Abstract:
A partir da noção de pensamento e paisagem desenvolvida pelo professor e crítico literário francês
Michel Collot, este artigo pretende efetivar uma análise da produção lírica de Adalgisa Nery (1905-
1980), poeta carioca com uma produção bastante significativa em termos quantitativos, mas ainda
carente de estudos mais alentados. Apesar do reconhecimento do caráter polissêmico dessa
produção, a proposta aqui apresentada centra-se numa perspectiva que ultrapassa a abordagem
imanentista, tomando o sujeito e a paisagem como viés de leitura. Para fundamentar a análise de
três poemas do quarto livro de poemas da autora, Cantos da angústia (1948), utilizam-se, além das
considerações de Michel Collot, as teorias do filósofo argelino Jacques Rancière e do também
filósofo e poeta alemão romântico Friedrich Schiller.
From the notion of "landscape", developed by the french teacher and critic Michel Collot, this
paper aims to analyse the lyric by a poet from Rio de Janeiro: Adalgisa Nery (1905-1980). Despite
of the non-recognition of her creative work, she had several published books (poetry and narrative).
There are many possible approaches to poetry but taking the perception under consideration, the
subject and the "landscape" are the reading bias. Beside Collot I am into algerian philosopher
Jacques Rancière and the german poet and philosopher Friedrich Schiller theories to support the
analysis of three selected poems from the book Cantos da angústia (1948). At last, in dialogue with
the theories I rely on along the paper, I recognize Adalgisa's poetry as an interior and exterior
world's translation.