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Federal do Rio Grande
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IO - Instituto de Oceanografia

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    Modelagem numérica como ferramenta de determinação de uma zona de exclusão para as atividades de exploração e produção (E&P) de petróleo na região do Banco de Abrolhos
    (2009) Lemos, Angelo Teixeira; Soares, Ivan Dias
    O presente estudo teve por objetivo realizar modelagens de diferentes cenários dederramamentos de óleo em blocos de petróleo já existentes (BM-CUM-1, BM-CUM-2, J-M-259 e ES-M-418) e em outros três cenários aonde não há blocos (CT-1, CT-2e CT-3) em áreas adjacentes ao Banco de Abrolhos, a fim de se determinar umazona de exclusão para as atividades de Pesquisa e Desenvolvimento de petróleo naregião. Foram realizadas simulações de 30 dias de derramamento de óleo leve eintermediário através do grau API (American Petroleum Institute), utilizando comoferramenta o modelo OSCAR, sendo alimentado com dados hidrodinâmicossimulados pelo modelo POM e dados de vento sinótico simulados pelo modelo ETA,o qual foi alimentado com dados de reanálise do NCEP. Os períodos abordadosforam o inverno e o verão do ano de 1989 e os resultados foram discutidos emtermos das variações de intensidade e direção do espalhamento causado pelo ventosinótico de cada estação, assim como pelos processos de meso-escala e pela maré.O efeito causado pela maré foi analisado através da comparação de simulações come sem maré. Apenas o bloco ES-M-418 e o CT-1 não ofereceram nenhum risco decontaminação. Os blocos com resultados mais críticos de contaminação do óleo àsáreas de proteção são os blocos BM-CUM-1 e BM-CUM-2 da Bacia deCumuruxatiba nas simulações com óleo leve (BM-CUM-1 no inverno e BM-CUM-2no verão) e intermediário (verão para ambos), onde em todos os cenários analisadoso óleo atingiu alguma área de preservação. Segundo os dados diferenciais entreverão e inverno com simulações com óleo leve e intermediário, o pior períodosazonal para ocorrência de um derramamento de óleo foi no verão com a utilizaçãode óleo intermediário. Concluiu-se que a maré influenciou fortemente nos resultadosprobabilísticos de destino do óleo nos cenários de derramamento. Muitos fatoresmostraram influenciar nesse destino do espalhamento do óleo com a ausência dosprocessos supra-inerciais, como a localização geográfica do derramamento, o tipodo óleo utilizado nas simulações, os ventos predominantes e o comportamento damaré na região. A ausência da maré nos dados hidrodinâmicos não permitiuencontrar os cenários de pior caso de derramamento em simulações nos blocos BMCUM-1, BM-CUM-2 e J-M-259, principalmente no verão e utilização de óleo intermediário, subestimando os cenários reais de derramamento. A zona de exclusão englobou todos os blocos e cenários teóricos onde o óleo atingiu alguma área de preservação ambiental e, portanto, se estendeu desde os limites sul da Bacia do Jequitinhonha (aproximadamente 16oS, englobando o bloco J-M-259) até os limites norte da Bacia do Espírito Santo (aproximadamente 19o 15S).
