Abstract:
Discutir Patrimônio cultural negro no Paraná implica
em entender que as práticas de vida da população afro-brasileira
estiveram em processo de conflito com o projeto nacional. Apesar da
historiografia tradicional minimizar a presença de negros escravizado
e no Pós-abolição no Paraná, ao analisarmos o patrimônio cultural,
material e imaterial, do estado percebemos que diversos deles
demonstram saberes, celebrações e lugares vinculados a população
negra. Um exemplo disso, são as comunidades quilombolas, como
a Paiol de Telha, que além de assegurar a sobrevivência dos povos e
comunidades tradicionais salvaguardam as tradições e a memória negra
no Paraná. O que nos leva a supor que o quilombo se apresenta como
um “lugar de memória”, que consiste na necessidade de reconhecer
a população afro-brasileira como uma presença marcante na história
paranaense. Os moradores de quilombos são herdeiros não apenas
da terra que seus antepassados moravam, mas também de um capital
cultural simbólico que remonta a práticas antigas ligadas a tradição.
Salvaguardar estas comunidades como patrimônio cultural reflete a
necessidade de mudanças, que permitam a estes povos e comunidades,
a experiência de viver sua cidadania sem que tenham que abrir mão de
suas práticas culturais, sociais e econômicas.
Discuss black cultural heritage in Parana implies
understand that living practices of the african-Brazilian population
were in conflict with the national design process. In Paraná, despite
the traditional historiography minimize the presence of slaves and
former slaves in their territory, to analyze the cultural heritage, tangible
and intangible, the state realized that many of them demonstrate
knowledge, celebrations and places linked to the black population. An
example of this is the Quilombo communities, such as ‘Paiol de Telha’,
which in addition to ensuring the survival of traditional peoples and
communities safeguard the traditions and the black memory in Parana.
Which leads us to suppose that the quilombo presents itself as a “place
of memory”, which is the need to recognize the african-Brazilian
population as a strong presence in paranaense history. The residents
of quilombos are heirs not only the land that their ancestors lived,
but also a symbolic cultural capital dating back to ancient practices
linked to tradition. Safeguard these communities as cultural heritage
reflects the need for change, to allow these peoples and communities,
the experience of living their citizenship without having to give up their
cultural, social and economic practices.