Preparo e caracterização físico-química de magnetolipossomas para aplicação como sistemas de liberação prolongada de fármaco

Santos, Sandra Cruz dos

Abstract:

 
Este estudo objetivou investigar o efeito de dois métodos de preparo de magnetolipossomas na sua estabilidade e propriedades físico-químicas, variando-se o solvente, força iônica e afinidade por polaridade. Com este fim, magnetolipossomas constituídos de asolecitina de soja (ASO) e nanopartículas magnéticas (NPM) de maghemita (-Fe2O3) foram preparados pelos métodos de hidratação de vesículas (HV) e evaporação em fase reversa (FR) e investigados através do uso das seguintes técnicas: espectrometria de absorção atômica de alta resolução com fonte contínua (HR-CS AAS), difração de raios-X (DRX), espectroscopia de ultravioleta-visível (UV-vis), espalhamento de luz dinâmico (DLS), potencial zeta, espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier com refletância total atenuada horizontal (HATR-FTIR), ressonância magnética nuclear (RMN), calorimetria de varredura diferencial (DSC) e espalhamento de raios-X a baixo ângulo (SAXS). No magnetolipossoma considerado mais estável, foi estudada sua interação com um fármaco-modelo, a quercetina, bem como investigadas suas propriedades magnéticas e seu efeito na viabilidade celular de células de glioma. O método de FR proporcionou a obtenção de magnetolipossomas de tamanhos menores e estáveis por um maior período que os sistemas preparados pelo método de HV. Em geral, a presença de tampão tricina/ MgCl2pH 7,4 reduziu o tamanho e diminuiu a ordem do sistema lipossomal. A etapa de adição da NPM influenciou na percentagem de incorporação (I%) das mesmas nos magnetolipossomas, mas não influenciou no tamanho, estabilidade e dinâmica dos sistemas. Estes parâmetros foram afetados pela presença de tampão. A inserção da quercetina (fármaco-modelo) nos magnetolipossomas reduziu a I% de NPM em 11%. A quercetina reduziu discretamente a magnetização de saturação dos magnetolipossomas, mas não afetou o comportamento superparamagnético. Os resultados de FTIR, RMN e DSC mostraram que a quercetina desordenou as regiões de interface e apolar dos magnetolipossomas e ordenou a região polar. O encapsulamento da quercetina nos magnetolipossomas ocasionou uma redução da peroxidação lipídica e da viabilidade celular de glioma. Assim, a produção de magnetolipossomas de ASO/ maghemita/ quercetina, através de um método simples, gerou um sistema estável e superparamagnético, viável para uso como carreador ou sistema de liberação prolongada de fármaco.
 
This study aimed to investigate the effect of two methods of preparation of magnetoliposomes on their stability and physicochemical properties, varying the solvent, ionic strength and affinity by polarity. To this end, magnetoliposomes consisting of soy-bean asolectin (ASO) and maghemite magnetic nanoparticles (NPM) were made by the methods of vesicle hydration (VH) and reverse phase evaporation (RP) and investigated by the following techniques: high resolution continuum source atomic abortion spectrometry (HR-CS AAS), X-ray diffraction (DRX), ultraviolet-visible spectroscopy (UV-vis) , dynamic light scattering (DLS), zeta potential, horizontal attenuated total reflectance Fourier transform infrared (HATR-FTIR) spectroscopy, nuclear magnetic resonance (NMR), differential scanning calorimetry (DSC) and small-angle X-ray scattering (SAXS). In the magnetoliposomes considered to be more stable, their interaction with a model drug, quercetin, was investigated, as well as their magnetic properties and effect on cell viability of glioma. The RP method provided smaller stable magnetoliposomes for a longer period than magnetoliposomes prepared by the VH method. In general, the presence of tricine/MgCl2 pH 7.4 buffer reduced the size and decreased the order of the system. The MNP addition step influenced the incorporation percentage (I%) in the magnetoliposomes but did not influence the size, stability or dynamics of the systems. These parameters were affected by the presence of the buffer. The insertion of quercetin into the magnetoliposomes reduced the I% of the NPM by 11%. Quercetin discreetly reduced the magnetization saturation from magnetoliposomes but did not affect super-paramagnetic behavior. The results of FTIR, NMR and DSC showed that quercetin disoriented the interface and a polar regions and ordered the polar region of the magnetoliposomes. The encapsulation of quercetin in the magnetoliposomes caused a reduction of lipid peroxidation and the cell viability of glioma. Thus, the production of ASO/maghemite/quercetin magnetoliposomes, through a simple method, generated a stable and superparamagnetic system, which can enable the use of the magnetoliposomes as a carrier or prolonged drug release system.
 

Show full item record

 

Files in this item

This item appears in the following Collection(s)

:

  • EQA – Doutorado em Química Tecnológica e Ambiental (Teses)