IE - Programa de Pós - Graduação em Educação Ambiental
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Resultados da Pesquisa
- ItemEducação ambiental no cotidiano da infância: o cenário litorâneo sob a ótica das crianças(2024) Anastacio, Gabriela Toledo de; Garcia, Narjara MendesO presente trabalho apresenta uma investigação que contribui para o Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental (PPGEA) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) na área de Ensino e Formação de Professores(as). Como objetivo buscamos compreender como é a relação das crianças pertencentes à zona litorânea a partir do brincar na natureza para potencializar ações do campo da Educação Ambiental e, para tanto, investigamos as crianças interagindo nos cenários interligados pela Laguna dos Patos, no município do Rio Grande, no Estado do Rio Grande do Sul. Assim, buscamos embasamentos teóricos para a percepção sobre os cenários, as crianças e a Educação Ambiental, perpassando principalmente pelas abordagens que compreendem essa dinâmica, de autores que dialogam com as principais temáticas abordadas, como Tim Ingold (2012; 2015; 2016; 2020), Valéria Iared (2017; 2019; 2022), Walter Benjamin (2009), Lea Tiriba (2005; 2010; 2018; 2019; 2021), dentre outros que contribuirão para o desenvolvimento da pesquisa. O caminho metodológico que iremos percorrer será pela abordagem qualitativa de cunho etnográfico, sendo que a pesquisadora construiu a investigação com as crianças, percebendo-as no seu espaço e interagindo com os cenários, e, assim, entendendo-as como um todo, uma unidade. A coleta de dados é mediada pelas (eco)narrativas que contribuem para percebermos os movimentos e afetividades construídas nestes cenários. As categorias que surgiram por meio das observações foram as seguintes: Interações com os elementos e seres da natureza; brincar no cenário; transformação do ambiente e curiosidade da criança. Compreendermos a relação que as crianças constroem com o lugar, ou mesmo as inspirações afetivas que estas provocam nas crianças, é um caminho para refletirmos sobre a Educação Ambiental no cotidiano das crianças. Os cenários são potencialmente essenciais para a construção de aprendizagens que possuam sentidos por meio da caminhada e propulsão do sentimento de pertencimento.
- ItemExploração sexual de crianças e adolescentes e as redes de proteção: um estudo socioambiental na cidade do Rio Grande(2024-01-24) Vega, Luciana Barbosa da Silva; Paludo, Simone dos SantosA exploração sexual de crianças e adolescentes (ESCA) é uma realidade em diversas regiões e territórios brasileiros. Devido à vulnerabilidade socioambiental do município de Rio Grande, que tem na atividade portuária a sua principal atividade econômica, uma reflexão sobre o envolvimento de crianças e adolescentes com o mercado do sexo deve ser priorizada. Diante dessa realidade, o presente estudo buscou compreender a ESCA no município do Rio Grande, e segue a linha de pesquisa da Educação Ambiental Não Formal, utilizando como método a Inserção Ecológica. Para isso, dois estudos foram propostos. O Estudo I teve como objetivo mapear a realidade da exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade do Rio Grande e identificar a rede de proteção construída no município para o enfrentamento dessa violação. Uma versão adaptada do protocolo de mapeamento foi aplicada a três conselheiras tutelares, cada uma representando uma microrregião I, II e III e a uma representante do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). O estudo II teve como objetivo investigar a percepção da vitima de exploração sexual sobre a violação propriamente dita e o seu conhecimento, acesso e avaliação da rede de proteção existente. Nessa etapa participaram cinco meninas com faixa etária de 11 a 17 anos que cumpriram os seguintes critérios: sexo feminino ou masculino, idade até 18 anos e envolvimento em alguma forma de exploração sexual (prostituição, turismo sexual, pornografia, tráfico para fins sexuais). Entrevistas semi estruturadas foram realizadas com as participantes. Os dados foram submetidos a análises quantitativas e qualitativas. Dentre os principais resultados obtidos no Estudo I, é possível destacar que existem registros da ESCA no município do Rio Grande, apesar do silêncio mantido quanto essa violência. Também existe uma rede destinada ao atendimento dessa demanda, porém os serviços contatados a percebem de forma confusa quanto ao papel que cada instituição desempenha na proteção integral da criança e do adolescente. Já os dados obtidos no Estudo II evidenciaram que as vítimas não percebem a condição de violação, favorecendo a manutenção e perpetuação da exploração. A rede é desconhecida para as vítimas, as meninas não reconheceram a atuação e articulação desses serviços, mesmo já tendo sido acolhida por eles. Os estudos I e II demonstraram que a exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade do Rio Grande é uma realidade que se mantém silenciosa e velada que desafia os serviços que compõem a rede de proteção e exige uma reflexão sob a sua forma de ação e articulação no enfrentamento da exploração sexual, para que sejam reconhecidos principalmente pelas vítimas da ESCA. Esse reconhecimento é fundamental para que estratégias sejam articuladas e intervenções realizadas em sua efetividade.
