Abstract:
O presente trabalho configura-se como um estudo sobre a questão da violência em relação ao indígena a partir da análise da representação das personagens de quatro romances específicos de produção brasileira e canadense: Concerto carioca (1985), de Antonio Callado, Habitante irreal (2011), de Paulo Scott, The lesser blessed (1996), de Richard Van Camp, e Monkey beach (2000), de Eden Robinson. Ao longo das análises, buscou-se o reconhecimento das representações dos indígenas nos romances estudados e a relação com a questão da violência a partir de uma perspectiva que dialoga com teorias psicanalíticas e literárias, sobretudo no que concerne a relação do sujeito com os aspectos da sociedade pós-moderna e os resquícios do encontro colonial dentro da ótica dos Estudos Culturais. Para tal análise, buscou-se amparo teórico em autores como Homi Bhabha, Gayatri Spivak, Edward Said, que dialogam com a questão da violência na perspectiva dos Estudos Culturais e, também, de autores como Michel Foucault, Slavoj Zizek, Judith Butler, que encontram na psicanálise (ou em sua crítica) o amparo necessário para compreender o sujeito e as possíveis violências que o atravessam.
The following work aims to study the issue of violence against indigenous people based on the analysis of the representation of the characters in four specific novels in Brazilian and Canadian literary works: Concerto carioca (1985) by Antonio Callado, Habitante irreal (2011) by Paulo Scott, The Lesser Blessed (1996) by Richard Van Camp, and Monkey Beach (2000) by Eden Robinson. Throughout the analysis, the issues of indigenous representations and the issues of violence were analyzed from a perspective that dialogues with psychoanalytic and literary theories, especially regarding the relation of the subject to the aspects of the postmodern society and the heritage of the colonial encounter within the perspective of Cultural Studies. For this analysis, we sought theoretical support in authors such as Homi Bhabha, Gayatri Spivak, and Edward Said, who dialogue with the issue of violence in the perspective of Cultural Studies, and also authors such as Michel Foucault, Slavoj Zizek, and Judith Butler, who find in psychoanalysis (or in its criticism) the necessary support to understand the subject and the possible violence that permeates her/him.