Praia do Cassino (Rio Grande – RS): qualidade da água dos sangradouros da área central – antes (2003) e depois (2005) da instalação da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE)

Baumgarten, Maria da Graça Zepka; Millão, Débora Gomes; Costa, Patrícia Gomes; Attisano, Karina Kammer; Costa, Nadja Berenice Dias da; Gutierrez, Fabiane Bretanha; Giordano, Sheila Bueno; Araújo, Eder Antônio Costa de

Abstract:

Sangradouros são cursos de água nascente que deságuam na praia alimentados pelo escoamento pluvial. O presente estudo avaliou a qualidade das águas dos sangradouros mais centrais da Praia do Cassino (município de Rio Grande) que recebem clandestinamente esgotos domésticos, além de um outro sangradouro localizado mais distante do centro do balneário (local referência). Simultaneamente, foi amostrada a água da zona de arrebentação da praia à frente do deságüe de cada um desses sangradouros. As amostragens foram realizadas antes (2003) e depois (2005) da instalação da ETE no Cassino. Os resultados de ambos os anos estudados evidenciaram a alta contaminação por esgoto e a eutrofização da água dos sangradouros mais centrais, se destacando como o mais contaminado o que percorre a Rua Rio de Janeiro, apesar de que uma parte dessa rua já tem rede coletora de esgotos. Os sangradouros da Rua do Riacho e o da Rua Júlio de Castilhos, situados em áreas menos centrais e desprovidas de rede coletora, também apresentaram contaminação desde 2003. Isso foi conseqüência de que a rede de coleta de esgotos do Cassino é pouco abrangente, proporcionando as ligações clandestinas nos sangradouros. Além disso, em torno de 40% das edificações construídas em ruas que possuem rede coletora de esgoto disponível, ainda não fizeram as ligações na rede. Nas zonas de arrebentação da praia, a contaminação ocorreu na frente do sangradouro da Rua Rio de Janeiro em épocas de chuvas. Para melhorar a qualidade das águas dos sangradouros e de suas margens, urge aumentar a extensão da rede coletora e disseminar programas de educação ambiental para motivar as ligações residenciais na rede, além ser necessária uma maior fiscalização para bloquear as ligações clandestinas.

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