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Federal do Rio Grande
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IE - Mestrado em Educação (Dissertações)

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    Leitura e escrita na Educação Infantil a partir do contexto das políticas nacionais (1996-2017)
    (2019) Brião, Eliane Costa; Nogueira, Gabriela Medeiros
    Esta dissertação apresenta uma pesquisa que busca responder a seguinte questão: De que modo a leitura e a escrita vêm sendo propostas no contexto das políticas nacionais para a Educação Infantil entre os anos de 1996 até 2017? Trata-se de uma pesquisa qualitativa (BOGDAN & BICKLEN, 1994), realizada por meio de análise documental (CELLARD, 2016). O período que compreende a pesquisa justifica-se porque em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases - LDB estabelece a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica e em 2017, a pré-escola foi incluída na formação de professores realizada no âmbito do Pacto Nacional para a Alfabetização na Idade Certa - PNAIC. Como fonte de pesquisa destaca-se os seguintes documentos nacionais produzidos para a Educação Infantil: o Parecer nº 22/98 e o Parecer nº 20/09 que estabelecem as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil - DCNEI, o Propostas Pedagógicas e Currículo em Educação Infantil, os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil - RCNEI (1998) e a coleção Leitura e Escrita na Educação Infantil (2016) produzidas com apoio do Ministério da Educação - MEC durante o governo de Dilma Rousseff. Nestes documentos, buscou-se identificar e analisar as concepções de leitura e escrita, a fim de reconhecer as continuidades e rupturas bem como, compreender o contexto político de produção e implementação destes documentos. Dos resultados, destaca-se que o documento Propostas Pedagógicas e Currículo em Educação Infantil apresenta críticas às práticas de alfabetização na Educação Infantil, que foram diagnosticadas no contexto da década de 1990. Contudo, nesta ocasião, o governo influenciado pela globalização e pautado pela lógica neoliberal, desconsiderou as críticas e as concepções propostas por este documento, inclusive estabelecendo troca de cargos da Coordenação Geral de Educação Infantil - COEDI/MEC. Com o intuito de atender aos interesses do governo, foram produzidos os RCNEI, com propostas que visam a sistematização da escrita, evidenciando uma concepção preparatória para alfabetização. Os RCNEI desconsideraram as orientações apresentadas no Parecer nº 22/98 das DCNEI, o qual foi produzido na mesma ocasião e tinha as diversas linguagens como proposta pedagógica para a Educação Infantil. Os RCNEI foram alvos de críticas de vários pesquisadores, entre eles, Cerisara (2005), Palhares e Martinez (2005), que identificaram problemas na linguagem e no conteúdo, e consideraram que o referido material não era adequado para Educação Infantil. Apesar das críticas, os RCNEI tornaram-se referência para a Educação Infantil. Um movimento similar, de ruptura política que envolve conflitos de concepções também ocorreu com a coleção Leitura e Escrita na Educação Infantil publicada em 2016. Esta coleção segue os pressupostos das DCNEI de 2009, com foco nas interações e brincadeiras e, propondo a linguagem escrita como uma das diversas linguagens a serem propiciadas na Educação Infantil. Na coleção, há ênfase na apropriação da cultura escrita por meio da leitura de livros, registros escritos, portadores de textos, entre outros, explicitando que a finalidade não é alfabetizar as crianças, e sim possibilitar o conhecimento dos meandros da escrita. No contexto de produção e implementação deste material, houve uma ruptura política devido ao impeachment da presidenta Dilma em 2016, isso resultou novamente na troca de cargos da COEDI. Os resultados da pesquisa demonstram que as concepções de leitura e de escrita de documentos nacionais para a Educação Infantil, estão atreladas à continuidade e/ou rupturas de políticas governamentais, indicando portanto, a vulnerabilidade que esta etapa da educação está sujeita.