- ItemManifestações culturais e ambientais das crianças nos espaços de recreação do CAIC/FURG: contribuições para a Educação Ambiental(2012) Vieira, Belissa Saadi; Caporlíngua, Vanessa Hernandez; Delgado, Ana Cristina CollPor compreender a Educação Infantil como lugar de culturas, saberes, diálogos, compartilhamentos, descobertas, pesquisa, histórias, memórias, vida, cidadania, entre várias outras questões diretamente relacionadas com a Educação Ambiental esta dissertação procura contribuir com os debates sócio-ecológico-ambientais. Trata-se de uma investigação etnográfica com crianças realizada nos espaços de recreação da Educação Infantil do CAIC/FURG. O foco da pesquisa é a compreensão das manifestações culturais e ambientais das crianças nos recreios. Os objetivos são analisar pelas brincadeiras, gestos, falas e atitudes, evidências da presença destas manifestações entre as crianças e compreender suas relações, sentimentos e significações nos espaços de recreação, caracterizados como ambientes e territórios. O referencial teórico que subsidia a pesquisa contou com o entrelaçamento das discussões da Educação Ambiental, Geografia da Infância e Sociologia da Infância. Os principais instrumentos de pesquisa utilizados foram registros audiovisuais, observações, diários de campo e entrevistas com pequenos grupos de crianças. No tratamento dos dados gerados pela pesquisa de campo recortei os seguintes eixos de análise: As amizades, os amores, o cuidado; os episódios de conflitos e disputas entre as crianças; a mídia e as novas tecnologias presentes nas manifestações culturais e ambientais. Foi possível perceber que as manifestações culturais das crianças são construídas pelas relações e influências do meio ambiente, pelas culturas adultas e pelas culturas de pares. Buscou-se uma articulação entre infância e Educação Ambiental, para além da preservação e da conscientização, com ênfase nas questões que dizem respeito às culturas, às relações sociais e descobertas das crianças, percebidas como atores sociais enquanto vivem e participam das transformações globais. Os conflitos e disputas apareceram nas brincadeiras, nas conversas e principalmente nas relações de amizade e amor. Com efeito, as crianças estabelecem suas regras de convivência e respeito e compartilham valores e pontos de vista quando se organizam ou se desorganizam. Enquanto protagonistas de suas culturas, elas também estabelecem acordos e fortalecem seus laços afetivos. Quanto a mídia e as novas tecnologias, observa-se que há uma inserção das culturas tecnológicas e televisivas nas culturas infantis, mas nas suas brincadeiras, as crianças ressignificam personagens de filmes, desenhos e novelas e transformam valores e saberes veiculados pela mídia. A ocupação de três espaços nos momentos de recreio revelou o quanto as crianças exploram e transformam estes ambientes e territórios, ultrapassando os lugares que lhes são destinados pelos adultos.
