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Federal do Rio Grande
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EENF – PPGENF-Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

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    Famílias com adolescentes que manifestam comportamentos de risco: áreas prioritárias de intervenção
    (2022) Carvalho, Elga Mirta Furtado Barreto de; Silva, Mara Regina Santos da
    A família é um contexto fundamental para o processo de desenvolvimento de seus membros, particularmente dos adolescentes que se encontram em um período crítico de transição e necessitam de um ambiente saudável para atingirem seu potencial humano e, assim, contribuir para a construção de sociedades mais justas. É nesta perspectiva que se desenvolve esta tese de doutoramento, cujo objetivo geral consiste em: compreender as interações que demarcam o cotidiano das famílias de adolescentes com comportamentos de risco que vivem na ilha de Santiago/Cabo Verde/África. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa, pautado nos conceitos de ciclo de vida familiar, vulnerabilidade psicossocial e suporte social. Participaram 18 famílias com adolescentes, estudantes de uma escola secundária da cidade da Praia, ilha de Santiago/Cabo Verde, os quais manifestam comportamentos de risco, incluindo: consumo de álcool e drogas, gravidez na adolescência e violência juvenil. Os dados foram coletados entre junho e julho de 2022, por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas individualmente com os pais ou os responsáveis pelo adolescente e após submetidos à análise de conteúdo. O estudo recebeu uma certificação ética do Comitê Nacional de Ética em Pesquisa para a Saúde de Cabo Verde. Os resultados são apresentados em um conjunto de categorias que retratam: (1) Situações cotidianas reconhecidas pelos pais de adolescentes como difíceis de serem geridas, na qual estão incluídos: comportamentos inadequados; ausência de referências familiares positivas; comportamentos perigosos e problemas escolares; (2) Estratégias utilizadas pelas famílias para gerenciar os comportamentos de risco manifestados pelos filhos adolescentes, incluindo: adaptação intrafamiliar no enfrentamento dos desafios; clima familiar promotor de crescimento; mobilização de recursos familiares, sociais e comunitários; e padrão de interação disfuncional; (3) As fortalezas da família reconhecidas por seus membros, constituída pelas relações de proteção e cuidado entre seus membros; interações afetivas entre os membros da família e sistema de crenças religiosas; (4) Funções/áreas prioritárias nas quais as famílias de adolescentes com comportamento de risco necessitam de ajuda, englobando: suporte familiar; competências parentais; ambiente escolar seguro com qualidade de vida; e organizações comunitárias que trabalham junto as famílias com a adolescentes. Os resultados deste estudo evidenciam a necessidade de reorganização e integração dos serviços sociais e de saúde disponibilizados às famílias de adolescentes com comportamentos de risco, com vistas a apoiá-las no desenvolvimento e redirecionamento das trajetórias de vida dos adolescentes. São resultados que podem subsidiar o delineamento de políticas, programas e estratégias de enfermagem familiar específicas para amparar as famílias na tarefa de construir um contexto favorável para o desenvolvimento dos seus membros, com impacto na produção de uma geração mais saudável, capaz de catapultar o desenvolvimento social e econômico do país, no futuro.