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    A política de obrigatoriedade da frequência à pré-escola : efeitos para a Educação Infantil
    (2019) Braun, Flávia Lukasiunas; Mota, Maria Renata Alonso
    Esta dissertação tem por objetivo analisar quais estratégias têm sido adotadas para o cumprimento da lei federal nº 12.796 - lei que dispõe sobre a obrigatoriedade de frequência das crianças de 04 e 05 anos de idade à pré-escola - e quais são os efeitos dessas estratégias para a Educação Infantil. Esta pesquisa foi realizada com a utilização das contribuições de autores considerados pós-estruturalistas e é embasada nos estudos de Michel Foucault, dentre outros autores. Foi utilizado o conceito de governamento como ferramenta teórico-metodológica e a governamentalidade como grade de inteligibilidade. Foram utilizados como materiais de análise documentos legais - Lei que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências (Lei nº 13.005) e Lei que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 12.796) - e matérias de diferentes jornais ou revistas eletrônicas. Através da elaboração de três eixos de análise foi possível compreender as estratégias adotadas para o cumprimento da lei nº 12.796 e seus efeitos para a Educação Infantil. O primeiro eixo de análise apresenta a recorrência do discurso que defende o ingresso mais cedo para a escola e que aponta como positiva a lei 12.796. Também apresenta o papel da fala dos considerados experts nesses discursos. Assim, o primeiro achado da pesquisa evidencia a concepção de que entrar mais cedo para a escola é sinônimo de possibilidade de investimento em capital humano e, consequentemente, de maiores chances de sucesso no futuro. No segundo eixo, é evidenciado o segundo achado desta dissertação: a associação entre a obrigatoriedade da frequência com a gestão do risco social e o papel que a estatística assume no processo de mapear os grupos considerados de risco e de servir de embasamento para o argumento de que a escola traz inúmeros benefícios para a vida dos sujeitos. É discutido ainda como a estatística funciona como tecnologia de governo, ao impelir os sujeitos a agirem de determinada forma. No terceiro e último eixo de análise apresento as estratégias adotadas pelo Poder Público para atender o cumprimento da lei 12.796 evidenciando o quanto essas estratégias resultam em efeitos para as turmas de 0 a 03 anos de idade. Os achados deste eixo revelam que esses efeitos são diversos: fechamento de turmas de berçário, falta de profissionais qualificados nas turmas de berçário, proliferação de propostas como a creche domiciliar, redução do horário de atendimento de algumas turmas integrais da Educação Infantil, parceria público-privada para garantir vagas para crianças da Educação Infantil, etc. Também problematizo como os discursos que sustentam determinadas estratégias refletem um deslocamento em direção à uma perspectiva mais assistencialista para as turmas de 0 a 03 anos de idade. No decorrer das discussões dos eixos é possível perceber a presença da lógica neoliberal que aciona os sujeitos a investirem em sua educação para que, no futuro, tenham condições de inserção e competição no jogo econômico.
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    O curso de Pedagogia e a formação de professores para a Educação Infantil
    (2018) Bonilha, Aline Marques; Mota, Maria Renata Alonso
    Este trabalho visa apresentar a Dissertação de Mestrado em Educação, do Programa de Pós-graduação em Educação, da Universidade Federal do Rio Grande - FURG. A pesquisa, de cunho qualitativo, tem por objetivo compreender o lugar da Educação Infantil e, mais especificamente, da educação das crianças de zero a três anos nos currículos dos cursos de Pedagogia das Universidades Federais brasileiras e que discursos de verdade produzem nos processos de formação inicial dos pedagogos. O trabalho está dividido em quatro capítulos nos quais apresentei alguns aspectos relevantes sobre minha trajetória acadêmica, encaminhando para uma reflexão da perspectiva do estudo, pontuando alguns aspectos referentes ao pós-estruturalimo, a partir de algumas aproximações com o pensamento de Michel Foucault. Destaquei o governamento como a ferramenta teórico-metodológica desta pesquisa, explicitei algumas questões relacionadas à constituição do sujeito infantil e da Educação Infantil como produções culturais, o surgimento das instituições de atendimento à infância, das creches e escolas de Educação Infantil no Brasil até sua legalização como primeira etapa da Educação Básica, bem como alguns aspectos que dizem respeito à constituição dos cursos de Pedagogia no Brasil. Para finalizar, evidenciei as análises realizadas nesta Dissertação, apresentando dois eixos, onde o primeiro visa destacar a visibilidade/invisibilidade da Educação Infantil nos cursos de Pedagogia das Universidades Federais Brasileiras na perspectiva de formação de um pedagogo generalista. Neste eixo, percebi, a partir dos materiais que foram analisados, que os cursos de Pedagogia ainda se apresentam frágeis quanto à formação dos professores para Educação Infantil, pois tendo que dar conta de uma formação ampla, acabam enviesando