- ItemFalar sobre "sexo" é proibido professora?: problematizando entendimentos de sexualidade com crianças dos anos iniciais(2024-01-24) Oliveira, Lucilaine dos Santos; Ribeiro, Paula Regina CostaNesta dissertação problematizo as narrativas de um grupo de crianças da 4ª série do Ensino Fundamental de uma escola municipal da cidade do Rio Grande/RS sobre as questões de corpos, gêneros e sexualidades. O estudo fundamenta-se em teorizações que conceituam sexualidade como uma construção sócio-histórica e cultural que inscreve comportamentos, linguagens, valores, rituais, fantasias, representações mobilizadas ou postas em ação, através de práticas sociais, culturais, políticas e históricas, para expressar desejos e prazeres. Discuto que dentre as múltiplas possibilidades de práticas educativas na Educação Ambiental estão aquelas que visam problematizar a sexualidade enquanto dispositivo de constituição do sujeito. Sujeito esse que é parte integrante do meio ambiente e tem sua subjetividade produzida através de uma rede de relações e práticas culturais. Neste estudo, dialoguei com autores/as como: Felix Guatari, Michèle Sato, Isabel de Carvalho, Guacira Louro, Leni Dornelles Paula Ribeiro, Constantina Xavier Filha, Michel Foucault, Sônia Kramer, entre outros/as. Dentre as possibilidades metodológicas para o desenvolvimento deste estudo, optei pela investigação narrativa que é uma metodologia de investigação que estuda a forma como nós, seres humanos, experimentamos o mundo. Baseada na experiência, na qualidade de vida e de educação dos sujeitos da pesquisa, esse tipo de investigação é situada em uma abordagem qualitativa. Para a produção do material empírico foram planejadas estratégias que articulassem situações de aprendizagem no espaço da sala de aula e expressão de ideias, através de rodas de conversa, da escrita de diários, de desenhos, de dramatizações, de brincadeiras, dentre outras atividades. Ao narrar o processo de pesquisa produzi, no contexto desta dissertação, treze diários construídos no entrelaçamento de muitas vozes que discutem as temáticas: infâncias, corpos, gêneros, sexualidades, Educação para a Sexualidade e Educação Ambiental e procuram mostrar através das histórias apresentadas, possibilidades de pensar, tratar, se relacionar e aprender com as crianças, ao problematizar significados e representações produzidas pelas mesmas. Este estudo possibilitou-me entender que embora as crianças considerem importante o tratamento das questões que envolvem a sexualidade na escola, as mesmas reivindicam, também, no ambiente familiar, um espaço de abertura e diálogo que contemplem seus interesses, dúvidas, inquietações e curiosidades. A aprovação do trabalho de Educação para a Sexualidade na escola, bem como o entendimento de que esse é o ambiente mais indicado para que o mesmo ocorra, foi percebida nas narrativas produzidas pelas crianças e também pelas famílias, que demonstraram interesse e desejo de que esses temas sejam abordados na escola. A partir das análises feitas, foi possível entender que as crianças expressam a sexualidade através das brincadeiras, dos modos como se relacionam com seus pares, através das conversas, dos questionamentos, dos desenhos, das formas como dançam e dos modos de pensar e agir construídos no contato com diferentes instâncias como a família, a escola, as religiões e com diferentes pedagogias culturais como as músicas, os filmes, as novelas, os anúncios publicitários, os sites da internet, os programas de televisão e rádio, as revistas, dentre outros que produzem os corpos infantis e neles inscrevem marcas e identidades, posicionando-os nos múltiplos contextos sociais.
- ItemExploração sexual de crianças e adolescentes e as redes de proteção: um estudo socioambiental na cidade do Rio Grande(2011) Vega, Luciana Barbosa da Silva; Paludo, Simone dos SantosA exploração sexual de crianças e adolescentes (ESCA) é uma realidade em diversas regiões e territórios brasileiros. Devido à vulnerabilidade socioambiental do município de Rio Grande, que tem na atividade portuária a sua principal atividade econômica, uma reflexão sobre o envolvimento de crianças e adolescentes com o mercado do sexo deve ser priorizada. Diante dessa realidade, o presente estudo buscou compreender a ESCA no município do Rio Grande, e segue a linha de pesquisa da Educação Ambiental Não Formal, utilizando como método a Inserção Ecológica. Para isso, dois estudos foram propostos. O Estudo I teve como objetivo mapear a realidade da exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade do Rio Grande e identificar a rede de proteção construída no município para o enfrentamento dessa violação. Uma versão adaptada do protocolo de mapeamento foi aplicada a três conselheiras tutelares, cada uma representando uma microrregião I, II e III e a uma representante do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). O estudo II teve como objetivo investigar a percepção da vitima de exploração sexual sobre a violação propriamente dita e o seu conhecimento, acesso e avaliação da rede de proteção existente. Nessa etapa participaram cinco meninas com faixa etária de 11 a 17 anos que cumpriram os seguintes critérios: sexo feminino ou masculino, idade até 18 anos e envolvimento em alguma forma de exploração sexual (prostituição, turismo sexual, pornografia, tráfico para fins sexuais). Entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com as participantes. Os dados foram submetidos a análises quantitativas e qualitativas. Dentre os principais resultados obtidos no Estudo I, é possível destacar que existem registros da ESCA no município do Rio Grande, apesar do silêncio mantido quanto essa violência. Também existe uma rede destinada ao atendimento dessa demanda, porém os serviços contatados a percebem de forma confusa quanto ao papel que cada instituição desempenha na proteção integral da criança e do adolescente. Já os dados obtidos no Estudo II evidenciaram que as vítimas não percebem a condição de violação, favorecendo a manutenção e perpetuação da exploração. A rede é desconhecida para as vítimas, as meninas não reconheceram a atuação e articulação desses serviços, mesmo já tendo sido acolhida por eles. Os estudos I e II demonstraram que a exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade do Rio Grande é uma realidade que se mantém silenciosa e velada que desafia os serviços que compõem a rede de proteção e exige uma reflexão sob a sua forma de ação e articulação no enfrentamento da exploração sexual, para que sejam reconhecidos principalmente pelas vítimas da ESCA. Esse reconhecimento é fundamental para que estratégias sejam articuladas e intervenções realizadas em sua efetividade.