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    Influência do contexto socioambiental para o desenvolvimento de comportamentos de risco à saúde na adolescência
    (2019) Rodrigues, Eloisa da Fonseca; Gomes, Giovana Calcagno
    No período da adolescência, os espaços de convivência podem expor os indivíduos a diferentes situações de vulnerabilidade, comprometendo sua saúde. Assim, defendeu- se a seguinte tese: Os adolescentes são influenciados pelas interações que estabelecem no contexto socioambiental onde vivem, desenvolvendo comportamentos de risco à saúde. Teve como objetivo geral compreender como o contexto socioambiental e os hábitos de vida conduzem os adolescentes a desenvolver comportamentos de risco à saúde e ao adoecimento; e como objetivos específicos avaliar o estado de saúde, investigar os hábitos alimentares, a realização de atividade física, a qualidade do sono, as atividades de lazer, o uso de substâncias lícitas e ilícitas, o conhecimento sobre infecções sexualmente transmissíveis e métodos de prevenção e descrever como as relações intra e extrafamiliares com amigos, colegas e comunidade na qual estão inseridos apresentam-se como fatores de risco à saúde. Trata-se de uma pesquisa de natureza quantiqualitativa, com abordagem exploratória e descritiva. A etapa quantitativa foi desenvolvida com 124 adolescentes e a qualitativa com 30 destes adolescentes. A realização do estudo aconteceu em uma escola pré-profissionalizante ligada a uma universidade pública federal localizada no extremo sul do Rio Grande do Sul. A amostra foi calculada com base na amostragem não probabilística por conveniência. A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande – FURG sob o número 130/2019. Na etapa quantitativa, foram coletados dados mediante questionário e aferição de dados antropométricos. A análise foi feita utilizando-se a estatística descritiva através do software SPSS, versão 20.0. Na etapa qualitativa, foram coletados dados mediante entrevistas semiestruturadas com 30 adolescentes e analisados pelo método da Análise Temática. O referencial teórico do Interacionismo Simbólico norteou a compreensão dos resultados. Os dados analisados possibilitaram a identificação de quatro categorias: caracterização dos participantes, condições de saúde, hábitos de vida e contextos de convivência. Os resultados possibilitaram identificar condições de risco à saúde e adoecimento entre as meninas, por apresentarem-se tanto abaixo como acima do peso adequado para a idade, terem níveis elevados de pressão arterial e sofrerem mais de ansiedade. Entre os meninos, encontrou-se perfil de obesidade grave e hipertensão estágio dois e a correlação positiva entre esses fatores. Os hábitos de vida mostraram riscos à saúde no alto consumo de alimentos ultraprocessados nas refeições intermediárias, na quantidade insuficiente de sono por noite, no conhecimento fragmentado sobre as infecções sexualmente transmissíveis, no elevado consumo e experimentação de bebida alcoólica e na experimentação de outras substâncias licitas e ilícitas. Nos contextos de convivência familiar, social, escolar e comunitária, observou-se que a exposição à violência e às emoções negativas influencia o comportamento dos adolescentes, predispondo ao adoecimento. Os dados da pesquisa confirmaram a tese de que os adolescentes são influenciados pelas interações que estabelecem no contexto socioambiental onde vivem, desenvolvendo comportamentos de risco à saúde.
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    Crianças e Adolescentes Testemunhas da Violência entre os Pais
    (2022) Fonseca, Kateline Simone Gomes; Silva, Mara Regina Santos da
    Ser testemunha da violência entre os pais é um problema de saúde pública para crianças e adolescentes que afetam o seu desenvolvimento,’ com consequência a curto e longo prazo. A repercussão do testemunho da violência é influenciada pelo tipo de violência, a frequência e a intensidade que ocorre, assim como pelos fatores relacionais, sociais, comunitários e as características individuais dos pais e dos filhos. Apesar disso, as crianças e adolescentes que testemunham a violência entre os pais é um tema pouco explorado na literatura e invisível nos serviços de proteção às vítimas, onde o foco prioritário é a mãe vitimizada. Considerando a relevância da problemática e a necessidade de melhor conhecer o fenômeno, este estudo tem como objetivos: (1) Identificar, a partir de uma revisão integrativa da literatura, as repercussões que a experiência de testemunhar a violência entre os pais tem sobre os filhos, crianças e adolescentes; (2) Caracterizar, a partir dos registros de um serviço de proteção às vítimas, o tipo de violência testemunhada por crianças e adolescentes e o perfil dos pais (vítima e agressor). Para responder o primeiro objetivo, foi realizada uma Revisão Integrativa sobre o tema, através de um recorte temporal de cinco anos, nas bases MEDLINE/PUBMED, SCOPUS, LILACS, BDENF e PSYCINFO. Foram utilizados os descritores e palavras chave: “violência doméstica”, “violência por parceiro íntimo”, “criança”, “adolescente”, “maus-Tratos Infantis”,“exposure to violence’,“domestic violence”,“intimate partner violence”,“childhood exposure to intimate partner violence”,“witnessing inter parental violence”,“witnessing domestic violence”, “child”, “adolescent” combinando-se com os operadores booleanos AND e OR. Foram selecionados 32 artigos conforme os critérios de elegibilidade e que respondessem à pergunta norteadora. Foram excluídos os relatos de experiência, ensaio teórico, estudos de revisão, monografias, dissertações e teses. Os dados foram categorizados tendo por base o Modelo Ecológico proposto