para uma formação generalista, gerando algumas disputas de poder no currículo e estratégias para o governamento dos professores em formação. No segundo eixo de análise, apresentei as considerações acerca do lugar da educação das crianças de zero a três anos nos cursos de Pedagogia de Universidades Federais Brasileiras. Refleti que os cursos de Pedagogia estão dando pouco destaque para as crianças desta faixa etária, pois ao analisar as ementas e os Projetos Pedagógicos dos cursos, nos quais possuía o material, encontrei um número pequeno de disciplinas e Universidades que destaquem a formação de professores para este trabalho. Isto me levou a reflexão sobre as relações de poder que estão imbricadas nos currículos dos cursos, pois partindo para uma formação generalista, aspectos que caracterizam crianças de diferentes idades que necessitam ser destacados, não estão sendo priorizados na formação dos professores, apontando o currículo como um aporte importante para gerenciar as escolhas e prioridades para a formação. Assim, fui percebendo, como os currículos configuram-se como formas de governamento nos processos de formação inicial, realizando escolhas e priorizando alguns aspectos mais que outros.
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    As propostas pedagógicas das escolas municipais de educação infantil do município de Bagé-RS a partir da implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
    (2017) Nunes, Lenise Maraschin; Gonçalves, Suzane da Rocha Vieira
    A presente dissertação de mestrado está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGEDU da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, na linha de pesquisa Espaços e tempos educativos. A investigação aqui proposta tem por objetivo compreender o processo de readequação das Propostas Pedagógicas das escolas de Educação Infantil do município de Bagé- RS, a partir da análise da implementação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diante disso, a investigação aqui apresentação propõe-se compreender de que forma as DCNEIs estão presentes na readequação dos PPPs das escolas municipais de Educação Infantil, quais pressupostos teórico-metodológicos foram utilizados durante esse processo de readequação e como ocorreu a implementação das novas DCNEIs nas Propostas Pedagógicas das escolas. Em sua realização, a pesquisa procurou evidenciar de que maneira os PPPs das dezesseis escolas pesquisadas de Educação Infantil implementam as DCNEIs nas concepções de seus projetos pedagógicos. A pesquisa realizou-se em uma abordagem qualitativa, que de acordo com Bogdan e Biklen (1994), exige que o mundo seja examinado de maneira que nada seja comum, trivial. Como procedimento metodológico, foi empregado a análise documental que para Ludke e André (2012), pode se constituir em uma técnica valiosa de abordagem de dados qualitativos. A ferramenta utilizada para coletar os dados empíricos da investigação foi o questionário que para Lakatos e Marconi (2003), é um instrumento constituído por uma série de perguntas que deverão ser respondidas sem a presença do pesquisador. Este instrumento buscou obter dados quantitativos e qualitativos para responder as questões que dão significado a pesquisa, tais como: o tempo de atuação na área, gênero, idade, assim como, a forma de participação no processo de conhecimento das novas DCNEIs e da readequação dos PPPs ao novo ordenamento legal. Levando em consideração o que diz a LDB 9394/96 em relação a Educação Infantil ser a primeira etapa da Educação Básica e nas diretrizes a criança ser considerada como centro do planejamento curricular, sujeito histórico e de direitos. Foi a partir dos dados recolhidos e das análises realizadas que buscamos verificar se as novas diretrizes realmente estavam presentes nas concepções de educação e criança presentes nos PPPs das escolas de Educação Infantil, da mesma maneira que buscamos quais pressupostos teórico-metodológicos foram empregados para embasar as teorias utilizadas na readequação das propostas, tendo em vista as orientações claras que as DCNEIs trazem sobre o trabalho pedagógico a ser realizado com as crianças pequenas. Para garantir o mesmo caminho que percorre as diretrizes, utilizamos autores que dão significado à infância, como Philippe Ariès (1981), Moysés Khulmann Jr., que ponderam sobre a criança ser o centro do planejamento. Autores como: Barbosa (2006; 2009), Kramer (1987; 2004), Veiga (1995; 2003; 2009) e Ostetto (2000) sobre a questão da proposta pedagógica como processo democrático e participativo. Ao concluirmos a investigação, identificamos que as concepções de criança, educação e projeto político-pedagógico estão de alguma forma em consonância com o que preconizam as diretrizes, entretanto, nos PPPs as diretrizes são pouco citadas. Alguns aspectos que estão nas DCNEIs aparecem nos PPPs, porém não ficando claro sua relação com as diretrizes. Percebemos que ainda é necessário uma adequação desses documentos que irão nortear um caminho para as práticas pedagógicas dos professores e o trabalho de gestão das escolas de Educação Infantil, tendo em vista a grande importância do trabalho realizado nessa etapa da Educação e sua repercussão na sociedade.
