EENF – PPGENF-Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
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Resultados da Pesquisa
- ItemProdução de subjetividade do enfermeiro para a tomada de decisões no processo de cuidar em enfermagem(2012) Busanello, Josefine; Lunardi Filho, Wilson DaniloA prática profissional da Enfermagem tem à disposição expressiva produção científica que, indiscutivelmente, vem oportunizando o aprimoramento do processo de cuidar e do Ser Enfermeiro. Nessa configuração, emerge a importância de refletirmos acerca do significado do cuidado de Enfermagem na dimensão humana, resgatando a subjetividade que permeia esse processo. Para tanto, é imprescindível considerar todas as formas de manifestação da subjetividade do Enfermeiro, em especial o comportamento e as atitudes que são traçados, principalmente, pelas decisões que envolvem o processo de cuidar. Assim, considerando as perspectivas apresentadas por Felix Guattari, acerca da noção de subjetividade e de produção de subjetividade, desenvolveu-se esse estudo a partir de uma abordagem qualitativa e exploratória. Os objetivos foram: analisar os modos de produção de subjetividade do Enfermeiro na tomada de decisões que envolvem o processo de cuidar da Enfermagem; compreender a relação entre o processo de tomada de decisão e a produção da subjetividade do Enfermeiro; e identificar quais os fatores macropolíticos e micropolíticos da produção de subjetividade do Enfermeiro que permeiam a tomada de decisões no processo de cuidar da Enfermagem. O cenário investigativo foi a Associação de Caridade Santa Casa do Rio Grande, em Rio Grande, Rio Grande do Sul. Os participantes do estudo foram doze Enfermeiros atuantes nessa instituição. Para a coleta de dados foi utilizada a técnica de grupo focal, com três encontros realizados em dezembro de 2011. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, e a participação dos Enfermeiros foi formalizada, a partir da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram submetidos à análise temática. Os principais resultados foram: A relação entre a produção de subjetividade do Enfermeiro e a tomada de decisões é mediada pelos sistemas capitalista, de submissão, hierárquico e valores. Foram identificados fatores macro e micropolíticos da produção de subjetividade que subsidiam a tomada de decisões. Esses fatores estão associados aos ambientes que envolvem a instituição de formação acadêmica do Enfermeiro, a instituição hospitalar e as unidades de internação. Esses resultados permitem uma aproximação do processo de produção de subjetividade do Enfermeiro com uma perspectiva ecossistêmica da prática de cuidados, considerando que o controle da subjetivação é mediado, principalmente, pelo sistema capitalista, que domina a produção de subjetividade do Enfermeiro para tomar as decisões na prática de cuidados. Em relação aos modos de produção de subjetividade do Enfermeiro, evidenciou-se que estes oscilam entre dois extremos: uma relação de alienação e opressão, resultando nos comportamentos de autoproteção, de redundância e de dominação; ou uma relação de expressão e de criação, que resulta no comportamento proativo do enfermeiro. Assim, confirma-se a tese de que os modos de produção da subjetividade do Enfermeiro podem condicionar e definir comportamentos que prevalecem no processo de tomada de decisões na prática de cuidados. Entende-se que as decisões tomadas pelos Enfermeiros elucidam manifestações importantes da sua subjetividade, pois suas escolhas determinam os comportamentos para o estabelecimento de relações de cuidado, para as interações com a equipe de saúde e, principalmente, orientam as práticas de cuidado.
- ItemAs práticas humanizadas no atendimento ao parto de adolescentes: análise do trabalho desenvolvido em um hospital universitário do extremo sul do Brasil(2010) Busanello, Josefine; Kerber, Nalú Pereira da CostaEste estudo, de abordagem qualitativa e quantitativa, tem como objetivo analisar as práticas desenvolvidas na assistência à parturiente adolescente em um Centro Obstétrico (CO) de um Hospital Universitário do extremo sul do Brasil, com base na proposta de humanização do parto preconizada pelo Ministério da Saúde (MS), a partir do relato dos próprios trabalhadores da saúde. O cenário investigativo foi o CO do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Júnior, do município do Rio Grande/RS. Utilizou o banco de dados do macroprojeto de pesquisa intitulado: “Atenção humanizada ao parto de adolescentes”, ao qual está vinculado. Os dados foram coletados no período de julho de 2008 a fevereiro de 2009, por meio de duas fontes: entrevista semiestruturada e pesquisa documental. Foram analisados 128 prontuários das adolescentes parturientes, atendidas nesse período no CO em estudo. Os sujeitos do estudo foram vinte e três trabalhadores atuantes no CO deste hospital, dentre eles, 6 médicos residentes, 7 médicos preceptores, 4 enfermeiras e 6 técnicos/auxiliares de enfermagem. Na análise quantitativa, após a descrição da amostra estudada, foram calculadas as proporções para as variáveis categóricas, segundo a categoria funcional. Diferenças entre proporções foram testadas pelo teste estatístico de Fisher (p< 0,05). A apreciação qualitativa dos dados foi realizada por meio da análise temática. Para a discussão foi estabelecido uma correlação com as orientações do MS acerca da proposta de parto humanizado. A partir do relato dos trabalhadores, evidenciou-se a realização de práticas úteis na assistência ao parto, dentre elas, as orientações sobre formas de relaxamento no trabalho de parto, o incentivo ao vínculo precoce entre mãe e filho e a amamentação. Porém, o direito à presença do acompanhante e o envolvimento da parturiente na escolha do tipo de parto não vem sendo considerados. A posição de litotomia e a padronização da tricotomia, episiotomia e amniotomia, também foram relatadas. O registro dos prontuários foi insatisfatório, considerando o partograma, a vigilância fetal, a anamnese e o exame físico e obstétrico da parturiente. Os fatores que dificultam a implementação das práticas preconizadas são a não sensibilização dos trabalhadores e a falta de infraestrutura do CO. Evidenciaram-se concepções semelhantes entre as categorias funcionais em relação à assistência ideal no CO às adolescentes, tais como importância da adequação física do CO, da organização do trabalho, da presença do acompanhante e das relações de respeito. Os trabalhadores da enfermagem ressaltaram as especificidades da parturiente adolescente, destacando a importância do direito ao acompanhante, do comportamento solidário e do respeito aos sentimentos da parturiente. Alguns aspectos que são preconizados, não despontaram no relato dos trabalhadores: a prevenção da mortalidade materna e neonatal, o contato precoce entre mãe e filho, a amamentação na primeira hora de vida e o respeito à autonomia da mulher. Destaca-se a importância deste estudo, ao abordar as práticas desenvolvidas no atendimento à parturiente adolescente, na perspectiva dos trabalhadores da saúde, considerando que estes são os principais responsáveis pela implementação de uma assistência humanizada.