pela Organização Mundial da Saúde. Para o segundo o objetivo foram utilizados, dados secundários armazenados em um Banco de Dados do Grupo de estudo e Pesquisa em Família, Enfermagem e Saúde, com informações sobre violência contra mulher obtidos de 276 registros de um serviço de proteção às vítimas de Rio Grande/RS, nos quais estava explicitamente referido a presença de filhos. Essas informações foram analisadas a partir da estatística descritiva. Foram respeitados os princípios éticos aplicados à pesquisa envolvendo dados secundários. Os resultados advindos da revisão integrativa evidenciam as repercussões em níveis individuais, relacionais e sociais, incluindo comprometimento da saúde física e mental; comportamentos agressivos na escola, na família, uso de substâncias ilícitas e transmissão intergeracional da violência testemunhada. Nos dados secundários foram evidenciados predomínio da violência psicológica, causada predominantemente por conflitos familiares e praticada pelo ex-companheiro da mãe. Ambos, o pai agressor e a mãe vítima, estavam na faixa etária entre 21 e 40 anos, possuíam ensino fundamental, raça branca e ensino fundamental. Não faziam uso de substâncias lícitas e ilícitas. A maioria das crianças e adolescentes (62,7%) presenciou ou sofreu a violência durante a agressão perpetrada contra mãe. Os resultados da revisão integrativa e da análise dos dados secundários mostram que apesar das repercussões que a experiência de testemunhar a violência entre os pais tem sobre a saúde das crianças e adolescentes expostas, ainda assim elas não recebem a atenção que necessitam, mesmo nos serviços de proteção as vítimas. Isto evidencia a persistência de um modelo de assistência centrado no indivíduo que fragmenta a família.
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    Visibilidade da(s) tentativa(s) de suicídio a partir dos discursos dos adolescentes
    (2020) Simões, Émilen Vieira; Oliveira, Adriane Maria Netto de
    O suicídio é a terceira principal causa de morte de jovens entre 15 a 19 anos no mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a prioridade é conscientizar os países no que diz respeito a este problema de saúde pública, a fim de que ocorra uma redução em 10% da taxa de mortalidade por suicídio até o ano de 2020 e, em 1/3 até 2030, o que mostra a relevância de estudos a respeito deste tema. O presente estudo teve como objetivo geral compreender os motivos atribuídos a(s) tentativa(s) de suicídio como forma de terminar com o sofrimento vivenciado pelos adolescentes em um município do extremo sul do Brasil e, os específicos foram: conhecer como os adolescentes que tentaram suicídio percebem a vida e o mundo; conhecer a história de vida dos adolescentes que tentaram suicídio; conhecer como os adolescentes que tentaram suicídio percebem as relações interpessoais; conhecer a auto percepção e autoimagem dos adolescentes que tentaram suicídio; identificar a percepção dos adolescentes que tentaram suicídio acerca do suicídio. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, exploratória e descritiva. Participaram da pesquisa dez adolescentes que tentaram suicídio, atendidos em um Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil do extremo sul do Brasil. A coleta dos dados ocorreu no mês de julho de 2020, após parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande, através da entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados por meio da Análise Temática de Conteúdo. Os resultados foram discutidos em dois artigos, sendo o primeiro “Relações dos adolescentes com comportamentos suicidas com as redes de proteção e apoio social”, no qual mostrou as fragilidades nas interações dos adolescentes com as redes de apoio e proteção social, entre elas, no ambiente familiar, com os amigos, no ambiente escolar com professores e colegas e, em diferentes contextos do seu convívio. As dificuldades evidenciadas nas relações interpessoais, familiares e sociais, bem como, o reflexo das mesmas para o seu desenvolvimento e desencadeamento das tentativas de suicídio ficaram evidentes. Contudo identificou-se o fortalecimento dessas interações, após as intervenções dos profissionais de saúde mental. E, o segundo artigo, intitulado “Motivos atribuídos pelos adolescentes as tentativas de suicidio”, evidenciou de acordo com os adolescentes que os principais motivos relativos as tentativas de suicídio foram a violência psicológica, física e abuso sexual; o adolescente não ver sentido na vida e não ter sentimento de pertença no mundo em que vive. Outra questão relevante encontrada no estudo foi a excessiva ausência de habilidades dos adolescentes para enfrentarem e manejarem com as decepções e frustrações da vida. Os adolescentes referiram que as tentativas de suicídio foram realizadas para que pudessem terminar com a profunda tristeza e sofrimento que sentiam frente aos eventos estressores da sua vida. O conhecimento adquirido a partir dessa pesquisa é importante para a prática da enfermagem e demais profissionais de saúde, uma vez que contribui para a construção de novas estratégias de cuidado com os adolescentes, com a finalidade de realizar a prevenção do suicídio. Torna-se essencial rever atividades em grupo que envolvam os adolescentes na comunidade, de forma que essas possam ser utilizadas para a promoção da saúde mental desse grupo, uma vez que o envolvimento com as demais pessoas fortalece sua autoestima, auto imagem, o enfrentamento e resolução dos problemas da vida de maneira adequada, estimula sua (re)inserção no meio social, estimula o envolvimento em atividades de promoção a saúde fazendo com que reconheça a importância do seu eu e das suas ações para a sociedade.