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    Criança e arte: expressão da cultura regional em um ambiente de aprendizagem em arte de uma escola municipal de educação infantil de Rio Grande/RS
    (2016) Quadros, Lígia Maria Oliveira de; Nogueira, Gabriela Medeiros
    Esta dissertação buscou identificar a presença dos aspectos da cultura regional nas situações cotidianas vivenciadas por um grupo de crianças de quatro anos de idade no Ambiente de Aprendizagem em Artes e Ciências Naturais da EMEI Oscar de Moraes, pertencente à rede municipal do Rio Grande (RS). A proposição da investigação partiu da mudança proposta pela Lei Federal nº 12.287/2010, que alterou o segundo parágrafo do artigo 26 da LDB 9394/96. A nova redação estabelece que O ensino de arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos (BRASIL, 2010, p. 1). Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, tendo o estudo de caso como importante elemento de compreensão do ambiente pesquisado e a observação e o registro em caderno de campo como as estratégias utilizadas para a produção de dados. A inserção no Ambiente de Aprendizagem em Artes e Ciências Naturais da EMEI Oscar de Moraes permitiu identificar a utilização desse ambiente para registro, através de diferentes modos e linguagens do trabalho realizado com projetos, e também a possibilidade de descobertas e brincadeiras por meio das produções e criações artísticas das crianças. A análise dos dados foi realizada com base nos seguintes autores: Derdyk (1990), Richter (2004), Edwards (1999), Duarte Júnior (1981), Horn (2007), Ostetto (2000), Rinaldi (2012), Cunha (2014), Brougère (1998), Bertoni (2014). Os resultados expressaram que a presença da família na escola pode ser considerada uma das formas de inserção da cultura regional na escola, promovendo a convivência com diferentes pessoas e ampliando, dessa forma, o repertório de vivências e aprendizados das crianças. Os resultados também evidenciaram a presença da utilização das datas comemorativas nas situações cotidianas do Ambiente de Aprendizagem em Arte e Ciências Naturais, levando em consideração, nesse aspecto, a documentação abordada no estudo e os referenciais utilizados; considerei também como uma possibilidade de inserção e apropriação da cultura regional na escola.