- ItemExploração sexual de crianças e adolescentes e as redes de proteção: um estudo socioambiental na cidade do Rio Grande.(2011) Vega, Luciana Barbosa da Silva; Paludo, Simone dos SantosA exploração sexual de crianças e adolescentes (ESCA) é uma realidade em diversas regiões e territórios brasileiros. Devido à vulnerabilidade socioambiental do município de Rio Grande, que tem na atividade portuária a sua principal atividade econômica, uma reflexão sobre o envolvimento de crianças e adolescentes com o mercado do sexo deve ser priorizada. Diante dessa realidade, o presente estudo buscou compreender a ESCA no município do Rio Grande, e segue a linha de pesquisa da Educação Ambiental Não Formal, utilizando como método a Inserção Ecológica. Para isso, dois estudos foram propostos. O Estudo I teve como objetivo mapear a realidade da exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade do Rio Grande e identificar a rede de proteção construída no município para o enfrentamento dessa violação. Uma versão adaptada do protocolo de mapeamento foi aplicada a três conselheiras tutelares, cada uma representando uma microrregião I, II e III e a uma representante do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). O estudo II teve como objetivo investigar a percepção da vitima de exploração sexual sobre a violação propriamente dita e o seu conhecimento, acesso e avaliação da rede de proteção existente. Nessa etapa participaram cinco meninas com faixa etária de 11 a 17 anos que cumpriram os seguintes critérios: sexo feminino ou masculino, idade até 18 anos e envolvimento em alguma forma de exploração sexual (prostituição, turismo sexual, pornografia, tráfico para fins sexuais). Entrevistas semiestruturadas foram realizadas com as participantes. Os dados foram submetidos a análises quantitativas e qualitativas. Dentre os principais resultados obtidos no Estudo I, é possível destacar que existem registros da ESCA no município do Rio Grande, apesar do silêncio mantido quanto essa violência. Também existe uma rede destinada ao atendimento dessa demanda, porém os serviços contatados a percebem de forma confusa quanto ao papel que cada instituição desempenha na proteção integral da criança e do adolescente. Já os dados obtidos no Estudo II evidenciaram que as vítimas não percebem a condição de violação, favorecendo a manutenção e perpetuação da exploração. A rede é desconhecida para as vítimas, as meninas não reconheceram a atuação e articulação desses serviços, mesmo já tendo sido acolhida por eles. Os estudos I e II demonstraram que a exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade do Rio Grande é uma realidade que se mantém silenciosa e velada que desafia os serviços que compõem a rede de proteção e exige uma reflexão sob a sua forma de ação e articulação no enfrentamento da exploração sexual, para que sejam reconhecidos principalmente p
- ItemEducação Ambiental e os lugares das infâncias: uma nova interpretação para o acolhimento institucional através das crianças.(2017) Cruz, Raquel Cunha; Paludo, Simone dos SantosEste trabalho buscou através dos olhares das crianças em situação de acolhimento compreender o ambiente institucional. A partir da abordagem Bioecológica do desenvolvimento humano, sociologia da infância e da educação ambiental foi possível traçar alguns propósitos que auxiliaram na aproximação com a problemática do estudo, sendo eles: Conhecer e compreender a organização do atendimento às crianças no cotidiano institucional na perspectiva da criança; investigar as concepções sobre infância que as crianças identificam no cotidiano institucional; Buscar os significados atribuídos para as experiências no ambiente institucional pelo o olhar das crianças. O estudo foi desenvolvido em duas casas de acolhimento do município de Rio Grande/RS, que recebem crianças asseguradas pela medida de proteção por determinação do Juizado da Infância e Juventude. Participaram desta investigação 5 crianças com idade entre 5 e 11 anos, vivenciando o acolhimento no mínimo à 6 meses. A metodologia de base foi à Inserção Ecológica. Como instrumento de produção dos dados foi utilizado o registro fotográfico como estratégia de narração, no qual os participantes receberam orientações para fotografar. Os registros foram semanais, os quais totalizaram 8 semanas e os participantes após registro fotográfico narraram ao pesquisador sua escolha. A Análise Textual Discursiva (ATD) orientou o processo de análise de dados. As crianças evidenciaram em suas narrativas o quanto as casas de acolhimento podem ser um lugar de brincadeiras, de moradia coletiva e, principalmente, de construção de vínculos entre as crianças. Esta proposta possibilitou compreendermos que o ambiente de acolhimento é percebido pelas crianças como possibilidade de relações, independente do tempo de estadia, pois as crianças vivem suas experiências na totalidade.
