Marcas da desconstrução das concepções hegemônicas da condição de gênero e etnia no romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis

Troina, Rosane Jaehn

Abstract:

 
Esta pesquisa apresenta uma reflexão sobre as marcas da desconstrução das concepções hegemônicas da condição de gênero e etnia no romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. Para tanto, nos ativemos ao modo como a autora maranhense tece em sua narrativa as identidades negras escravizadas e formula uma crítica ao mandonismo sobre a vida da mulher branca dentro de um contexto árido mantido pela ordem patriarcal como foi o século XIX. Nesse sentido, consideramos que o texto firminiano ressignifica o mito de uma literatura única, se estabelecendo como uma afrotopia, visto que sua criação enunciativa cria uma realidade ficcional que revela a face bárbara e violenta da nação, onde as vozes femininas e negras ecoam ao tempo ressignificando a literatura brasileira enquanto sistema mantenedor de discursos pautados por um viés masculino e eurocêntrico.
 
This research presents a reflection on the marks of the deconstruction of hegemonic conceptions of gender and ethnicity in the novel Úrsula, written by Maria Firmina dos Reis. We focus on how the maranhense author weaves in her narrative the enslaved black identities and formulates a criticism of the bossiness over the white woman's life within a barren context maintained by the patriarchal order as it was in the nineteenth century. In this sense, we consider that the firminian text resignifies the myth of a single literature, establishing itself as an afrotopia since their enunciative creation makes a fictional reality that reveals the barbaric and violent face of the nation. Where it reveals the female and black voices echo through time resignifying Brazilian literature, as a system that maintains discourses guided by a masculine and Eurocentric slant.
 

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  • ILA- Mestrado em Letras – (Dissertações)