Abstract:
Este trabalho teve como objetivo avaliar a substituição da farinha de peixe por farelo de soja em dietas práticas para o camarão-rosa, Farfantepenaeus paulensis. Seis dietas iso-protéicas e iso-energéticas, contendo diferentes proporções de farinha de peixe e farelo de soja, foram fornecidas a pós-larvas deste camarão durante 28 dias. Os níveis de substituição da farinha de peixe por farelo de soja foram 0% (controle), 12%, 24%, 36%, 48% e 60%, sendo as dietas experimentais denominadas de acordo com os respectivos níveis de substituição. Um sistema de recirculação de água com 24 caixas plásticas com 40 litros de água do mar e um filtro biológico de 200 litros foi utilizado. Cem pós-larvas (PL10) de camarões, com peso inicial de 1,22 mg (± 0,44) e comprimento total de 7,77 mm (± 0,93), foram distribuídas aleatoriamente em cada uma das unidades experimentais. As médias (± desvio padrão) de temperatura, salinidade e pH durante o período experimental foram 27,6oC (± 0,9), 34,2 (± 1,0) e 8,09 (± 0,05), respectivamente, enquanto a de oxigênio dissolvido ficou em 7,30 mg/L (± 0,37). Já as concentrações médias de amônia total e nitrito foram 0,05 mg/L N-AT (± 0,02) e 0,03 mg/L N-NO2 - (± 0,05), sendo que, ao final do experimento, o nitrato alcançou 2,27 mg/L N-NO3 - . A dieta com 60% de substituição da farinha de peixe foi a que resultou no maior ganho de peso (p<0,05). Já a dieta controle resultou no menor crescimento (p<0,05). De forma similar, a TCE também foi maior para a dieta 60% e menor para a dieta 0% (p<0,05). O peso final variou de 20,84 a 27,37 mg e a taxa de crescimento específico (TCE) ficou entre 9,1 e 10,7 %/dia. A taxa de sobrevivência dos distintos tratamentos variou entre 70 a 80%, não sendo detectadas diferenças significativas (p>0,05). De acordo com as condições do presente estudo, podemos concluir que a substituição de até 60% da farinha de peixe por farelo de soja em dietas práticas resulta numa maior taxa de crescimento específico e consequentemente no peso final do camarão-rosa F. paulensis, sem alterar a sobrevivência.
A feeding trial was carried out to evaluate the replacement of fishmeal by soybean meal in practical diets for the pink shrimp (Farfantepenaeus paulensis). Six experimental diets formulated to be iso-energetic and iso-nitrogenous were fed to shrimp postlarvae for 28 days. Replacement levels of fishmeal were 0 (control diet), 12, 24, 36, 42 and 60% and experimental diets were therefore named according to level of fishmeal replacement. A seawater recirculation system composed of 40-L tanks and a 200-L biological filter was used. One hundred post-larvae (PL10) with mean initial weight of 1.22 mg (± 0.44) and initial length 7.77 mm (± 0.93) were stocked at random in each experimental unit. Mean (± SD) values of water temperature, salinity and pH during the experimental period were 27.6oC (± 0.9), 34.2 (± 1.0) e 8.09 (± 0.05), respectively. Mean dissolved oxygen concentration was 7.30mg/L (± 0.37). Total ammonia and nitrite concentrations were 0.05 mg/L TAN (± 0.02) and 0.03mg/L N-NO2 - (± 0.05), while nitrate concentration at the end of the trial was 2.27 mg/L N-NO3 - . Feeding shrimp the experimental diet with 60% of fishmeal replacement resulted in the best weight gain (p<0.05). On the other hand, the control diet (no replacement) had the lowest weight gain among all treatments (p<0.05). Similarly, the specific growth rate (SGR) was also higher for 60% diet and lower for the control diet. Mean final weight ranged from 20.84 to 27.37 mg, while SGR varied between 9.1 and 10.7 %/day. Survival rates ranged between 70 and 80% and were not significantly different between treatments (p>0.05). According to the conditions of the present study, it is concluded that the replacement of 60% of fishmeal by soybean meal in practical diets for F. paulensis results in higher weight gain and growth rates, with no significant effect on survival.