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    Vivências da família no cuidado à criança e ao adolescente com HIV/AIDS
    (2018) Costa, Aline Rodrigues; Gomes, Giovana Calcagno
    Objetivos: Conhecer as vivências da família no cuidado à criança/adolescente com HIV/AIDS. Metodologia: Pesquisa descritiva, exploratória e qualitativa realizada no sul do Brasil, no segundo semestre de 2018 no Hospital Dia de AIDS. Participaram 20 familiares cuidadores de crianças/adolescentes com HIV/AIDS. A coleta de dados foi realizada por entrevistas semiestruturadas. Utilizou-se a Análise de Conteúdo. Respeitou-se os princípios éticos, sendo aprovado pelo comitê de ética local sob parecer nº 29/2018. Resultados: Quanto ao impacto do diagnóstico, algumas mães não sabiam ter o HIV, pois não realizaram pré-natal; outras descobriram durante. Alguns eram adotivos e não possuíam informações da gestação da mãe biológica. Referiram sentir-se chocados, com pena ao pensar na vida da criança/adolescente, dificuldades em aceitar e preferiram não pensar nas consequências do HIV/AIDS. Buscaram orientação profissional, entretanto, um dos entrevistados afirmou negligência no diagnóstico. Os familiares cuidadores adotivos souberam do diagnóstico na adoção, não interferindo no processo. Um dos participantes obteve a guarda legal devido à negligência do responsável biológico. Em relação aos sentimentos, relataram raiva pela irresponsabilidade da mãe biológica, pavor, tristeza e medo ao pensar no futuro e pelo contágio ter ocorrido pela amamentação, além de medo do óbito por doenças oportunistas e culpa em alguns casos. Frente às mudanças vivenciadas, alguns afirmaram inexistentes após a descoberta, outros que a principal mudança foi na alimentação. Verificou-se a dedicação exclusiva do familiar cuidador, bem como o fato da doença unir a família. Quanto às formas de organização e estratégias, afirmaram viver suas rotinas exclusivamente a criança/adolescente. Utilizaram celular, quadro, anotações, a separação da medicação e adaptação dos horários para o não esquecimento. Introduziram a medicação no alimento para evitar rejeição e utilizaram um cardápio variado. Quanto às consultas, verificaram na carteirinha e consultaram o calendário para não as esquecer. Orientaram a criança/adolescente para que o mesmo seja independente e consciente da sua condição. Não possuíam estratégia específica, pois sabiam o que fazer. Referiram adaptar seus horários aos dos cônjuges. Frente às facilidades encontradas, alguns afirmaram que a criança/adolescente com HIV/AIDS é normal como outra qualquer, sendo facilitador o fato da mesma aceitar o seu diagnóstico. Outra facilidade foi a obtenção de um benefício judicial, conseguindo que o familiar cuidador se aposentasse, tendo mais tempo para o cuidado. Quanto às dificuldades, alguns relataram ser difícil manter o sigilo do diagnóstico. Verificou-se a aderência da medicação como dificuldade, além da assiduidade às consultas ou o fato do familiar cuidador residir fora da cidade. Encontraram dificuldade em relação à alimentação e nos antirretrovirais devido aos efeitos colaterais. O preconceito e aceitação foram citados, além do tempo e a forma como explicarão sobre o diagnóstico. Questões referentes ao crescimento e aos namoros foram referidas. Quanto à rede de apoio social, constatou-se que alguns não possuem. Os que possuem citaram cônjuges, namorados, avós e irmãs, além de amigos. Conclusão: Conclui-se a importância da enfermagem não só na comunicação do diagnóstico, como durante a adaptação da família para que se desempenhe adequadamente seu papel fornecendo qualidade de vida para a criança/adolescente.