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    A avaliação na educação infantil - reflexões sobre a perspectiva de uma professora do município do Rio Grande/RS a partir dos relatórias de avaliação
    (2015) Prado, Gabriela Ortiz; Nogueira, Gabriela Medeiros
    A presente dissertação, intitulada "A avaliação na Educação Infantil - Reflexões sobre a perspectiva de uma professora do município do Rio Grande/RS a partir dos relatórios de avaliação" teve como objetivo compreender a avaliação na Educação Infantil a partir da perspectiva de uma professora de Educação Infantil. A escolha da temática justifica-se pelo fato de que a avaliação na Educação Infantil vem recebendo destaque no cenário nacional e por que se fazem necessárias pesquisas e estudos que se proponham a conhecer e problematizar a avaliação nesta etapa da educação. A opção teórica, com foco na avaliação na Educação Infantil, foi centrada nos estudos de Barbosa (2006; 2008) Hoffmann (2003, 2011, 2014), Bondioli e Bechi (2003), Bondioli e Sávio (2013), Bondioli (2004), Guimarães e Oliveira (2014) que apontam a avaliação como um processo que envolve diversas áreas e sujeitos do contexto educativo, com foco no desenvolvimento da criança através de acompanhamento da mesma e de reflexão sobre o que lhe é ofertado. Esta dissertação contemplou uma pesquisa bibliográfica sobre a legislação brasileira, no que tange à avaliação na Educação Infantil; sobre a documentação disponibilizada pelo Ministério da Educação, com foco nas orientações sobre avaliação na Educação Infantil e, sobre perspectivas teóricas com base nos autores citados anteriormente. De natureza qualitativa, teve como método de investigação o Estudo de Caso, que contou com um universo de pesquisa composto por uma turma de pré-escola Nível II, sendo realizada uma análise documental a partir de dezesseis "Relatórios de avaliação" de turma e individuais, elaborados pela professora durante o ano letivo. Os relatórios analisados indicam um trabalho "solitário" do professor em relação ao grupo de crianças. Não foi possível evidenciar um movimento coletivo entre o grupo de professores e a coordenação da escola, no que tange a discussão e a reflexão sobre a elaboração e constatações expressas nos relatórios. A pesquisa revelou, que temos um grande desafio pela frente no que se refere a concepção e realização da avaliação da e na Educação Infantil, pensando nas implicações que ambas têm entre si.
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    Práticas de letramento de uma turma de pré-escola em uma escola do campo no município do Rio Grande - RS
    (2015) Bueno, Leticia de Aguiar; Nogueira, Gabriela Medeiros
    Esta dissertação apresenta resultados de uma pesquisa, que teve por objetivo conhecer as práticas de letramento desenvolvidas pelas crianças e pela professora de uma turma de pré-escola, em uma escola municipal da cidade de Rio Grande - RS. Para isso, utilizei como perspectiva metodológica a abordagem qualitativa, seguindo os princípios da etnografia a partir dos pressupostos de Ameigeiras (2007) e Guber (2014) e da pesquisa etnográfica com crianças, seguindo os princípios da Sociologia da Infância (CORSARO, 2009; 2009a; 2011). Como perspectiva teórica utilizo as contribuições de Street (2003; 2006; 2009; 2010), no que diz respeito ao letramento entendido como práticas de leitura e escrita socialmente situadas, Soares (2003a) e Castanheira (2014), principalmente no que se refere ao conceito de letramento escolar. Baptista (2010; 2010ª; 2014), Brandão e Leal (2011) e Brandão e Rosa (2011) sobre as práticas de leitura e escrita na Educação Infantil e Arroyo (2007; 2010; 2011), Fernandes, Cerioli e Caldart (2011) e Silva, Pasuch e Silva (2012) referentes à Educação do Campo e à Educação Infantil do Campo. A pesquisa foi desenvolvida ao longo do ano de 2014, em uma turma de pré-escola, que frequentava a Escola Municipal Apolinário Porto Alegre, localizada no distrito da Ilha dos Marinheiros, interior do município de Rio Grande - RS, através de pesquisa participante, observação e registro através de caderno de anotações, diário de campo, filmagens, fotografias e entrevistas não-diretivas. Os resultados da pesquisa indicaram a existência de dois eixos principais nas práticas letradas do grupo investigado: i) a oralidade e ii) a interação. A partir da constatação desses dois eixos, foi possível perceber que a principal (mas não a única) prática de letramento desenvolvida pela turma era uma atividade por eles denominada de "Rodinha", na qual foi possível perceber a constituição de uma identidade do grupo que, dentro do contexto de sala de aula, construiu sua rotina de forma organizada e significativa para os integrantes do mesmo. A escrita, nessas situações, possibilitou a construção e a instituição de papéis dentro da organização do grupo, demonstrando que as práticas letradas da turma não apenas funcionam como suporte, mas como constitutivo de uma organização social, estabelecendo papéis e funções a partir de seus usos e demandas em diferentes situações. Considero, portanto, que a observação das práticas letradas aqui apresentadas demonstraram que não há um direcionamento específico nas ações da professora voltada para os aspectos relacionados ao contexto do campo, e à realidade em que as crianças estão inseridas. Entretanto, as práticas de letramento da turma de pré-escola, estão intimamente relacionadas com uma cultura constituída pelo grupo e que, portanto, perpassa aspectos da cultura local, uma vez que as crianças são sujeitos desse contexto cultural e, por sua vez, estão permeadas por aspectos da realidade em que estão inseridas, o campo.