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    Morfodinâmica da Praia Do Futuro, Fortaleza-CE
    (2008) Albuquerque, Miguel da Guia; Calliari, Lauro Júlio; Pinheiro, Lidriana de Souza
    O entendimento dos processos responsáveis pela morfodinâmica dos ambientes costeiros e formação e migração dos bancos arenosos são importantes, tendo em vista que assumem um importante papel na conformação, estabilização do ambiente praial e identificação de riscos costeiros. No que diz respeito à morfodinâmica de praias, diferentes modelos conceituais, abordando variações nos estágios morfodinâmicos, tem sido aplicados com intuito de estabelecer uma classificação universal para praias submetidas a diferentes regimes de marés. O presente estudo foi conduzido na praia do Futuro, Fortaleza-CE, onde através de dados morfológicos, hidrodinâmicos e de sedimentologia, sazonais e de alta freqüência, pode-se acompanhar a evolução dos ciclos de acresção e erosão na localidade em função da variação de energia na zona de arrebentação. A área foi dividida em três setores de monitoramento e classificada no modelo de estágios morfodinâmicos proposto por Masselink & Short (1993), para ambientes de meso maré. Os dois primeiros setores, caracterizados por granulometria predominantemente grossa e média, respectivamente, foram enquadrados nos estágios morfodinâmicos intermediários. O setor 02 (P03) apresentou os maiores valores para o índice de mobilidade da praia (Yb=34,65m), durante os monitoramentos sazonais. As variações do pacote sedimentar nos dois primeiros setores são mais acentuadas na região do estirâncio médio e inferior. No setor 03, caracterizado por sedimentos finos, predominou o estágio ultra-dissipativo. Durante os monitoramentos de alta freqüência, o setor 03 apresentou os maiores índices de mobilidade (Yb.=19,79m). Ao contrario das coletas pretéritas, onde os sedimentos apresentavam uma granulometria fina, no monitoramento de alta freqüência a localidade apresentava um misto de sedimentos médios e finos. O conhecimento do padrão de migração dos bancos arenosos (4,17 m/dia no setor 02 e 5,67 m/dia no setor 03 respectivamente) em ambientes com diferentes tamanhos de grão torna-se uma importante ferramenta no entendimento do comportamento dessas feições subaquosas. A integração entre os dados morfodinâmicos e hidrodinâmicos é fundamental para a identificação de locais propícios a acidentes com banhistas. A praia do Futuro é caracterizada como sendo a responsável pelos maiores índices de afogamento, se considerar-mos as demais praias da Região Metropolitana de Fortaleza. O estudo aponta que os principais riscos a acidentes com banhistas são atribuídos as correntes de retorno onde, a maioria das vitimas é do sexo masculino (54%) e com faixa etária entre 20 e 30 anos e procedentes, em grande parte, de Fortaleza. Os maiores registros são catalogados entre sexta-feira e domingo, das 10h da manhã até 15h e 30min, em locais caracterizados por sedimentos bimodais. A partir da caracterização morfodinâmica dos locais mais propícios a acidentes, um melhor deslocamento do contingente de salva-vidas e a educação preventiva (distribuição de cartilhas, folders, divulgação nos meios de comunicação local) são medidas de grande importância na prevenção e diminuição dos acidentes com os banhistas da praia do Futuro.
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    Estudo dos padrões atmosféricos sinópticos geradores de eventos extremos de altura de onda, intensidade de vento, marés meteorológicas e erosão na costa do Rio Grande do Sul
    (2014) Machado, Arthur Antônio; Calliari, Lauro Júlio
    A erosão e progradação das zonas costeiras arenosas submetidas a um regime microtidal resultam, principalmente, da interação da oferta de sedimentos e da energia física induzida por ondas e as mudanças do nível do mar. A principal variação sistemática observada em uma série de perfis de praia é provavelmente a resposta às mudanças nas condições de onda. Uma variação que poderia ser resultado de uma única tempestade forte ou espalhar-se ao longo do ano devido à sazonalidade da intensidade das ondas. Tempestades têm desempenhado um papel importante na evolução transgressiva de curto prazo de sistemas de ilhas barreira ao redor do mundo. O litoral do Rio Grande do Sul (RS), sul do Brasil, sofre uma variação sazonal, devido à dinâmica associada com a frequência e intensidade de tempestades. Sistemas meteorológicos como ciclones extratropicais de alta intensidade que ocorrem na região sul do Brasil geram ondas de alta energia, que podem levar um perfil de praia de um estágio máximo acrescivo (mais reflectivo) ao máximo erosivo (mais dissipativo) em poucas horas. Analisando as tempestades que geram ventos e ondas extremas na costa do Rio Grande do Sul, com ênfase na identificação dos sistemas atmosféricos geradores, foi observado um aumento no número de eventos extremos de velocidade de vento para a costa do Rio Grande do Sul ao longo dos últimos 66 anos (1948-2013), entretanto esse aumento não foi verificado para os dados de onda analisados entre 1979 e 2008. Assim foi observado que os principais sistemas atmosféricos geradores de ventos intensos e grandes ondas para a costa do RS são os ciclones extratropicais. Estes sendo formados principalmente, isto é, com sua ciclogênese entre os paralelos de 30°S a 40°S, e com duas trajetórias preferenciais para leste e sudeste. Ambas direções gerando erosão e marés meteorológicas na costa do RS. Em relação à velocidade média de propagação dos ciclones extratropicais a maioria apresentou velocidades entre 20 a 40 km h-1 e em segundo velocidades entre 40 a 60 km h-1.