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    O mundo da vida e a influência dos ambientes para o uso do crack por adolescentes: contribuições da fenomenologia social para a enfermagem
    (2017) Mota, Marina Soares; Gomes, Giovana Calcagno
    A adolescência éum período da vida entre a infância e a fase adulta, caracterizada por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial. O uso do crack nessa fase se apresenta como um problema de saúde pública devido as repercussões na vida do adolescente e na sociedade. Fatoresindividuais esocioambientaisnos diversos espaços tantofamiliar, escolar e sociocultural podem influenciar o adolescente ao uso de crack. Seu consumo éconsiderado uma epidemia, mobilizando o sistema de saúde por ser um problema de difícil solução. Nessecontexto, se objetivoucompreender as experiências vividas por adolescentes usuários decrack nos seus diferentes ambientes de convivência.Pesquisa de caráter exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa desenvolvido em um Centro de Atenção Psicossocial para usuários de álcool e outras drogasno município de Rio Grande. Brasil.Entrevistou-se em profundidade, entre agosto e outubro de 2016,13 adolescentesos quais atenderam ao critério de ter histórico de consumo de cracke estar em atendimento no supracitado serviço.Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa sobparecer 93/2016.A Análise Compreensiva das falas por meio do referencial da Fenomenologia Social de Schützgerou três artigos: Mundo da vida: influência socioambiental para o consumo de crack por adolescentes, A influência do vivido: motivos porque do consumo de crack por adolescentes eProjeções do futuro de adolescentes usuários de crack: uma abordagem fenomenológica.Compreende-se que no mundo da vida há influência da comunidade a qual o adolescente pertence,da família pelo excesso de permissibilidade e ser ambiente de uso de drogas e violênciaeda escola onde esses têm contato com drogas, mas também podem receber orientações preventivas. Visualizou-seque o mundo da vida do adolescente é compreendido por esse como resultado de perdas materiaiseafetivas, mas buscam tratamento pela projeção de melhora.Verificou-se que osmotivos porque se sustentam nas experiências de naturalização do consumo de drogas no ambiente familiar e na reprodução desse comportamento, na falta de referências familiares, na morte de familiares importantes e no fim de um relacionamento, nas amizades que utilizam a droga associado a algumas características da adolescência como a curiosidade e a necessidade de pertença do grupo externo.Os adolescentes referiram como projeções futuras resistir à influência da droga e se manter em tratamento,resgatar asi e (re)construir as relações familiares e sociais,retomar os estudos e (re)inserir-se no trabalho,viver um pouco mais. Além dessas, relataram projeções comuns da adolescência como ser um policial ou jogador de futebol.Frente aos dados confirmou-se a tesedefendida pelo estudo: O acervo de conhecimento socialmente vivido no mundo da vida, composto por diferentes contextos socioambientais no qual o adolescente foi/é inserido influência para o uso do crack, enquanto conduta social.A complexidade da questão gera a necessidade da criação de novos conhecimentos, práticas e políticas sociais que ofereçam suporte para a atuação profissional junto a esses adolescentes nos seus diferentes contextos socioambientais de (con)vivência.
