem seu potencial humano e, assim, contribuir para a construção de sociedades mais justas. É nesta perspectiva que se desenvolve esta tese de doutoramento, cujo objetivo geral consiste em: compreender as interações que demarcam o cotidiano das famílias de adolescentes com comportamentos de risco que vivem na ilha de Santiago/Cabo Verde/África. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa, pautado nos conceitos de ciclo de vida familiar, vulnerabilidade psicossocial e suporte social. Participaram 18 famílias com adolescentes, estudantes de uma escola secundária da cidade da Praia, ilha de Santiago/Cabo Verde, os quais manifestam comportamentos de risco, incluindo: consumo de álcool e drogas, gravidez na adolescência e violência juvenil. Os dados foram coletados entre junho e julho de 2022, por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas individualmente com os pais ou os responsáveis pelo adolescente e após submetidos à análise de conteúdo. O estudo recebeu uma certificação ética do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa para a Saúde de Cabo Verde. Os resultados são apresentados em um conjunto de categorias que retratam: (1) Situações cotidianas reconhecidas pelos pais de adolescentes como difíceis de serem geridas, na qual estão incluídos: comportamentos inadequados; ausência de referências familiares positivas; comportamentos perigosos e problemas escolares; (2) Estratégias utilizadas pelas famílias para gerenciar os comportamentos de risco manifestados pelos filhos adolescentes, incluindo: adaptação intrafamiliar no enfrentamento dos desafios; clima familiar promotor de crescimento; mobilização de recursos familiares, sociais e comunitários; e padrão de interação disfuncional; (3) As fortalezas da família reconhecidas por seus membros, constituída pelas relações de proteção e cuidado entre seus membros; interações afetivas entre os membros da família e sistema de crenças religiosas; (4) Funções/áreas prioritárias nas quais as famílias de adolescentes com comportamento de risco necessitam de ajuda, englobando: suporte familiar; competências parentais; ambiente escolar seguro com qualidade de vida; e organizações comunitárias que trabalham junto as famílias com a adolescentes. Os resultados deste estudo evidenciam a necessidade de reorganização e integração dos serviços sociais e de saúde disponibilizados às famílias de adolescentes com comportamentos de risco, com vistas a apoiá-las no desenvolvimento e redirecionamento das trajetórias de vida dos adolescentes. São resultados que podem subsidiar o delineamento de políticas, programas e estratégias de enfermagem familiar específicas para amparar as famílias na tarefa de construir um contexto favorável para o desenvolvimento dos seus membros, com impacto na produção de uma geração mais saudável, capaz de catapultar o desenvolvimento social e econômico do país, no futuro.
- ItemFatores relacionados à violência contra mulheres que buscam ajuda em um serviço de proteção(2018) Fagundes, Jessica Souza; Silva, Mara Regina Santos daA violência é um fenômeno complexo, que atinge pessoas ao redor do mundo através de suas múltiplas manifestações. Neste estudo, abordamos a violência contra a mulher, definida como toda ação que afeta, inibe e ameaça a liberdade e os direitos fundamentais de mulheres em diferentes contextos sociais, culturais e econômicos. Acredita-se que diversos fatores de níveis individuais, relacionais e contextuais estejam envolvidos nas situações de violência contra a mulher. Esta dissertação teve como objetivo geral: Mapear os fatores individuais, relacionais e contextuais, associados à situação de violência em que se encontram mulheres que buscam ajuda em um serviço de proteção às vítimas. Objetivando: (1) Identificar características pessoais de mulheres em situação de violência a partir dos registros de um serviço de proteção às vítimas; (2) Caracterizar as relações da mulher em situação de violência, sob a perspectiva do tempo de convivência e o tipo de vínculo com o agressor; (3) Identificar as características do contexto onde vivem as mulheres em situação de violência que buscam ajuda em um serviço de proteção. Trata-se de um estudo transversal de abordagem quantitativa, que utiliza o Modelo Ecológico da Violência, adaptado pela Organização Mundial da Saúde, como contexto teórico. Foram realizadas as coleta de dados nos Boletins de Ocorrência da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, da cidade do Rio Grande/RS, através do uso de um questionário semi-estruturado. Todos os aspectos éticos previstos pela Resolução 466/2012 foram respeitados. A aprovação do Comitê da Universidade Federal do Rio Grande está sob o CAAE 62448616.000.5624. Através dos resultados deste estudo, foi possível conhecer os diferentes fatores que estão presentes em nível individual, relacional, social e territorial, nos casos de violência denunciados na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher na cidade do Rio Grande/RS. Com base nas características individuais das mulheres, foi possível identificar que em sua maioria são mulheres de jovem, com ensino fundamental e solteiras, que são vítimas principalmente dos ex-companheiros que não aceitam o término da relação ou reivindicam seus direitos em relação aos filhos. São mulheres que não estão na primeira agressão e muitas já solicitaram judicialmente que os agressores fossem obrigados a se manterem afastado delas. Concluímos que quando conhecemos quem são essas mulheres que sofrem violência, estamos abrindo um caminho que possibilita pensar em seu atendimento de forma mais específica em relação as suas necessidades. Espera-se que estes resultados promovam reflexão por parte dos profissionais que trabalham nos serviços de atendimento á mulher, sejam eles de proteção, saúde ou educação. Assim, espera-se que seja um caminho possível para intervenções e para repensar as ações vinculadas aos atendimentos prestados.