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    Estudo hidro e morfodinâmico do impacto de alterações na configuração do Porto de Rio Grande
    (2009) Carneiro, Igor Augusto Melém; Fernandes, Elisa Helena Leão
    A maioria dos portos ao redor do globo estão localizados em regiões estuarinas. Nessas regiões a sedimentação pode se tornar um sério problema, devido aos sedimentos conduzidos pelos rios depositarem nos canais de navegação, que devem ser dragados freqüentemente para permitir a entrada de navios com calados maiores. O Porto de Rio Grande, localizado na Lagoa dos Patos e é o maior Porto da região sul do Brasil em volume de transporte de cargas. A sedimentação na área do Porto de Rio Grande é controlada pela variação do vento e das descargas fluviais. O aumento das atividades e a necessidade de melhorar suas instalações levam a operações de dragagem permanente, que podem causar sérios problemas ambientais ao ressuspender compostos tóxicos no fundo, além de possuir um alto custo operacional. Devido ao seu baixo custo de operação, a modelagem numérica da hidrodinâmica e do transporte sedimentar se torna uma grande ferramenta para a compreensão do processo de assoreamento do canal e investigar o efeito de uma estrutura que ajuste as correntes em uma das áreas mais afetadas por esse fenômeno. A necessidade de representar a batimetria complexa de um corpo estuarino leva à necessidade de usar um modelo de elementos finitos, que neste trabalho, foi utilizado o modelo hidrodinâmico TELEMAC-2D acoplado com o modelo morfológico SEDIMORPH que utiliza areia grossa, areia fina e silte como classes granulométricas. No trabalho, primeiramente, foi dada ênfase na circulação barotrópica na sua porção estuarina com dados de vento e descarga fluvial do ano de 2002, caracterizadas por altos valores de descarga no período de inverno no complexo do Rio Guaíba, Rio Camaquã e Canal do São Gonçalo devido ao fenômeno "El Niño". Posteriormente, a hidrodinâmica responsável pela deposição de sedimentos finos na bacia do Porto Novo, mais precisamente o silte, foi analisada. A hidrodinâmica do canal de acesso, devido à forma irregular da ilha do Terrapleno, é caracterizada por zonas de recirculação geradas pelos fluxos de vazante e enchente as quais são caracterizadas por águas aprisionadas com velocidades favoráveis a sedimentação. A sedimentação é controlada pela descarga e pela atuação dos ventos, principalmente os que são provenientes das direções NE e SO. As zonas de recirculação são identificadas através de linhas de correntes, geralmente na transição entre os ventos de NE para SO e vice-versa. Os resultados morfodinâmicos indicam que a porção final do canal do Porto Novo apresenta maior tendência deposicional de sedimentos finos, coincidindo com os menores valores de velocidade e as zonas de recirculação. O efeito da colocação de uma estrutura (parede de deflexão) foi simulado com o intuito de ajustar a configuração do canal de acesso do Porto Novo e diminuir os efeitos da sedimentação. Devido ao modelo ser bidimensional, as escalas de evolução do fundo são subestimadas, pois além da necessidade de simulações em três dimensões, o modelo utilizado não possui um modelo de consolidação de sedimento, portanto estes se comportam como sedimentos não-coesivos.
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    Modelagem hidrodinâmica do Saco do Arraial, Estuário da Lagoa dos Patos, RS
    (2008) Giordano, Priscila Bueno; Fernandes, Elisa Helena Leão
    As enseadas rasas do estuário da Lagoa dos Patos são importantes ambientes parao desenvolvimento de diversas espécies marinhas. Estas áreas servem como berçáriospara muitas espécies comercialmente importantes e contribuem para muitas atividadeseconômicas relacionadas ao suporte industrial da cidade de Rio Grande, pesca artesanalde camarão, aquacultura e lazer. Embora estes ambientes tenham grande importânciaecológica e econômica para a região, pouco se sabe sobre a sua dinâmica e a suaresposta às mudanças climáticas. Experimentos de modelagem numérica foramrealizados para investigar a resposta do Saco do Arraial, a maior enseada rasa doestuário da Lagoa dos Patos, às principais forçantes da região: vento, maré e descargafluvial com enfoque principal na resposta deste sistema às variações extremas dacontribuição de descarga fluvial. O comportamento do sistema perante as situaçõesextremas fornece um indicativo da sua resposta aos ciclos de El Niño/La Niña. Osresultados mostram que a dinâmica desta baía é dependente das variações de nível doestuário, do efeito local do vento e da intensidade da descarga fluvial. Quanto maisintensa a descarga fluvial, menor é o Tempo de Renovação do Volume de Água e oTempo de Permanência de partículas dentro do Saco do Arraial, que podem variar de 27a 45 dias e de 5 a 15 dias, respectivamente. Durante períodos de baixa descarga o ventoé o principal fator que promove a entrada de sal no Saco do Arraial. Como a maioria dosambientes costeiros, este ecossistema mostra-se sensível às possíveis conseqüências das mudanças climáticas.