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    Crianças e adolescentes com transtorno depressivo: um estudo na perspectiva da resiliência familiar
    (2018) Pontes, Eduarda Ramis; Silva, Mara Regina Santos da
    A depressão infantojuvenil é um problema de saúde pública mundial. Entre as crianças e adolescentes é a doença que mais incapacita para realização das atividades diárias, repercutindo diretamente na qualidade de vida desses indivíduos. No Brasil, de 8% a 12% da população infanto-juvenil sofre desse transtorno e estima-se que 50% desses indivíduos não recebem tratamento, o que pode causar danos permanentes no âmbito individual, escolar, familiar e social. Esse transtorno provoca mudanças significativas na vida da família podendo gerar a desarmonia no lar. Por outro lado, as famílias que mobilizam recursos e desenvolvem potencialidades para enfrentar os desafios diários, conseguem se fortalecer e seguir suas vidas de uma maneira que pode ser considerada positiva. Este estudo teve como objetivo geral: compreender os processos de resiliência que auxiliam as famílias com crianças e adolescentes depressivos no enfrentamento dos desafios associados a esse transtorno. Especificamente, objetiva: (1) Identificar como as famílias de crianças e adolescentes com depressão percebem a presença desse transtorno em seu cotidiano; (2) Analisar os processos chaves de resiliência utilizados pelas famílias no enfrentamento da depressão infanto-juvenil, com ênfase nas crenças, nos processos de comunicação e organizacionais. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, do tipo descritivo e exploratório, desenvolvido com 26 familiares, pertencentes a 24 famílias que convivem diariamente com crianças e adolescentes depressivos atendidos no CAPS-i de dois municípios do Sul do Brasil. Os dados foram coletados a partir de entrevista semiestruturada realizadas nos meses de dezembro/2017, janeiro, fevereiro e março/2018, posteriormente, analisados por meio da técnica de análise temática de Minayo (2013), tendo como balizadores os Processos Chaves da Resiliência Familiar de Walsh (2016). Foram resguardados os direitos que tratam de pesquisas que envolvem seres humanos, sob a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados são apresentados através de dois artigos científicos que correspondem aos objetivos específicos deste estudo. O primeiro artigo aborda a experiência de conviver com o transtorno depressivo em crianças e adolescentes a partir da percepção dos familiares, apontando que as famílias associam o desenvolvimento da depressão infantojuvenil a eventos traumáticos que acontecem geralmente no ambiente intrafamiliar ou na interação da criança/adolescente com a rede social proximal. Após o transtorno depressivo estabelecido, a família busca a reestruturação para atender as necessidades geradas pela depressão, com isso, geralmente a mãe se torna a principal cuidadora, que consequentemente é sobrecarregada por assumir sozinha o cuidado do filho depressivo. O segundo artigo trata os processos chaves de resiliência utilizados pelas famílias com crianças e adolescentes depressivos, este estudo mostra distintos níveis de resiliência familiar, que são diferenciados pela utilização de agentes mobilizadores de forças como a fé, o apoio da família extensa e amigos e o suporte de saúde oferecido para a criança e o adolescente pelo CAPS-i. Com base nos resultados deste estudo, conclui-se que os enfermeiros se mantem distante do cuidado às famílias, repercutindo na falta de suporte emocional e instrumental para as crianças e adolescentes depressivos na sua integralidade. O que ocasiona, uma barreira no tratamento, refletindo na permanência da depressão durante todo o ciclo de vida de criança e do adolescente, ou ainda pode evoluir ao suicídio consumado deste indivíduo. Assim, este estudo tem a finalidade de gerar conhecimento para os profissionais da saúde em geral, com a perspectiva de aprofundar conhecimentos específicos acerca da depressão infanto-juvenil e seus impactos no conviver em família, além disso, que desencadeie reflexões sobre o processo de resiliência para produção de saúde para as crianças e adolescentes com depressão e suas famílias. Demonstrando ainda, a importância da criação e implementação de Políticas Públicas voltadas especificamente para atenção à saúde mental infantojuvenil.
