Abstract:
O presente estudo objetivou avaliar o efeito das diferentes temperaturas no berçário e crescimento compensatório do camarão-rosa Farfantepenaeus brasiliensis em sistema de bioflocos (BFT). No primeiro experimento, pós-larvas de peso médio 0,015g foram cultivadas por 30 dias e expostas a 5 tratamentos com 5 repetições: 21°C, 24°C, 27°C, 30°C e 33°C. Cada unidade experimental recebeu 10% de inóculo de bioflocos. Ao final da fase de berçário, o peso médio foi crescente com a temperatura, sendo significativamente diferente (p<0,05) entre os tratamentos: 0,10g (21°C); 0,18g (24°C); 0,27g (27°C); 034g (30°C) e 0,49g (33°C). No entanto as sobrevivências foram maiores nas menores temperaturas, com 81% (21°C), 80% (24°C) e 80% (27°C) e menores nas temperaturas mais elevadas 65% (30°C) e 26% (33°C). A partir dos resultados de desempenho e qualidade da água obtidos, determinou-se que a temperatura adequada para o berçário de F. brasiliensis esteve entre 27 e 30°C. No segundo experimento os camarões foram aclimatados e reestocados à temperatura de 30°C, a fim de verificar o crescimento compensatório. Os tratamentos foram então nomeados da seguinte forma: 21°C (30), 24°C (30), 27°C (30), 30°C (30) e 33°C (30), com 5 repetições. Este experimento teve duração de 15 dias, sendo que foram reutilizados os bioflocos da fase de berçário. Como resultados, foi possível observar que 21°C (30) apresentou a maior taxa de crescimento específico (TCE) em relação aos demais tratamentos, demonstrando o crescimento compensatório. Este mesmo tratamento igualou o peso final a 24°C(30) e 27°C(30), evidenciando crescimento compensatório pleno. Já em relação a 30°C(30) e 33°C(30) os pesos finais se mantiveram menores, o que caracteriza crescimento compensatório parcial. As informações obtidas neste estudo podem ser importantes para o incremento do pacote tecnológico de cultivo de Farfantepenaeus brasiliensis principalmente em regiões que apresentam temperaturas mais baixas, nas quais a fase de berçário pode ser realizada durante a primavera, para posterior estocagem nas estruturas de engorda com o aumento da temperatura do ambiente.
This study aimed to evaluate the effect of different temperatures at nursery and compensatory growth of the pink shrimp Farfantepenaeus brasiliensis reared in biofloc technology (BFT). In the first trial, post-larvae (mean weight 0,015 g) were cultured during 30 days under 5 treatments with 5 replicates: 21°C, 24°C, 27°C, 30°C e 33°C. Each experimental unit received 10% of biofloc inoculum. At the end of the nursery phase, the mean weight increased with temperature, being significantly different (p<0,05) between treatments: 0,10g (21°C); 0,18g (24°C); 0,27g (27°C); 0,34g (30°) e 0,49g (33°). However, survival rates were higher at low temperatures, with 81% (21 ° C), 80% (24°C) and 80% (27°C), and lower at high temperatures: 65% (30°C) and 26% (33°C). Results of performance and water quality obtained in this trial, it was determined that the recommended temperature for the nursery of F. brasiliensis is between 27 and 30°C. At the second trial, the shrimps were acclimated and stocked at 30°C in order to check the compensatory growth. The treatments were termed as follows: 21°C (30), 24°C (30), 27°C (30), 30°C (30) and 33°C (30), with 5 replicates each. This experiment lasted 15 days, and the bioflocs of the nursery phase was reused. The 21°C (30) treatment showed the highest specific growth rate (SGR) compared to the other treatments, demonstrating the compensatory growth. This treatment equaled its final weight to 24°C (30) and 27°C (30), showing full compensatory growth. On the other hand, the final weights in 21oC (30) remained lower than in 30°C (30) and 33°C (30), which characterizes partial compensatory growth. The results obtained in this study provide relevant knowledge for development of a cultivation technology package of F. brasiliensis in systems based on BFT. For example, in middlaltitudes, the nursery phase can be carried-out during the spring, when the lower temperatures ensure high survival, whereas the grow-out would overlap with the increase of the environmental temperature, which would be the trigger for compensation of growth.