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    Estudo da contribuição da variabilidade de mesoescala no transporte, transformação e destino final de um derrame de óleo na Bacia de Santos
    (2012) Soares, Kayo Cezar Freitas; Soares, Ivan Dias
    Com o objetivo de estudar os efeitos da variabilidade de mesoescala nos processos detransporte e transformação do óleo na Bacia de Santos, foi implementado para a região um sistema de modelagens. Este sistema contempla o modelo hidrodinâmico ROMS (Regional Ocean Model System) e o modelo de dispersão e transformação de óleo, OSCAR (Oil Spill Contingence and Response). O ROMS foi utilizado para fornecer as bases hidrodinâmicas que funcionaram como forçante para o OSCAR. Foram geradas duas bases hidrodinâmicas, sendo a primeira com fluxos de superfície e vento sinóticos (sinótica) e a segunda com fluxos de superfície sinóticos e vento climatológico mensal (climatológica). Assim, na base climatológica os processos de mesoescala estão atenuados em relação à base sinótica. Foram simulados derrames em três pontos na Bacia de Santos: um em água rasa, um no Campo de Merluza e um em água profunda. O OSCAR foi implementado em modo probabilístico, gerando os resultados a partir de 100 simulações, de 30 dias cada, para diferentes períodos: anual, três meses de verão e três meses de inverno. O ano simulado foi 2007. Foram analisados os campos de probabilidade de ocorrência de óleo na superfície. Os resultados foram diferentes entre as bases usadas. Assim pode-se concluir que o OSCAR é sensível às forçantes hidrodinâmicas utilizadas. Para o campo de Merluza, observou-se que a mancha tende a seguir o fluxo principal da Corrente do Brasil, em direção ao sul. Apesar disso a base sinótica gerou uma maior dispersão do óleo no sentido leste-oeste quando comparada com a base climatológica. Para o Campo de Água Profunda, a conformação dos campos de probabilidade foram significativamente diferentes, o que indicou que esta área é muito sensível à base hidrodinâmica utilizada. Para o Campo de Água Rasa observou-se a maior diferença nas curvas de probabilidade. As diferenças foram tais, que no cenário climatológico existe a probabilidade da mancha se deslocar para norte, paralela à costa, enquanto no sinótico isto não foi observado. Pode-se associar isto a maior complexidade da circulação costeira atuante na região do Campo de Água Rasa. Todos os campos apresentaram variação sazonal entre verão e inverno.
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    Contribuições ao estudo das variações morfossedimentares superficiais e estratigráficas da Praia dos Concheiros, RS
    (2015) Damião, André Luiz Araujo; Nicolodi, João Luís
    A Praia dos Concheiros possui características únicas no Rio Grande do Sul. Sua composição sedimentológica e a morfologia resultante são notáveis quando comparada a praias adjacentes. Os depósitos de bioclastos presentes na face praial – que dão nome à praia – são distribuídos de forma descontínua e rítmica, mostrando algum tipo de dinâmica oscilatória, atuando no transporte e na deposição desses sedimentos. Este fato pode estar associado a forçantes com componentes longitudinais, como ondas marginais, ou a mecanismos de auto-organização, nos quais interações não-lineares e processos de feedback entre a hidrodinâmica, morfologia e sedimentologia acarretam a formação desses padrões rítmicos dos depósitos. A amostragem textural de forma automatizada por meio de imageamento digital se mostra um método muito eficaz, por ser rápido e de baixo custo, sem perder acurácia, permitindo assim uma cobertura de maior resolução espaço-temporal sem um grande aumento de esforço. Processos de transporte sedimentar que ocorrem na face praial, tanto na direção transversal quanto na longitudinal, deixam registrado suas assinaturas na estratigrafia. Portanto, para investigar a estrutura interna da praia, foi utilizado um GPR (Ground-Penetrating-Radar), um equipamento geofísico não-invasivo para análise de camadas da sub-superfície. Com base nos dados adquiridos utilizando esses métodos, foi dado um passo em direção a uma melhor compreensão dos fatores – por exemplo, migração da zona de swash e o agente eólico - responsáveis pela formação de estruturas sedimentares encontradas na área de estudo, como as laminações intercaladas de areia fina siliclástica e de cascalho biodetrítico. Os bioclastos depositados na face praial são a parte emersa de uma feição sedimentológica muito maior, que tem variações que ocorrem em várias escalas espaciais e temporais. Então, fica claro que um melhor entendimento dessa praia e do comportamento desses sedimentos biogênicos só tem a agregar conhecimento sobre diversos processos dinâmicos atuantes na zona costeira. Por todas essas características e por ser isolada geograficamente, a Praia dos Concheiros se configura como um laboratório de oceanografia costeira em escala real, onde vários estudos morfodinâmicos e paleoceanográficos podem e devem ser realizados.