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    Percepções de adolescentes usuários de drogas acerca da dependência química
    (2012) Alvarez, Simone Quadros; Gomes, Giovana Calcagno
    Este estudo objetivou conhecer a percepção de adolescentes usuários de drogas atendidos no CAPS ad no município do Rio Grande acerca da dependência química.Tratou-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa realizada no primeiro semestre de 2012 no CAPS ad do município do Rio Grande/ RS, com oito adolescentes usuários de drogas. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas e analisados pelo método de Discurso do Sujeito Coletivo. Os dados do estudo mostraram que as principais causas apontadas pelos adolescentes para o início do uso de drogas foram à curiosidade, a imaturidade e a ingenuidade; a influência dos amigos e a vontade de pertencer a um grupo, de não ser diferente de seus pares; acharem que se muitos às utilizam estas devem ser boas; conviver com usuários de drogas no seu ambiente de consumo e a dificuldade de enfrentar perdas e a desestruturação familiar. Evidenciou-se que a droga apresenta-se como fonte de alívio para a tristeza e o desamparo sentido. As principais consequências do uso de drogas foram desgraça, tristeza e muitas coisas ruins; alguns se sentem fortes, poderosos e rebeldes, desestruturação familiar, interrupção do processo de escolarização e marginalização. Os principais fatores de risco para o uso de drogas na adolescência são a falta de informações, o não acreditar nos malefícios das drogas e nas consequências negativas destas em suas vidas, ver outro usuário falando ou consumindo a droga e conviver com usuários de drogas no seu ambiente de consumo, ser assediado por traficantes que lhes oferecem a droga e insistem para que a consumam, morar com uma família em que o uso de drogas está naturalizado, perceber a droga como uma coisa boa e fonte de alívio e vivenciar situações de raiva extrema e de perda de controle. Verificou-se como fatores de proteção a vontade de parar de usar drogas, a busca de ajuda por parte dos familiares, a existência dos Serviços de Atenção aos usuários, do Conselho Tutelar e do Juizado da Infância e da Adolescência. Verificou-se como Influência do vínculo familiar para o uso de drogas na adolescência a falta de atitude dos pais ao saberem do uso de drogas de seus filhos. Os familiares percebem que o adolescente está fazendo uso de drogas por seu aspecto físico e diante de suas atitudes agressivas. Muitos adolescentes convivem com o uso de drogas por seus familiares desde a infância. Possuem como expectativas e projetos de vida: retomar os estudos, arrumar um emprego e ter uma profissão, construir uma família, tornar-se motivo de orgulho para seus pais, mudar sua história de vida, realizar um tratamento e parar de usar drogas, se desintoxicar e se reinserir na sociedade, reconquistando a confiança e respeito das pessoas com quem convive, viver pelo menos até passar dos 18 anos de idade. concluiu-se que adolescência é uma etapa vulnerável, em que o jovem enfrenta mudanças pessoais, familiares e sociais. Dessa forma a família, professores e profissionais da saúde precisam saber como lidar com os conflitos vividos pelos adolescentes de forma a fornecer suporte com vistas a minimizá-los. O conhecimento construído com este estudo poderá nos possibilitar um novo olhar para os transtornos relacionados ao uso de drogas na adolescência, auxiliando na elaboração de estratégias de prevenção e tratamento mais efetivo.
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    Produção textual de adolescentes acerca da saúde sexual e reprodutiva: subsídios para atuação de enfermagem
    (2009) Jundi, Maria da Graça Insaurriaga; Gomes, Vera Lúcia de Oliveira; Fonseca, Adriana Dora da
    Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa, que teve por objetivo analisar as mensagens, acerca da promoção da saúde sexual e reprodutiva, produzidas por adolescentes de escolas públicas e particulares da cidade do Rio Grande, num concurso de redação e música promovido pelo Grupo Gestor Municipal (GGM) do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), nos anos de 2007 e 2008. Após autorização pelo GGM para realização deste estudo, foram disponibilizadas para reprodução, via xérox, as 29 redações e as três letras de músicas inscritas nos concursos. Para o tratamento dos dados utilizou-se a técnica de análise de conteúdo na modalidade temática. Participaram 35 adolescentes, sendo 25 moças e dez rapazes, com idades entre onze e dezessete anos. Quanto à escolaridade, dois frequentavam a quinta série; doze a sexta, doze a sétima e nove a oitava. Apreendeu-se que, em sua produção textual, os(as) adolescentes revelaram as vulnerabilidades e fortalezas referentes à saúde sexual e reprodutiva. Entre os inúmeros fatores que aumentam a vulnerabilidade individual, social e programática, discorreram sobre a carência de informações, a dificuldade para transformar o conhecimento em prática, a sensação de imunidade, a violência familiar, a conduta repressora de pais e mães, as mensagens de cunho sexual veiculadas pela mídia, a necessidade de serem aceitos(as) pelo grupo, preconceitos, e falta de ações governamentais direcionadas a adolescentes. No que se refere às fortalezas, sabem que a informação é uma importante aliada para a promoção da saúde sexual e reprodutiva citando, entre as fontes acessíveis, os serviços públicos de saúde, a família e a escola. Demonstraram conhecimento acerca da alarmante propagação da epidemia da AIDS entre jovens, conhecendo os sinais e sintomas das DSTs mais comuns e as formas de prevenção. As moças enfatizaram a necessidade de compartilhar a responsabilidade preventiva com os rapazes, bem como de amor próprio e respeito mútuo. O acesso aos serviços de saúde também foi apresentado como indispensável ao adolescer saudável. Os(as) jovens demonstraram conhecimento sobre drogas seus efeitos e consequências. Referem-se à adolescência como um período gostoso, repleto de dúvidas, mas também cheio de potencialidades. Assim, os mesmos componentes apresentados como desencadeadores de vulnerabilidade podem torná-los(as) fortes e capazes de superar os desafios comuns a essa etapa da vida. Para que tal superação ocorra, é necessário que tenham acesso à informação e a problematizem; que sejam capazes de incorporá-las ao cotidiano, adotando práticas protegidas e protetoras; que haja diálogo, despido de tabus, censuras e preconceitos no ambiente familiar; que as escolas adotem de forma transversalizada temáticas referentes à saúde sexual e reprodutiva; que os serviços de saúde tenham infraestrutura para assegurar os direitos contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente; entre outras estratégias fortalecedoras.