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    Linguagens infantis: as infâncias vividas nos momentos do brincar na educação infantil
    (2015) Vargas, Vanessa Alves; Pereira, Vilmar Alves
    A presente dissertação, intitulada "Linguagens infantis: As infâncias vividas nos momentos do brincar na Educação Infantil", está inserida na linha de pesquisa "Educação, Linguagens e Utopias", do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal do Rio Grande - PPGEDU/FURG. Este estudo tem como pergunta de pesquisa a seguinte questão: Como um grupo de crianças, do CAIC de São José do Norte, vivencia suas infâncias nos momentos do brincar na Educação Infantil? Para o aprofundamento desta questão de estudo, foram utilizados alguns teóricos do campo dos estudos da infância, dentre eles: Corsaro (2009;2011); Graue e Walsh (2003) e Sarmento (2005,2008); os quais nos auxiliaram a pensar na questão pesquisada e nos subsidiaram teoricamente. O contexto do estudo ocorreu na Educação Infantil do CAIC, no município de São José do Norte, sendo os sujeitos de pesquisa dezesseis (16) crianças do nível II da Educação Infantil com faixa etária de cinco e seis anos. O objetivo desta investigação foi compreender como esse grupo de crianças vivencia suas infâncias na Educação Infantil especificamente no tempo/espaço do brincar. A abordagem escolhida para este estudo centrou-se na pesquisa qualitativa, na qual o pesquisador preocupa-se com o processo e não simplesmente com os resultados finais, valorizando e buscando compreender os fenômenos estudados a partir dos sujeitos participantes da pesquisa. A metodologia se aproxima da etnografia com crianças, Graue e Walsh (2003), por ser uma abordagem que oportuniza às crianças expressarem suas manifestações infantis com liberdade e autonomia em seu próprio contexto local. A produção dos dados processou-se por observações participantes, na pracinha, no saguão da mesma e na sala da turma. Foi feita a gravação de áudio e vídeo das brincadeiras das crianças, conversas com as mesmas, escritas no diário de campo, e pesquisas em documentos da Educação Infantil do CAIC e da história do município de São José do Norte. Para a interpretação dos dados produzidos, utilizamos a Análise de Conteúdo com referência em Laurence Bardin (2011), essa técnica de análise de dados não é especifica para o universo infantil, porém a utilizamos neste estudo por entendermos que a análise de conteúdo contribui para a construção de significados a partir do dado, além de possibilitar ao pesquisador compreender o fenômeno estudado a partir dos sujeitos pesquisados. Assim, através das categorias de análise: A influência da mídia nas brincadeiras das crianças; Conflitos e amizades na cultura de pares; Cotidiano e histórias de vida; Papéis sociais, ludicidade e imaginação na cultura de pares; Estratégias de inserção no grupo e a pesquisadora como participante nas buscas de dados, compreendemos que as crianças não expressam suas infâncias por meio de uma única linguagem, mas através de suas múltiplas e diferentes linguagens. Sendo assim, inferimos que a infância é vivida nas linguagens e pelas linguagens.
