Um estrangeiro de mim mesmo: a identidade fragmentada em Berkeley em Bellagio, de João Gilberto Noll

Pereira, Ânderson Martins; Farias, Ariane Ávila Neto de

Abstract:

 
A literatura contemporânea vem expondo cada vez mais o “eu”, trazendo à tona a figura exter-na do autor, que há muito havia sido morta por pesquisadores estruturalistas. Para alguns teóricos, tais textos vão ser denominados “autoficção”. O presente trabalho busca discutir o romance de João Gilberto Noll, Berkeley em Bellagio (2002) a partir das noções acerca desse sujeito fragmentado apresentadas pelo gênero autoficcional. Pesquisadores como Diana Klinger defendem que, ao trazer relatos em primeira pessoa, a autoficção, ao mesmo tempo em que parece atender a demanda de um sujeito narcisista, de-monstra o desmoronamento da concepção de um sujeito pleno. Tomando por pressuposto a relação da dicotomia “eu” e “outro”, acredita-se que, para a obra aqui analisada, a única forma de se sentir inteiro é abraçar o outro e renegar uma visão fixa de si mesmo.
 
Contemporary literature is exposing the “I” by revealing the external figure of the author, “kil-led” long ago by structuralist researchers. For some theorists, these texts would be called “autofiction”. The present paper aims to discuss the novel of João Gilberto Noll, Berkeley in Bellagio (2002), based on the notions on this fragmented subject presented by the autofictional genre. Researchers like Diana Klinger argue that by bringing first-person accounts, the autofiction shows, at the same time, the demand of a narcissist subject and the collapse of the subject as an entire being. Taking into account this dichotomy between the “I” and the “other”, we believe that, for the work analyzed here, the only way to become entire is to embrace the other and to deny a fixed view of oneself.
 

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