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    As práticas humanizadas no atendimento ao parto de adolescentes: análise do trabalho desenvolvido em um hospital universitário do extremo sul do Brasil
    (2010) Busanello, Josefine; Kerber, Nalú Pereira da Costa
    Este estudo, de abordagem qualitativa e quantitativa, tem como objetivo analisar as práticas desenvolvidas na assistência à parturiente adolescente em um Centro Obstétrico (CO) de um Hospital Universitário do extremo sul do Brasil, com base na proposta de humanização do parto preconizada pelo Ministério da Saúde (MS), a partir do relato dos próprios trabalhadores da saúde. O cenário investigativo foi o CO do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Júnior, do município do Rio Grande/RS. Utilizou o banco de dados do macroprojeto de pesquisa intitulado: “Atenção humanizada ao parto de adolescentes”, ao qual está vinculado. Os dados foram coletados no período de julho de 2008 a fevereiro de 2009, por meio de duas fontes: entrevista semiestruturada e pesquisa documental. Foram analisados 128 prontuários das adolescentes parturientes, atendidas nesse período no CO em estudo. Os sujeitos do estudo foram vinte e três trabalhadores atuantes no CO deste hospital, dentre eles, 6 médicos residentes, 7 médicos preceptores, 4 enfermeiras e 6 técnicos/auxiliares de enfermagem. Na análise quantitativa, após a descrição da amostra estudada, foram calculadas as proporções para as variáveis categóricas, segundo a categoria funcional. Diferenças entre proporções foram testadas pelo teste estatístico de Fisher (p< 0,05). A apreciação qualitativa dos dados foi realizada por meio da análise temática. Para a discussão foi estabelecido uma correlação com as orientações do MS acerca da proposta de parto humanizado. A partir do relato dos trabalhadores, evidenciou-se a realização de práticas úteis na assistência ao parto, dentre elas, as orientações sobre formas de relaxamento no trabalho de parto, o incentivo ao vínculo precoce entre mãe e filho e a amamentação. Porém, o direito à presença do acompanhante e o envolvimento da parturiente na escolha do tipo de parto não vem sendo considerados. A posição de litotomia e a padronização da tricotomia, episiotomia e amniotomia, também foram relatadas. O registro dos prontuários foi insatisfatório, considerando o partograma, a vigilância fetal, a anamnese e o exame físico e obstétrico da parturiente. Os fatores que dificultam a implementação das práticas preconizadas são a não sensibilização dos trabalhadores e a falta de infraestrutura do CO. Evidenciaram-se concepções semelhantes entre as categorias funcionais em relação à assistência ideal no CO às adolescentes, tais como importância da adequação física do CO, da organização do trabalho, da presença do acompanhante e das relações de respeito. Os trabalhadores da enfermagem ressaltaram as especificidades da parturiente adolescente, destacando a importância do direito ao acompanhante, do comportamento solidário e do respeito aos sentimentos da parturiente. Alguns aspectos que são preconizados, não despontaram no relato dos trabalhadores: a prevenção da mortalidade materna e neonatal, o contato precoce entre mãe e filho, a amamentação na primeira hora de vida e o respeito à autonomia da mulher. Destaca-se a importância deste estudo, ao abordar as práticas desenvolvidas no atendimento à parturiente adolescente, na perspectiva dos trabalhadores da saúde, considerando que estes são os principais responsáveis pela implementação de uma assistência humanizada.