República Bolivariana da Venezuela: uma sociedade em debandada, um regime político em negação, um continente inteiro sob pressão migratória. As migrações como consequência da geopolítica global no século XXI

Abstract

A maior e mais recente crise migratória global acontece, ao mesmo tempo um dos maiores deslocamentos forçados acontece no hemisfério ocidental, mais especificamente na América do Sul de imigrantes venezuelanos (vindos da Venezuela) que atinge hoje um número próximo de 6 milhões de pessoas (ou cerca de 20% da população total da Venezuela). Com este artigo aprendemos ainda os pontos de encontro entre a “crise política” e a “política da crise”, entre a necessidade de pensar a fronteira como o locus de um confronto político internacional e de como, por via da convocação de diferentes e distintos atores (militares, ONGs, organizações internacionais, etc.) a política da crise se transfere, sucessivamente, do plano local para o estadual, federal, regional e global. Iana Vasconcelos e Sandro Santos refletem sobre a emigração através de uma lente sócio - política demonstrando que as políticas de desenvolvimento econômico venezuelanas, extremamente dependentes da exportação de petróleo, são a causa última para a crise econômico-social atual. O artigo faz estas perguntas: Como aceitar que os imigrantes venezuelanos tenham se tornado rapidamente um desafio à segurança e uma ameaça nacional? Como é que um único ponto de contato regular entre dois países que partilham uma gigantesca fronteira terrestre se torna o centro das relações políticas entre dois países vizinhos ao ponto de a militarização da fronteira ser a estratégia escolhida?. O texto vai esclarecer a dimensão internacional da política brasileira no nosso modelo teórico e as missões de paz internacionais da ONU ou de organizações congêneres de nível regional.

The biggest and most recent global migratory crisis takes place, at the same time one of the biggest forced displacements takes place in the Western Hemisphere, more specifically in South America of Venezuelan immigrants (coming from Venezuela), which today reaches a number close to 6 million people (or about 20% of the total population of Venezuela). With this article, we also learn about the meeting points between the “political crisis” and the “politics of the crisis”, between the need to think of the border as the locus of an international political confrontation and how, through the convening of different and distinct actors (military, NGOs, international organizations, etc.) the politics of the crisis is successively transferred from the local to the state, federal, regional and global levels. Iana Vasconcelos and Sandro Santos reflect on emigration through a socio-political lens, demonstrating that Venezuelan economic development policies, extremely dependent on oil exports, are the ultimate cause of the current socio-economic crisis. The article asks these questions: How to accept that Venezuelan immigrants have quickly become a security challenge and a national threat? How does a single regular point of contact between two countries sharing a gigantic land border become the center of political relations between two neighboring countries to the point where the militarization of the border is the chosen strategy? The text will clarify the international dimension of Brazilian politics in our theoretical model and the international peacekeeping missions of the UN or similar organizations at a regional level.

Se produce la mayor y más reciente crisis migratoria mundial, al mismo tiempo que se produce uno de los mayores desplazamientos forzados en el Hemisferio Occidental, más específicamente en América del Sur de inmigrantes venezolanos (procedentes de Venezuela), que hoy alcanza una cifra cercana a los 6 millones de personas (o alrededor del 20% de la población total de Venezuela). Con este artículo también conocemos los puntos de encuentro entre la “crisis política” y la “política de la crisis”, entre la necesidad de pensar la frontera como locus de una confrontación política internacional y cómo, a través de la convocatoria de diferentes y distintos actores (militares, ONG, organizaciones internacionales, etc.) la política de la crisis se traslada sucesivamente desde el nivel local al estatal, federal, regional y global. Iana Vasconcelos y Sandro Santos reflexionan sobre la emigración a través de un lente sociopolítico, demostrando que las políticas de desarrollo económico de Venezuela, extremadamente dependientes de las exportaciones de petróleo, son la causa última de la actual crisis socioeconómica. El artículo hace estas preguntas: ¿Cómo aceptar que los inmigrantes venezolanos se han convertido rápidamente en un desafío de seguridad y una amenaza nacional? ¿Cómo un único punto de contacto regular entre dos países que comparten una gigantesca frontera terrestre se convierte en el centro de las relaciones políticas entre dos países vecinos hasta el punto de que la militarización de la frontera es la estrategia elegida? El texto aclarará la dimensión internacional de la política brasileña en nuestro modelo teórico y las misiones internacionales de mantenimiento de la paz de la ONU o de organizaciones similares a nivel regional.