- ItemFalar sobre “sexo” é proibido professora? problematizando entendimentos de sexualidade com crianças dos anos iniciais(2010) Oliveira, Lucilaine dos Santos; Ribeiro, Paula Regina CostaNesta dissertação problematizo as narrativas de um grupo de crianças da 4ª série do Ensino Fundamental de uma escola municipal da cidade do Rio Grande/RS sobre as questões de corpos, gêneros e sexualidades. O estudo fundamenta-se em teorizações que conceituam sexualidade como uma construção sócio-histórica e cultural que inscreve comportamentos, linguagens, valores, rituais, fantasias, representações mobilizadas ou postas em ação, através de práticas sociais, culturais, políticas e históricas, para expressar desejos e prazeres. Discuto que dentre as múltiplas possibilidades de práticas educativas na Educação Ambiental estão aquelas que visam problematizar a sexualidade enquanto dispositivo de constituição do sujeito. Sujeito esse que é parte integrante do meio ambiente e tem sua subjetividade produzida através de uma rede de relações e práticas culturais. Neste estudo, dialoguei com autores/as como: Felix Guatari, Michèle Sato, Isabel de Carvalho, Guacira Louro, Leni Dornelles Paula Ribeiro, Constantina Xavier Filha, Michel Foucault, Sônia Kramer, entre outros/as. Dentre as possibilidades metodológicas para o desenvolvimento deste estudo, optei pela investigação narrativa que é uma metodologia de investigação que estuda a forma como nós, seres humanos, experimentamos o mundo. Baseada na experiência, na qualidade de vida e de educação dos sujeitos da pesquisa, esse tipo de investigação é situada em uma abordagem qualitativa. Para a produção do material empírico foram planejadas estratégias que articulassem situações de aprendizagem no espaço da sala de aula e expressão de ideias, através de rodas de conversa, da escrita de diários, de desenhos, de dramatizações, de brincadeiras, dentre outras atividades. Ao narrar o processo de pesquisa produzi, no contexto desta dissertação, treze diários construídos no entrelaçamento de muitas vozes que discutem as temáticas: infâncias, corpos, gêneros, sexualidades, Educação para a Sexualidade e Educação Ambiental e procuram mostrar através das histórias apresentadas, possibilidades de pensar, tratar, se relacionar e aprender com as crianças, ao problematizar significados e representações produzidas pelas mesmas. Este estudo possibilitou-me entender que embora as crianças considerem importante o tratamento das questões que envolvem a sexualidade na escola, as mesmas reivindicam, também, no ambiente familiar, um espaço de abertura e diálogo que contemplem seus interesses, dúvidas, inquietações e curiosidades. A aprovação do trabalho de Educação para a Sexualidade na escola, bem como o entendimento de que esse é o ambiente mais indicado para que o mesmo ocorra, foi percebida nas narrativas produzidas pelas crianças e também pelas famílias, que demonstraram interesse e desejo de que esses temas sejam abordados na escola. A partir das análises feitas, foi possível entender que as crianças expressam a sexualidade através das brincadeiras, dos modos como se relacionam com seus pares, através das conversas, dos questionamentos, dos desenhos, das formas como dançam e dos modos de pensar e agir construídos no contato com diferentes instâncias como a família, a escola, as religiões e com diferentes pedagogias culturais como as músicas, os filmes, as novelas, os anúncios publicitários, os sites da internet, os programas de televisão e rádio, as revistas, dentre outros que produzem os corpos infantis e neles inscrevem marcas e identidades, posicionando-os nos múltiplos contextos sociais.
