Abstract:
O sistema de cotas para negros ingressarem em universidades públicas começou a ser implantado no Brasil no início dos anos 2000. Ao longo dessa década houve debates acalorados entre intelectuais, com argumentos a favor e contra, sobre esse sistema. Vinte anos após a implantação do primeiro sistema de cotas, ou da UERJ, busquei, por meio deste artigo, verificar se dois argumentos contrários às cotas eram e/ou ainda cabiam: a suposição de que sua implantação promoveria conflitos raciais violentos nas universidades públicas. Foi realizada uma breve incursão histórica no período republicano, com o objetivo de verificar a história dos violentos conflitos raciais no Brasil. Inclui também pesquisa survey (com levantamento), em 69 universidades federais, e documental (com dissertações, teses e artigos acadêmico-científicos) com o mesmo objetivo. Constatei que os pressupostos desses conflitos não eram novidade no Brasil, bem como que não iriam se concretizar.
The quota system for black students to enter public universities began to be implemented in Brazil in the early 2000s. Throughout this decade there were feverish debates among intellectuals, with arguments for and against, about this system. Twenty years after the implementation of the first quota system, that of UERJ, this article sought to verify whether one of the arguments against quotas was and/or still is valid: the assumption that its implementation would promote racial conflicts violence in public universities. A brief historical incursion was carried out in the republican period, in order to verify if there was a history of violent racial conflicts in Brazil. Survey research (with survey) was also carried out in 69 federal universities, and documentary research (with dissertations, theses and academic-scientific articles) with the same objective. It was found that the assumptions of these conflicts were not new in Brazil, nor did they materialize.
El sistema de cuotas para el ingreso de estudiantes negros a las universidades públicas comenzó a implementarse en Brasil a principios de la década de 2000. A lo largo de esta década hubo debates febriles entre intelectuales, con argumentos a favor y en contra, sobre este sistema. Veinte años después de la implementación del primer sistema de cuotas, el de la UERJ, este artículo buscó verificar si uno de los argumentos en contra de las cuotas era y/o sigue siendo válido: el supuesto de que su implementación promovería la violencia de los conflictos raciales en las universidades públicas. Se realizó una breve incursión histórica en el período republicano, con el fin de verificar si hubo antecedentes de conflictos raciales violentos en Brasil. También se realizó investigación de encuesta (con encuesta) en 69 universidades federales, e investigación documental (con disertaciones, tesis y artículos académico-científicos) con el mismo objetivo. Se constató que los supuestos de estos conflictos no eran nuevos en Brasil, ni se materializaron.