- ItemO fenômeno violência em famílias que vivem em territórios vulneráveis(2019) Marques, Letícia Amico; Silva, Mara Regina Santos da; Lourenção, Luciano GarciaA violência é um fenômeno global que acompanha a vida em sociedade desde os primórdios da história da humanidade. É resultante de múltiplas causas, as quais estão frequentemente associadas a problemas sociais tais como a pobreza e o uso de drogas, além de fatores pessoais e culturais. Quando há relação entre as características pessoais dos indivíduos, com as características específicas do território vulnerável onde a família vive, pode ocorrer o desenvolvimento da violência entre seus membros, uma vez que a resolução dos conflitos cotidianos torna-se mais difícil, especialmente pela forma pessoal de conduzir as situações no ambiente familiar, frente às adversidades encontradas no território vulnerável. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar o fenômeno violência em famílias que vivem em territórios vulneráveis, e como objetivos específicos: descrever as características pessoais das vítimas e dos agressores de violência na família que vive em territórios vulneráveis; caracterizar as ocorrências de violência quanto ao tipo, meio empregado, local em que ocorreu a agressão, tempo decorrido entre o momento da agressão e o momento do registro da ocorrência, desfecho da ocorrência para a vítima e território mais incidente; e refletir sobre os possíveis impactos da violência familiar presenciada por filhos ou outros membros da família. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com abordagem quantitativa, vinculado ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Família, Enfermagem e Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande, sendo oriundo do macroprojeto intitulado: “A paternidade no contexto da violência intrafamiliar: estratégias para o trabalho de enfermagem” o qual visa aprofundar o conhecimento e a compreensão sobre o fenômeno violência na família. Os dados utilizados nesta pesquisa foram coletados diretamente das ocorrências policiais na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Rio Grande/RS. A amostra do presente estudo são 277 ocorrências policiais as quais contemplaram a violência no ambiente familiar abrangendo diferentes membros da família e não somente a violência específica contra a mulher. Os dados foram coletados no período de julho a agosto de 2017 por meio de um instrumento previamente elaborado. Visando contemplar a análise quantitativa, foram realizados testes provenientes da estatística descritiva. Os dados foram digitados, revisados e codificados em um banco de dados construído com o programa Microsoft Excel e, posteriormente, transferidos para o software estatístico IBM SPSS Statistical versão 23. O macroprojeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), com parecer de no 42/2017 e sob o CAAE: 62448616.2.0000.5324. Os resultados estão apresentados por meio de três artigos científicos: A violência na família: uma análise a partir do modelo ecológico da violência; Caracterização das ocorrências de violência em famílias que vivem em territórios vulneráveis; e Possíveis impactos da violência familiar presenciada por filhos ou outros membros da família: estudo reflexivo. No primeiro, constata-se que é a associação entre as características pessoais dos membros da família com as características do território vulnerável que favorece o desenvolvimento de relações familiares violentas. No segundo, evidencia-se que a violência é motivada por conflitos familiares, sendo predominante a violência psicológica, registrada pelas vítimas, e ocorrendo nos territórios vulneráveis em que as famílias vivem. No terceiro, pode-se refletir acerca de dois temas, o vínculo entre a vítima e o agressor da violência e os possíveis impactos a quem presencia o ato violento e o tipo de violência praticada e os possíveis impactos a quem presencia o ato violento. Os resultados desta pesquisa permitem traçar um panorama da violência que acontece em famílias que vivem em territórios vulneráveis, viabilizando a melhoria da organização das práticas dos profissionais de saúde para o enfrentamento da violência. Elementos como as características pessoais, as características do território vulnerável e das ocorrências de violência possibilitam a elaboração de ações de saúde voltadas às reais necessidades das famílias.