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    Sistemas aquíferos Serra Geral e Guarani: relação com a Oceanografia
    (2014) Paiva, Mariele Lopes de; Niencheski, Luis Felipe Hax
    Uma fonte significativa de elementos dissolvidos para o Oceano Atlântico, via descarga de água subterrânea, pode ser efetuada pelos Sistemas Aquíferos Guarani (GAS) e Serra Geral (SASG) através da infiltração de suas águas no sedimento de praia do litoral entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Brasil). Este trabalho apresenta as composições isotópicas (18O, 2H) das águas de diferentes compartimentos hídricos desta região, utilizados para determinar as fontes de água que abastecem o estuário subterrâneo do litoral adjacente. Através de análises estatísticas e estimativas de percentual de mistura, constatou-se que a descarga do GAS / SASG ocorre no estuário subterrâneo, com uma contribuição variando de 21% a 100%, em relação à percolação de água marinha. O processo comprovado no presente estudo pode representar uma grande fonte de nutrientes e elementos traço para o Oceano Atlântico e deve subsidiar estratégias para a adequação do manejo e conservação desses importantes recursos.
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    Tendências de variação na linha de costa de Cidreira (RS) e suas relações com parâmetros oceanográficos e meteorológicos
    (2016) Casagrande, Alice Ioppi; Nicolodi, João Luís
    Grande parte da população mundial vive em zonas costeiras, o crescimento urbano quando desordenado, acarreta em prejuízos tanto econômicos quanto ambientais para esses locais. As variações no clima também possuem importante papel como agente modificador dos ambientes costeiros, dessa forma a variabilidade da linha de costa é de fundamental importância para uma melhor compreensão desse ambiente altamente dinâmico tornando-se uma ferramenta de auxílio para os gestores públicos nas tomadas de decisão. A partir do aumento da especulação imobiliária nas regiões costeiras, torna-se necessária uma melhor compreensão dos processos dinâmicos atuantes nesses locais com a finalidade de conhecer as variações da linha de costa em diferentes escalas, para que não hajam obras que venham a ser prejudiciais para a zona litorânea. Visando contribuir ao desenvolvimento sustentável da zona costeira, este trabalho tem como objetivo obter a tendência de variação da linha de costa da praia de Cidreira. Para isso foram utilizadas fotografias aéreas dos anos de 2004, 2009, 2012 e 2015. As imagens de alta resolução foram obtidas no programa Google Earth Pro e passaram por programas de sistemas de informação geográficas (ENVI, Erdas , Arcgis e Multispec) onde foram georreferenciadas e calculadas as taxas de variação da linha de costa em metros quadrados a partir do Método do Polígono da Mudança. Também foram analisados bancos de dados de ondas disponíveis no web site do NCEP (National Centers for Environmental Prediction) (http://polar.ncep.noaa.gov) e dados de ventos adquiridos através do web site CPTEC/INPE (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos). Ressalta-se que ambos bancos de dados adquiridos correspondem a uma serie temporal de 11 anos (2003-2014). Para avaliação sazonal do perfil praial uitlizou-se uma estação total NIKON DTM-330, foram obtidos nove perfis em três pontos distintos ao longo de 12 meses. As imagens de satélite apontaram uma tendência estável/progradante da linha de costa em Cidreira havendo saldo sedimentar positivo ao longo de todo período analisado. Os dados de vento apontam uma variação dentro dos padrões conhecidos principalmente devido a um aumento na frequência dos ventos provindos do continente (N, NW e SW), os ventos continentais são responsáveis por transportar sedimentos do cordão de dunas transgressivas para a praia contribuindo para que haja acúmulo no pacote vertical sedimentar na região. Os dados de onda apontaram maior frequência da direção S seguidas da direção ENE, sendo o período mais frequente entre 6s e 8s e altura de onda entre 1,5m e 2,0m . Os perfis praiais analisados reforçam a sazonalidade dos dados, havendo acresção nos meses de primavera e verão, e erosão nos meses de outono e inverno, isso principalmente devido a entradas de frentes frias e centros de baixa pressão no inverno, as frentes frias chegam acompanhadas de elevada energia de onda incidente na costa e empilhamento de água devido ao efeito de Eckman. Conclui-se, portanto, haver uma reversão de tendência da variação da linha de costa de Cidreira de um padrão erosivo para estável e ou progradante, relacionado principalmente à variação nos padrões de ventos da região nos últimos 10 anos, tendo como consequência principal acresção no pacote vertical de sedimentos.