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    A participação infantil no cotidiano da escola: crianças com voz e vez
    (2014) Bastos, Lilian Francieli Morais de; Chaigar, Vania Alves Martins
    A presente dissertação centra-se no estudo da participação infantil no cotidiano escolar, mais precisamente, das instituições de Educação Infantil. Para tanto, assumo como fundamental perceber a criança enquanto ator social, produtor de cultura e a infância como uma categoria social, geracional. O objetivo principal deste estudo é compreender quais as formas de participação de um grupo de crianças que compõe a turma de nível II, com 5 e 6 anos de idade, da Escola Municipal de Educação Infantil Tia Luizinha, a partir de suas manifestações no cotidiano escolar, buscando perceber quais são os momentos da rotina que as crianças percebem que participam, o que elas pensam sobre esses momentos e como os significam. Para tanto, o referencial teórico-metodológico utilizado para dialogar com esta investigação é oriundo da perspectiva da Sociologia da Infância (SARMENTO, 1997; 2000; 2007, CORSARO 2011, DELGADO, 2004; 2007), que percebem as crianças como sujeitos de direitos, capazes de participar/opinar sobre o meio no qual estão inseridas. Trata-se de uma pesquisa sobre o contexto escolar, cuja metodologia busca inspirações etnográficas, ou seja, é o cotidiano com as crianças, narrado por quem tornou-se ator desta pesquisa, juntamente com elas. Neste sentido, cabe ressaltar que é um processo investigativo COM crianças e não sobre elas. Os principais instrumentos metodológicos utilizados foram a observação, a escuta, os registros, os desenhos das crianças e suas falas. No tratamento dos dados que foram sendo gerados no percorrer da pesquisa, percebi a emergência de duas categorias de análise: a participação das crianças na RODA DE CONVERSA e no PÁTIO da escola. Neste sentido, estabeleço relação entre a infância e os espaços por elas escolhidos como sendo de maior participação, vindo a encontrar eco nos estudos da Geografia da Infância (LOPES, 2008). Foi possível perceber o quanto as crianças atribuem sentidos muito particulares aos espaços nos quais se inserem. A roda de conversa, configurava-se como um espaço/tempo dialógico do cotidiano, porém, ainda muito vinculada com a presença marcante do adulto-orientador. No pátio da escola, em especial, na pracinha, a participação infantil esteve intimamente relacionada a autonomia das crianças e as possibilidades de escolha que ali se apresentavam. Considero que os resultados deste estudo possam contribuir com as propostas pedagógicas das escolas da infância, no sentido acolher as manifestações das crianças, para assim, torná-las cada vez mais coautoras das ações pedagógicas.
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    Criança e arte: expressão da cultura regional em um ambiente de aprendizagem em arte de uma escola municipal de educação infantil de Rio Grande/RS
    (2016) Quadros, Lígia Maria Oliveira de; Nogueira, Gabriela Medeiros
    Esta dissertação buscou identificar a presença dos aspectos da cultura regional nas situações cotidianas vivenciadas por um grupo de crianças de quatro anos de idade no Ambiente de Aprendizagem em Artes e Ciências Naturais da EMEI Oscar de Moraes, pertencente à rede municipal do Rio Grande (RS). A proposição da investigação partiu da mudança proposta pela Lei Federal nº 12.287/2010, que alterou o segundo parágrafo do artigo 26 da LDB 9394/96. A nova redação estabelece que ―O ensino de arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos‖ (BRASIL, 2010, p. 1). Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, tendo o estudo de caso como importante elemento de compreensão do ambiente pesquisado e a observação e o registro em caderno de campo como as estratégias utilizadas para a produção de dados. A inserção no Ambiente de Aprendizagem em Artes e Ciências Naturais da EMEI Oscar de Moraes permitiu identificar a utilização desse ambiente para registro, através de diferentes modos e linguagens do trabalho realizado com projetos, e também a possibilidade de descobertas e brincadeiras por meio das produções e criações artísticas das crianças. A análise dos dados foi realizada com base nos seguintes autores: Derdyk (1990), Richter (2004), Edwards (1999), Duarte Júnior (1981), Horn (2007), Ostetto (2000), Rinaldi (2012), Cunha (2014), Brougère (1998), Bertoni (2014). Os resultados expressaram que a presença da família na escola pode ser considerada uma das formas de inserção da cultura regional na escola, promovendo a convivência com diferentes pessoas e ampliando, dessa forma, o repertório de vivências e aprendizados das crianças. Os resultados também evidenciaram a presença da utilização das datas comemorativas nas situações cotidianas do Ambiente de Aprendizagem em Arte e Ciências Naturais, levando em consideração, nesse aspecto, a documentação abordada no estudo e os referenciais utilizados; considerei também como uma possibilidade de inserção e apropriação da cultura regional na escola