Abstract:
O principal objetivo do artigo é analisar parte das controvérsias estéticas e políticas implícitas na recepção do neorrealismo pelo crítico de cinema carioca Moniz Vianna. Argumentamos que as suas tomadas de posição em favor de Hollywood e contrária ao neorrealismo podem ser compreendidas, ao menos em parte, como uma forma de contraposição à crítica de esquerda recém-chegada ao subcampo da crítica. Para tanto, nos valemos sobretudo da análise de artigos publicados no Correio da Manhã entre finais dos anos 1940 e 1950, sendo parte deles compilada por Ruy Castro. Do ponto de vista teórico, mobilizamos alguns pressupostos dos estudos de recepção tais como apresentados por Janet Staiger, bem como os conceitos de campo e de habitus tomados à sociologia da cultura bourdieusiana.
The foremost aim of this article is the analysis of some aesthetic and political controversies over the reception of Italian Neorealism by the Brazilian film critic Moniz Vianna. We argue that Vianna‟s views can be understood, in some sense, as a counterweight to left-wing criticism, a newcomer to the Brazilian film criticism field. Our principal analytical source are film reviews published in the newspaper Correio da Manhã from the final years of the 1940‟s up to the end of the 1950‟s. Some of those reviews were compiled by the Brazilian journalist Ruy Castro. On the theoretical side, we employed some fundamentals from the reception studies such as those presented by Janet Staiger as well as Bourdieu‟s sociology of culture key-concepts of field and habitus.