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    Aplicação da modelagem como ferramenta de estudo para determinação do número de cercados de cultivo do camarão Farfantepenaeus paulensis em baías rasas no estuário da Lagoa dos Patos, RS.
    (2007) Milach, Ângela Machado; Cavalli, Ronaldo Olivera
    Na aqüicultura, o fluxo do nitrogênio pode atuar como um importante indicador das interações entre os cultivos e o ecossistema aquático. O entendimento destas interações engloba o conhecimento dos processos ecológicos e as estratégias de manejo dos cultivos. Neste trabalho a modelagem é utilizada como uma ferramenta sinalizadora dos possíveis efeitos desta atividade. Este instrumento quando aplicado a aqüicultura, tem como finalidade melhorar a compreensão dos processos envolvidos, além de permitir estratificar momentaneamente as relações causais entre as variáveis, passando a existir como um mundo artificial e refletindo uma visão do mundo real. Com o objetivo de criar cenários para o cultivo do camarão-rosa Farfantepenaus paulensis em cercados com base do fluxo do nitrogênio na coluna d´agua, um modelo matemático foi construído. Este foi utilizado para estimar a liberação de nitrogênio pelos cercados e o número máximo destas unidades de produção que as enseadas, Coreia e Porto do Rei, no estuário da Lagoa dos Patos, RS, comportariam, sem comprometer a qualidade de água e a sustentabilidade do sistema. Para a construção do modelo numérico foi utilizado o software STELLATM v. 9.0.1 e o modelo foi rodado ao passo de tempo de 1 (DT). Para a calibração do modelo foram utilizadas informações sobre os camarões Litopenaeus vannamei e F. paulensis. Além disso, foram obtidas medidas em campo como dados de temperatura, salinidade, velocidade de correntes e as concentrações de nitrogênio foram provenientes de dados históricos. O modelo foi validado através do acompanhamento de cultivos de camarão em cercados na Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, RS. Os valores das variáveis ambientais demonstraram ser propícios para que o ciclo de produção fosse completado com sucesso. Através de simulações, as predições do modelo foram, então, comparadas com os dados do cultivo. O valor da correlação entre os dados preditos e observados foi de 0,99. Vários cenários foram construídos para fornecer o número de cercados para as enseadas de acordo com as diferentes situações apresentadas. As simulações realizadas pelo modelo indicaram que é possível inserir até 509 cercados na enseada da Coreia e 683 no Porto do Rei de acordo com os valores escolhidos. No entanto, deve-se dispor os cercados no meio ambiente aquático com base em um cenário mais conservativo levando em conta o princípio da precaução. Desta forma, o mais indicado seria a colocação dos cercados em um cenário de velocidade de corrente de 0,01m/s e 40% da influência da malha e do seu estado de colmatação possibilitando, assim, a colocação de 29 cercados na Coreia e 39 no Porto do Rei. Os resultados do modelo indicam com base nas suas simulações que o cultivo de camarão em cercados não seria uma fonte de problemas para as enseadas protegidas, contanto que o número de unidades não ultrapasse a capacidade de assimilação do ambiente, no que se refere à liberação de nitrogênio na coluna d’água. O modelo e suas simulações foram ferramentas valiosas e promissoras para predição de cenários de análises baseadas no nitrogênio, ampliando à compreensão sobre o comportamento e a interação do cultivo de F. paulensis e o meio ambiente aquático. Desta forma, o presente trabalho serve de base para estudos futuros que visem estimar a capacidade de suporte de corpos d’água em que a aqüicultura seja praticada.