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O modus operandi para divulgação de pesquisas científicas tem seu início, em tese, quando um manuscrito é submetido à apreciação do comitê científico de um evento. Uma vez aceito, torna-se objeto de discussão, acentuando o entendimento de que uma das finalidades de um congresso científico consiste em proporcionar contribuições às pesquisas apresentadas no decorrer de suas sessões. Não por acaso, Bird e Bird (1999) observaram que artigos publicados em periódicos têm, via de regra, como matriz, um trabalho apresentado e discutido em conferências, reuniões, simpósios ou workshops. Partindo desta constatação, 1.238 autores que veicularam manuscritos nos anais do Congresso USP de Controladoria e Contabilidade no período entre 2001-2010 foram convidados a participar deste estudo com o objetivo de identificar a trajetória de seus textos, desde sua veiculação nos anais até a publicação definitiva em periódicos. A coleta de dados via questionário eletrônico permitiu o mapeamento da situação de 724 textos, dos quais: (i) 192 foram submetidos para avaliação em periódicos; (ii) 111 foram aceitos para publicação; (iii) 42 foram recusados; e (iv) 39 permaneciam em processo de avaliação até a ocasião da coleta de dados do estudo. Constatou-se que apenas 15% dos 724 manuscritos mapeados, contidos nos anais do Congresso, foram convertidos em publicação definitiva. O índice de conversão não apresentou variações significativas entre as diferentes áreas temáticas do evento. Os resultados sugerem que pesquisadores brasileiros desta área têm visualizado a publicação de manuscritos em congressos como um fim em si mesmo, uma vez que 73,5% dos textos cuja trajetória ficou identificada sequer foi submetido para avaliação em periódicos. |
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