Reflexões sobre mulheres, gênero e aprendizagem histórica

Miranda, Anadir dos Reis

Abstract:

 
Este artigo enfoca a discussão sobre a implicação do gênero na aprendizagem histórica, particularmente quanto à formação das identidades e consciência histórica de alunas e alunos. Partindo do pressuposto de que há recortes e seleções quanto aos passados acessados em sala de aula, e de que essas memórias são um “elemento essencial do que se costuma chamar identidade individual e coletiva” (MARTINS, 2007: p.17), perguntamo-nos o quanto a indiscutível invisibilização das mulheres e de suas experiências nos conteúdos e livros didáticos de história têm atuado na formação da identidade das alunas. Ou seja, como discentes do gênero feminino constroem um sentimento de si mesmas, de existência e continuidade ao longo do tempo? Como elas se representam? Como um outro, como uma falta? E quanto ao tipo de consciência histórica que desenvolvem? Não sendo comum que se historicize suas identidades e experiências nas aulas de história, tendo em vista a visão de gênero essencialista ainda marcante nos conteúdos, livros didáticos e falas docentes, é possível que elas se concebam, em grande parte, como sujeitos a-históricos. Nesse sentido, como se posicionam e se orientam em relação ao tempo?
 
This paper is focused on the discussion of the implications of gender in historical learning, particularly regarding the formation of identities and historical consciousness of students. Assuming that there are cuts and selections regarding the past as accessed in the classroom, and that those memories are an “essential element of what is called individual and collective identity” (Martins, 2007: p. 17), this study wonders how the indisputable invisibility of women and their experiences in the contents and history of textbooks have been active in forming the identity of female students. How do female students build a sense of themselves, existence and continuity over time? How do they represent themselves? As an other, as a lack? What about the kind of historical consciousness that they develop? Since it is not common to historicize such identities and experiences in history classes, in view of the essentialist gender standpoint still striking in contents, textbooks and teachers speech, it is possible that they think of themselves mostly as no-history subjects. In this sense, how do they position and orientate themselves in relation to time?
 

Show full item record

 

Files in this item

This item appears in the following Collection(s)

:

  • ICHI - Artigos publicados em periódicos