Abstract:
Objetivo: Identificar se há associação entre mudança de renda familiar e violência por parceiro íntimo durante a pandemia por COVID-19 em mulheres que ganharam bebês no ano de 2019 em Rio Grande, RS.
População alvo: Mulheres que ganharam bebês em 2019 em alguma das duas maternidades, residentes da zona urbana, parto de feto único e com peso ≥ 500 gramas ou ter alcançado pelo menos 20 semanas de idade gestacional.
Delineamento: Para este estudo utilizou-se os dados do perinatal (2019) e na Onda II do acompanhamento online (2020).
Desfecho: Violência por parceiro íntimo.
Processo amostral: Todas as mães que tiveram um filho único em 2019 em Rio Grande e que morassem na zona urbana da cidade foram procuradas pela equipe da coorte de Rio Grande, com base no inquérito perinatal, para que participassem do estudo proposto. O WebCOVID recrutou estas mesmas mães via redes sociais , telefone para completar o questionário online.
Análise:Para a descrição dos dados sociodemográficos, de renda e de VPI, empregou-se frequência absoluta (N) e frequência relativa (%). As análises bivariadas entre as variáveis de renda e VPI foram realizadas por meio do teste Fisher’s exact. Para análise bruta e ajustada, usou-se Regressão de Poisson, com variância robusta, estimando as Razões de Prevalência (RP) e os Intervalos de confiança de 95%.
Resultados: Dentre as mulheres do segundo acompanhamento, 95,06% eram casadas ou viviam junto com seu companheiro, estavam no maior tercil de renda familiar (46,02%) e mais da metade relatou que a renda familiar diminuiu durante a pandemia (52,67%). Em relação às variáveis de violência, 14,74% sofreu violência psicológica e apenas 2,53% física/sexual. Na baseline, 88% eram casadas ou vivam com seu companheiro se encontravam no maior tercil de renda familiar(35,57%). Quem diminuiu a renda durante o cenário pandêmico apresentou a maior prevalência para violência psicológica (15,5%) e depois para física/sexual (2,66%).
Conclusão: Mais famílias foram acometidas pela diminuição de renda familiar em comparação a quem aumentou/se manteve igual. A violência psicológica apresentou uma prevalência consideravelmente alta em comparação a outros estudos e principalmente a PNS.
Aim: To identify whether there is an association between change in family income and intimate partner violence during the COVID-19 pandemic in women who gave birth in 2019 in Rio Grande, RS.
Target Population: Women who gave birth in 2019 at one of the two maternity hospitals, residents of the urban area, single fetus delivery and weighing ≥ 500 grams or having reached at least 20 weeks of gestational age.
Design: For this study, data from the perinatal period (2019) and from Wave II of online monitoring (2020) were used.
Outcome: intimate partner violence
Sampling: All mothers who had an only child in 2019 in Rio Grande and who lived in the urban area of the city were contacted by the Rio Grande cohort team, based on the perinatal survey, to participate in the proposed study. WebCOVID recruited these same mothers via social media and phone to complete the online questionnaire.
Analysis: For the description of sociodemographic, income and IPV data, absolute frequency (N) and relative frequency (%) were used. Bivariate analyzes between income and IPV variables were performed using the Fisher's exact test. For crude and adjusted analysis, Poisson Regression was used, with robust variance, estimating Prevalence Ratios (PR) and 95% Confidence Intervals.
Results: Among the women in the second follow-up, 95.06% were married or lived with their partner, were in the highest family income tertile (46.02%) and more than half reported that family income decreased during the pandemic (52.67 %). Regarding violence variables, 14.74% suffered psychological violence and only 2.53% physical/sexual violence. At baseline, 88% were married or lived with their partner and were in the highest family income tertile (35.57%). Those who reduced their income during the pandemic scenario had the highest prevalence of psychological violence (15.5%) and then physical/sexual violence (2.66%).
Conclusion: More families were affected by the decrease in family income compared to those who increased/remained the same. Psychological violence had a considerably high prevalence compared to other studies and especially the PNS.