Abstract:
No que se refere à forma de composição
poética, a poesia de Marcos Siscar é um
marco importante na literatura brasileira
contemporânea. Além de um trabalho
minucioso e inventivo com a palavra, sua obra
pode ser compreendida ainda a partir das
múltiplas representações de paisagens, locais
de interação entre natureza e sujeito, bem
como meio de intervenção no mundo. Nesse
sentido, essas configuram-se como espaços
ricos para a compreensão do sujeito e do
processo de construção de sua subjetividade.
Isso posto, toma-se como ponto de partida as
reflexões teóricas de Michel Collot (2003), que
pensa o conceito de paisagem como algo de
existência própria e que está em constante
interação com os sujeitos, desvencilhando-a,
assim, da ideia de natureza pura. O presente
trabalho tem como objetivo, dessa forma,
discutir a representação das diferentes
paisagens na poesia de Siscar, que se
configuram como formas de se habitar o
mundo, ao se apresentarem como meio de
percepções da diversidade dos sujeitos nos
poemas “Interior sem mapa” (2010) e
“Telescopia I” (2010), do poeta paulista.
composition, the poetry by Marcos Siscar is a
work of prominence in contemporary Brazilian
literature. Besides the meticulous and
inventive working with the word, his work can
still be understood from the multiple
representations of landscapes, places of
interaction between nature and subject, as
well as means of intervention in the world. In
this sense, these features are configured as
rich spaces to the understanding the subject
and the process of construction of subjectivity.
Having said that, spotting the point of
departure in the theoretical reflection of Michel
Collot (2003), who thinks of the concept of
landscape as something with its own existence
and which is in constant constant with the
subjects, unleashing, thus, the landscape from
the notion of pure nature. The present paper
aims to discuss the representation of such
different landscapes, which are configured as
ways of inhabiting the world when they present
themselves as means of perception of
subjective diversity in the poems “Interior sem
mapa” (2010) and “Telescopia I” (2010), by the
paulista poet.