Estresse subjetivo e violência por parceiro íntimo praticada contra mães de uma Coorte no Sul do Brasil durante a pandemia da COVID-19

Meireles, Denise Lima

Abstract:

 
Objetivo: Identificar a prevalência de níveis patológicos de estresse subjetivo, relacionado ao contexto vivido durante a pandemia, em mães vítimas de VPI, bem como fatores associados. Delineamento: Apresenta-se como um estudo observacional de delineamento transversal dentro de um estudo de coorte denominado Coorte de Nascimentos de Rio Grande 2019, conduzido na cidade de Rio Grande, RS, no extremo sul do Brasil. População alvo: Mulheres residentes da zona urbana, que conceberam seus filhos em alguma das duas maternidades do município no ano de 2019, da qual comporta 99,5% dos partos. Desfecho: Estresse subjetivo, caracterizado pela resposta patológica a um evento estressor. Foi avaliado por meio do instrumento Event Impact of Scale, sendo este uma escala Likert e 4 pontos. Análise estatística: A análise univariada descreveu a amostra para calcular a prevalência das variáveis independentes e do estresse subjetivo. A análise bivariada realizada por meio do teste Qui-quadrado de Pearson identificou a distribuição das proporções das variáveis sociodemográficas e de exposição em relação a níveis patológicos e não patológicos de estresse. Também foi realizada a análise multivariada segundo o modelo hierárquico por níveis utilizando a Regressão de Poisson, considerando um valor p<20 para permanecerem no modelo. Resultados: Dentre as 828 mães da amostra, 31,88% apresentaram estresse moderado e 11,2% apresentaram estresse severo. Desde o nascimento do bebê, 14,4% das mães foram vítimas de VPI psicológica, e apenas 2,5% afirmaram ter sofrido violência física e/ou sexual por parceiro íntimo. As mães com níveis de estresse de moderado a severo em sua maioria foram vítimas de violência psicológica por parceiro íntimo (55,5%) e violência física e/ou sexual (61,9%). Em relação a exposição a VPI a maior RP de estresse 9 subjetivo foi identificada em mães vítimas de violência psicológica (RP=1,09; IC95% 1,02- 1,16; p=0,005). Conclusão: Essas descobertas apoiam a necessidade de explorar características da maternidade que são naturalizadas e impostas às mulheres, mas que podem influenciar diretamente na percepção do estresse subjetivo, pois a falta de uma rede de apoio pode tornas as mulheres mais vulneráveis a sobrecarga de atividades domésticas e a vitimização por VPI.
 
Objective: To identify the prevalence of pathological levels of subjective stress, related to the context experienced during a pandemic, in mothers victims of IPV, as well as associated factors. Design: It is presented as an observational study with a cross-sectional design within a cohort study called Rio Grande Birth Cohort 2019, conducted in the city of Rio Grande, RS, in the extreme south of Brazil. Target population: Women living in urban areas, who conceived their children in some of the city's two maternity hospitals in 2019, which accounted for 99.5% of births. Outcome: Subjective stress, characterized by the pathological response to a stressful event. It was evaluated using the Event Impact of Scale instrument, which is a Likert scale and 4 points. Statistical analysis: Univariate analysis described the sample to calculate the prevalence of independent variables and subjective stress. Bivariate analysis performed using Pearson's Chi-square test established the distribution of proportions of sociodemographic and exposure variables in relation to pathological and nonpathological levels of stress. A multivariate analysis was also carried out according to the hierarchical model by levels using Poisson Regression, considering a p-value <20 to remain in the model. Results: Among the 828 mothers in the sample, 31.88% presented moderate stress and 11.2% presented severe stress. Since the birth of the baby, 14.4% of mothers have been victims of psychological IPV, and only 2.5% said they have suffered physical and/or sexual violence by intimate partners. Most mothers with moderate to severe stress levels were victims of psychological violence by an intimate partner (55.5%) and physical and/or sexual violence (61.9%). In relation to exposure to IPV, the highest PR of subjective stress was identified in mothers who were victims of psychological violence (PR=1.09; 95%CI 1.02-1.16; p=0.005). 11 Conclusion: These findings support the need to explore characteristics of motherhood that are naturalized and imposed on women, but that can directly influence the perception of subjective stress, as the lack of a support network can make women more vulnerable to overload. domestic activities and IPV victimization.
 

Description:

Dissertação (Mestrado)

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  • FAMED – Mestrado em Saúde Pública (Dissertações)