- ItemForças da família na convivência com um de seus membros com transtorno mental(2010) Dias, Andrea Basilio; Silva, Mara Regina Santos daA reestruturação da assistência psiquiátrica no Brasil atribuiu à família papel fundamental no processo da reinserção social da pessoa com transtorno mental. Cabe a ela cuidar do seu familiar doente e incentivá-lo a recuperar a autonomia e a cidadania. Algumas famílias, diante das dificuldades impostas por tal papel, podem se desorganizar, ocasionando o rompimento dos laços familiares, o abandono, a negligência e a rejeição do familiar doente. Outras, ao contrário, mantêm as relações de apoio e afeto entre seus membros. Esse modo de funcionamento evidencia a existência de certas forças que as capacitam a administrar as adversidades apresentadas ao longo do processo de reinserção do familiar com transtorno mental. O objetivo do presente estudo é identificar as forças que capacitam às famílias das pessoas com transtorno mental a lidarem com as exigências que a convivência diária com o referido transtorno impõe. O Referencial Teórico utilizado é a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano, de Urie Bronfenbrenner, a qual possibilita visualizar as interações entre as pessoas no microcontexto familiar e em outros ambientes, entendendo que as mesmas são fundamentais no processo de reinserção social da pessoa com transtorno mental. Metodologia: trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória, desenvolvida com seis famílias de pessoas com transtorno mental vinculados a um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Todas expressaram sua concordância em participar do estudo através da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Distinguem-se por serem frequentadoras das reuniões destinadas ao atendimento dos familiares de usuários do CAPS e por realizarem algum tipo de atividade na comunidade na qual estão inseridas. Os dados foram coletados entre 2009 e 2010, através de entrevista semiestruturada e após, submetidos à Análise de Conteúdo. Os resultados, de um lado, apontaram como forças para essas famílias o tempo compartilhado, o afeto, os saberes acumulados na convivência com a pessoa com de transtorno mental, a igreja e o CAPS. Por outro lado, identificou-se que o modelo de assistência psiquiátrica asilar está sendo reproduzido no microcontexto de uma das famílias participantes do estudo, sem que tal prática seja visualizada pelos profissionais do CAPS. Conclui-se que as forças das famílias se manifestam no microcontexto e em outros ambientes nos quais a família interage; que elas possuem potencialidades, as quais, ao serem mobilizadas, tornam-nas competentes para lidar com as dificuldades do cotidiano. Considera-se o enfermeiro como profissional capaz de identificar os processos familiares pela possibilidade de inserção no contexto das famílias; nesse sentido, torna-se capaz de ajudá-las a manter o cuidado ao seu familiar doente e a criar um contexto favorável para a reinserção do mesmo e para a qualidade de vida das famílias que ainda não conseguiram alcançar o cuidado esperado.
- ItemGrupos comunitários adstritos à Estratégia Saúde da Família: estudo das características do processo criativo(2010) Bonow, Clarice Alves; Vaz, Marta Regina Cezar; Sant'Anna, Cynthia Fontella; Cardoso, Leticia Silveira; Silva, Mara Regina Santos daEste artigo objetivou identificar as características de grupos criativos comunitários adstritos à Estratégia Saúde da Família, a partir do modelo de processo criativo de Björkman. Os grupos criativos focados são aqueles organizados em torno do interesse comum no desenvolvimento de ambiência de ensino-aprendizado que resulta em um produto artístico. Os dados foram obtidos mediante observação do trabalho dos grupos estudados no período de agosto a dezembro de 2008. Foram realizadas dez observações do trabalho dos grupos estudados. Após análise, os dados foram agrupados ao redor de quatro subtemas: Composição do grupo; Organização do trabalho; Prática do grupo; e Participação da equipe da Estratégia Saúde da Família. Os resultados indicaram que o desenvolvimento de grupos criativos comunitários constituiu-se em uma intervenção que valoriza as potencialidades dos indivíduos e famílias envolvidos no processo, pois a produção de criatividade pode instrumentalizá-los a buscar melhorar a própria saúde e a de suas famílias.
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