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Federal do Rio Grande
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EENF – PPGENF-Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

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    Vivência do sofrimento moral no trabalho da enfermagem: percepção da enfermeira
    (2009) Barlem, Edison Luiz Devos; Lunardi, Valéria Lerch
    Com objetivo de analisar a percepção das enfermeiras frente ao Sofrimento Moral vivenciado no cotidiano da profissão, relacionando a sua frequência e intensidade, realizou-se uma pesquisa do tipo survey, de caráter exploratório-descritivo, com 124 enfermeiras de quatro hospitais do sul do Brasil. A coleta dos dados ocorreu mediante utilização de um questionário auto-aplicável, denominado Moral Distress Scale (MDS), sendo composto por 38 questões fechadas relacionadas à situações que acontecem no cotidiano da enfermagem, com o acréscimo de questões de caracterização dos sujeitos. Este questionário utilizava uma escala Likert de sete pontos. Ao final do instrumento, uma questão relacionada à vivência do Sofrimento Moral foi inserida, proporcionando verificar, de um modo geral, se a percepção das situações vivenciadas no trabalho provoca Sofrimento Moral nas enfermeiras, relacionando também à frequência e à intensidade. Durante a análise, foram identificados e validados quatro constructos relacionados à percepção do Sofrimento Moral vivenciado, definidos como: negação do papel da enfermeira como advogada do paciente, relacionado ao potencial não utilizado pela enfermagem para reivindicar os direitos dos pacientes; falta de competência na equipe de trabalho, relacionado à ausência de habilidade ou competência técnica que deveria existir ao executar uma ação específica de cada categoria profissional; desrespeito à autonomia do paciente, evidenciando o desrespeito ao auto-governo, à liberdade, privacidade, escolha individual e liberdade de vontade do paciente; obstinação terapêutica, relativo ao tratamento que não mais beneficia o paciente em condições críticas, sendo considerado fútil, inútil. A falta de competência na equipe de trabalho foi o constructo que mais influenciou na percepção de sofrimento (4,55), seguido pela negação do papel da enfermeira como advogada do paciente (4,30) que apresentou um nível intermediário de sofrimento. Obstinação terapêutica e desrespeito à autonomia do paciente apresentaram-se como os constructos que menos influenciam na percepção de sofrimento, respectivamente (3,60) e (3,57), com diferença pouco significativa entre ambos. Foi verificada a importância da realização de reuniões de trabalho como um elemento possivelmente relacionado ao Sofrimento Moral, sendo identificada a maior frequência de ocorrência de reuniões com menor intensidade de percepção de sofrimento. Os resultados da pesquisa apontam a necessidade e a importância de realizar outros estudos sobre a ética, problemas morais e, em especial, Sofrimento Moral na enfermagem e na saúde, de modo a contribuir para a transformação da realidade, mediante o enfrentamento de situações do ambiente de trabalho, reconhecidas como aceitáveis, apesar de se caracterizarem como moralmente inadequadas por atentarem contra os direitos das pessoas, usuários e trabalhadores.
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    Reconfigurando o sofrimento moral na enfermagem: uma visão foucaultiana
    (2012) Barlem, Edison Luiz Devos; Lunardi, Valéria Lerch
    Sofrimento moral pode ser entendido como dor ou angústia que pode afetar a mente, o corpo ou as relações interpessoais no ambiente de trabalho, em resposta a situações nas quais a pessoa reconhece sua responsabilidade moral diante dos conflitos, faz um julgamento moral sobre a conduta correta, porém sente-se impotente para executá-la por constrangimentos, forças opositivas, reconhecendo como inadequada sua participação moral. Partindo do contexto atual da enfermagem brasileira, mediante utilização do referencial teórico-filosófico foucaultiano, foi defendida a seguinte tese: os trabalhadores de enfermagem vivenciam situações que lhes provocam sofrimento moral e adotam estratégias de resistência para o seu enfrentamento. Foram objetivos deste estudo: elaborar e validar um instrumento que permita analisar a frequência e intensidade de sofrimento moral em trabalhadores de enfermagem, contemplando elementos do seu cotidiano profissional; conhecer as estratégias de resistência adotadas pelos trabalhadores de enfermagem, diante de situações de enfrentamento do sofrimento moral, numa perspectiva ética. O estudo foi desenvolvido em duas etapas, uma quantitativa e outra qualitativa. Na etapa quantitativa, a amostra constituiu-se de 247 profissionais das equipes de enfermagem de dois hospitais do sul do Brasil, um público e um filantrópico, aplicando-se a adaptação de um instrumento para verificar as situações que conduzem ao sofrimento moral. A análise obedeceu a três etapas: 1) análises descritivas; 2) análises de variância; 3) análises de regressão. Os resultados demonstram que o instrumento aplicado é válido e fidedigno, apresentando os requisitos necessários quanto a validade fatorial e consistência interna para ser utilizada em profissionais de enfermagem. Foram validados cinco constructos relacionados ao sofrimento moral, assim denominados: falta de competência na equipe de trabalho; desrespeito à autonomia do paciente; condições de trabalho insuficientes;negação do papel da enfermagem como advogada do paciente na terminalidade; negação do papel da enfermagem como advogada do paciente. Identificou-se que a percepção de situações que conduzem ao sofrimento moral é intensificada em enfermeiros; em trabalhadores de enfermagem que atuam em instituições com maior abertura ao diálogo, que realizam reuniões de equipe, atuantes em unidades de atendimento SUS, com menores jornadas de trabalho e maior número de trabalhadores por pacientes. Na etapa qualitativa, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com quinze profissionais de enfermagem de uma unidade de clínica médica do hospital público, escolhidos intencionalmente. Mediante Análise Textual Discursiva, foram construídas duas categorias: 1) negação de si e do outro – em que se percebe que os trabalhadores de enfermagem podem executar ações que se pautam predominantemente por imobilismo e conformismo, evitando enfrentamentos de quem representa o poder nas situações vivenciadas que lhes provocam sofrimento moral; 2) possibilidade de cuidado de si e do outro – em que os trabalhadores de enfermagem diante de situações que lhes provocam sofrimento moral exercem poder e resistência, seja com ações individuais, seja 10 coletivas. A enfermagem necessita ultrapassar as dimensões de imobilismo que, por vezes, se encontra, buscando formas concretas de modificação dos ambientes de trabalho resultantes do exercício de relações de poder e resistência, numa perspectiva ética e de relações construídas no coletivo.