Mães de natimortos: luto, impacto psicossocial e enfrentamento

Oliveira, Gabriella Friaça de

Abstract:

 
Objetivo: Analisar o estado de luto das mães de bebês natimortos, o impacto psicossocial e as estratégias de enfrentamento delas após o óbito fetal. População alvo: Mães de natimortos atendidas nas duas maternidades do município de Rio Grande, com idade igual ou superior a 18 anos, que participaram do estudo “Inquérito Perinatal em Rio Grande/RS” no ano de 2019 e que responderam não à pergunta do inquérito “o seu filho nasceu vivo?”. Foram identificadas 20 mulheres, sendo 15 mães de natimortos elegíveis para o estudo. Delineamento: Transversal. Desfecho: Estado de luto, impacto psicossocial e estratégias de enfrentamento das mães de natimortos. Análise: Os dados obtidos foram submetidos a diferentes técnicas de análise. Os dados coletados nas escalas seguiram as orientações de análise dos autores responsáveis pela validação dos instrumentos no Brasil. Os dados resultantes da entrevista em profundidade compuseram um corpus que foi submetido a análise temática e, após a leitura exaustiva, códigos foram gerados e um mapa temático foi desenvolvido. A triangulação dos dados coletados ocorreu durante a interpretação e análise dos resultados buscando compreender as convergências, combinações e diferenças entre os achados das escalas e do mapa temático. Resultados: Três mães apresentaram luto complicado identificado na aplicação da Escala de Luto Perinatal. Quatro temas emergiram na análise temática das entrevistas: (a) descoberta da perda; (b) atendimento; (c) impacto psicossocial e (d) estratégias de enfrentamento. Culpa, ansiedade, depressão e luto não legitimados são danos observados nas mães após o natimorto. Os tipos de coping predominantes nas mães a partir BriefCOPE foram religião, reinterpretação positiva, auto culpa, aceitação, coping ativo, suporte emocional, auto distração, expressão de sentimento, planejamento e suporte instrumental. Conclusão: É possível concluir que o natimorto tem impacto negativo sobre as mães. O atendimento revela a inexistência de um protocolo e sugere que o apoio está condicionado a sensibilidade da equipe. O despreparo para noticiar o natimorto e conduzir o atendimento pós perda pode prejudicar a construção de estratégias de 8 enfrentamento. Conhecer a extensão dos danos causados por um natimorto pode contribuir para políticas de saúde pública e protocolos de atendimento para as mães que perderam seus bebês.
 
Aim: To analyze the grieving status of mothers of stillborn babies, psychosocial impact, and coping strategies after fetal death. Target population: Mothers of stillbirths attended at two maternity hospitals in the city of Rio Grande (state of Rio Grande do Sul, Brazil), aged 18 years or over, who participated in the study “Perinatal Survey in Rio Grande/RS” in 2019 and who answered no to the survey question “Was your child born alive?”. Twenty women were identified, 15 mothers of stillbirths eligible for the study. Design: Cross-sectional. Outcome: Grief, psychosocial impact, and coping strategies for mothers of stillborn. Analysis: The data obtained were subjected to different analysis techniques. The data collected on the scales followed the analysis guidelines of the authors responsible for validating the instruments in Brazil. The data resulting from the in-depth interview comprised a corpus that was subjected to thematic analysis and, after reading, codes were generated, and a thematic map was developed. The triangulation of the collected data occurred during the interpretation and analysis of the results seeking to understand the convergences, combinations, and differences between the findings of the scales and the thematic map. Results: Three mothers had complicated mourning identified in the application of the Perinatal Mourning Scale. Four themes emerged in the thematic analysis of the interviews: (a) discovering the loss; (b) service; (c) psychosocial impact and (d) coping strategies. Non-legitimized guilt, anxiety, depression, and grief are damages seen in mothers after stillbirth. The types of coping prevalent in mothers from BriefCOPE were religion, positive reinterpretation, self-guilt, acceptance, active coping, emotional support, self-distraction, expression of feeling, planning and instrumental support. Conclusion: It is possible to conclude that stillbirth has a negative impact on mothers. The service reveals the lack of a protocol and suggests that support is conditioned to the team's sensitivity. Unpreparedness to report the stillbirth and conduct post-loss care can hinder the construction of coping strategies. Knowing the extent of damage caused 10 by stillbirth can contribute to public health policies and care protocols for mothers who have lost their babies.
 

Description:

Dissertação (Mestrado)

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  • FAMED – Mestrado em Saúde Pública (Dissertações)