Abstract:
Esta dissertação de mestrado busca, a partir de dois romances brasileiros, O
Bom-Crioulo (1895), do escritor cearense Adolfo Caminha, e Stella Manhattan
(1985), do ensaísta-romancista Silviano Santiago, discutir de que maneiras essas
narrativas se mobilizam no sentido de desestabilizar a ordem hegemônica
heterossexual na cultura brasileira. O trabalho lança mão de certo aparato teórico
feminista, dos estudos gays e lésbicos e da epistemologia queer para refletir
sobre como a homossexualidade e o homossexual, nos romances sob leitura,
promoveriam o que este trabalho denomina “derrisão da heterossexualidade
compulsória”. Além disso, dialoga com textos ensaísticos de Silviano Santiago e
Denílson Lopes a fim de questionar a proposta daquele autor de um
“homossexual malandro”, sugerindo a falência dessa proposição por conta da
visibilização da diferença gendérica, tendo em vista a nítida performance feminina
de Stella Manhattan, protagonista do romance homônimo. Por fim, propõe a
escrita de histórias da literatura “fora do armário”, as quais negariam a reclusão
e/ou exclusão daqueles sujeitos que transitam para além de uma legibilidade etno
e heterocentrada.
Esta disertación de maestría tiene por objetivo, a partir de dos novelas brasileñas,
O Bom-Crioulo (1895), del escritor cearense Adolfo Caminha, e Stella Manhattan
(1985), del ensaysta-novelista Silviano Santiago, discutir de qué maneras esas
narrativas se movilizan pretendiendo desestabilizar el orden hegemónico
heterosexual en la cultura brasileña. El trabajo utiliza cierto aparato teórico
feminista, los estudios gays y lesbianos e de la epistemología queer para refletir
sobre como la homosexualidad y el homosexual, en las narrativas bajo análisis,
impulsarian lo que este trabajo nombra “derrisión de la heterosexualidad
compulsoria”. Además, dialoga con textos ensayísticos de Silviano Santiago y
Denílson Lopes con el objetivo de cuestionar la propuesta de aquel autor de un
“homosexual malandro”, sugeriendo la diferencia gendérica, teniendo en cuenta la
nítida performance femenina de Stella Manhattan, protagonista de la novela
homónima. Por ende, propone la escrita de historias de la literatura “fuera del
armario”, las cuales negarian la reclusión y/o exclusión de aquellos sujetos que
transitan más allá de una legibilidad etno y heterocentrada.