Universidade
Federal do Rio Grande
  • Alto contraste


 

Qualidade de vida e Burnout em policiais militares

Imagem de Miniatura

Resumo

A atuação do policial militar está associada a diversas situações que conferem riscos potenciais a si próprio, aos seus pares e usuários, propiciando danos à sua qualidade de vida e sua saúde psíquica. Compreendendo a relevância do papel do policial perante a sociedade, o presente estudo teve como objetivos avaliar os níveis de qualidade de vida, estimar a prevalência de Burnout e verificar correlação entre qualidade de vida e Burnout nos policiais militares. Trata-se de estudo transversal, descritivo e correlacional, realizado em 2018, com os policiais militares do 3o Batalhão de Polícia Militar do Paraná. Foram excluídos os profissionais que estavam de férias ou afastados das atividades profissionais, por qualquer outro motivo, no período do estudo. Para a coleta dos dados foram utilizados três instrumentos: um questionário elaborado pelos pesquisadores, contendo variáveis sociodemográficas e profissionais; o instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde - Whoqol-Bref e o Inventário de Burnout de Maslash. Participaram 267 policiais militares, com predomínio de profissionais do sexo masculino (84,6%), na faixa etária de 31 a 40 anos (46,4%), com ensino superior incompleto (45,3%), casados (67,4%), ocupantes do cargo de soldado (82,7%), exercendo funções operacionais (70,0%) e trabalhando em turnos de escalas (72,3%), sendo que 136 (50,9%) faziam escalas de 24x48 horas. A maioria dos policiais (54,3%) tinha entre três e 10 anos de atuação na corporação militar; 90,6% não exerciam outra atividade remunerada, 25,6% não praticavam atividade física, 48,3% já havia cometido alguma transgressão disciplinar e 33,7% referiram a existência de problemas que comprometem a qualidade de vida. Vinte e oito (10,5%) policiais avaliaram a qualidade de vida como muito ruim ou ruim e 29 (10,8%) referiram-se muito insatisfeitos ou insatisfeitos com a saúde. Os policiais apresentaram maior comprometimento do domínio Meio Ambiente (escore 58,7) e comprometimento relacionado aos Recursos Financeiros, cujo escore foi inferior a 50 pontos. Noventa (33,7%) policiais apresentaram Síndrome de Burnout. 77 (28,8%) tiveram nível alto e 13 (4,9%) nível moderado. Os policiais militares que não apresentaram Burnout, possuíam melhor qualidade de vida comparado àqueles que tinham níveis moderado ou alto de Burnout. A Exaustão Emocional e a Despersonalização se correlacionaram negativamente com a qualidade de vida e houve correlação positiva entre a Realização Pessoal os níveis de qualidade de vida. Os resultados evidenciaram que os policiais militares apresentaram comprometimentos da saúde e da qualidade de vida, com perdas importantes no domínio Meio Ambiente e referentes às condições financeiras. A Síndrome de Burnout está presente entre os policiais e compromete a qualidade de vida destes profissionais. O estudo contribui para a implementação de intervenções que melhorem as condições de trabalho dos policiais militares e contribuam para a promoção da saúde e da qualidade de vida destes profissionais.
The performance of military policemen is associated to several situations that confer potential risks to themselves, their peers and users, causing damage to their quality of life and mental health. Understanding the relevance of the policeman's role in society, this study aimed at evaluating the levels of quality of life, estimating the prevalence of Burnout and verifying the correlation between quality of life and Burnout among military policemen. This is a cross-sectional, descriptive, and correlational study, conducted in 2018, with the military police officers of the 3rd Battalion of the Military Police of Paraná. Professionals who were on vacation or away from professional activities, for any other reason, during the study period were excluded. For data collection three instruments were used: a questionnaire prepared by the researchers, containing sociodemographic and professional variables; the World Health Organization's Quality of Life Evaluation instrument - Whoqol-Bref and the Maslash Burnout Inventory. A total of 267 military policemen participated, with a predominance of male professionals (84.6%), in the age bracket from 31 to 40 years old (46.4%), with incomplete college education (45.3%), married (67.4%), holding the rank of soldier (82.7%), performing operational functions (70.0%) and working shifts (72.3%), of which 136 (50.9%) worked shifts of 24x48 hours. Most of the policemen (54.3%) had been working in the military corporation for between three and 10 years; 90.6% had no other paid activity, 25.6% did not practice physical activity, 48.3% had already committed some disciplinary transgression, and 33.7% reported the existence of problems that compromise their quality of life. Twenty-eight (10.5%) policemen evaluated their quality of life as very bad or bad, and 29 (10.8%) said they were very dissatisfied or dissatisfied with their health. The police officers showed more impairment in the Environment domain (score 58.7) and impairment related to Financial Resources, whose score was below 50 points. Ninety (33.7%) policemen presented Burnout Syndrome. Seventy-seven (28.8%) had a high level and 13 (4.9%) a moderate level. The military policemen who did not present Burnout had a better quality of life compared to those who had moderate or high Burnout levels. Emotional Exhaustion and Depersonalization correlated negatively with quality of life, and there was a positive correlation between Personal Achievement and quality of life. The results showed that the military policemen presented compromised health and quality of life, with important losses in the Environment and Financial Conditions domains. Burnout Syndrome is present among policemen and compromises their quality of life. The study contributes to the implementation of interventions that improve the working conditions of military policemen and contribute to the promotion of health and quality of life among these professionals.
La actuación de los policías militares está asociada a diversas situaciones que confieren riesgos potenciales a ellos mismos, a sus compañeros y a los usuarios, causando daños a su calidad de vida y a su salud mental. Entendiendo la relevancia del papel del policía ante la sociedad, el presente estudio tuvo como objetivo evaluar los niveles de calidad de vida, estimar la prevalencia del Burnout y verificar la correlación entre calidad de vida y Burnout entre los policías militares. Se trata de un estudio transversal, descriptivo y correlacional, realizado en 2018, con los policías militares del 3o Batallón de la Policía Militar de Paraná. Se excluyeron los profesionales que estaban de vacaciones o alejados de la actividad profesional por cualquier otro motivo durante el periodo de estudio. Para la recogida de datos se utilizaron tres instrumentos: un cuestionario elaborado por los investigadores, que contenía variables sociodemográficas y profesionales; el instrumento de evaluación de la calidad de vida de la Organización Mundial de la Salud - Whoqol-Bref y el Maslash Burnout Inventory. Había 267 policías militares, con predominio de profesionales masculinos (84,6%), en la franja de edad de 31 a 40 años (46,4%), con estudios superiores incompletos (45,3%), casados (67,4%), ocupando la plaza de soldado (82,7%), ejerciendo funciones operativas (70,0%) y trabajando a turnos (72,3%), de los cuales 136 (50,9%) trabajaban en turnos de 24x48 horas. La mayoría de los policías (54,3%) tenía entre tres y diez años en la corporación militar; el 90,6% no ejercía otra actividad remunerada, el 25,6% no practicaba actividad física, el 48,3% ya había cometido alguna transgresión disciplinaria y el 33,7% informó de la existencia de problemas que comprometían su calidad de vida. Veintiocho (10,5%) policías evaluaron la calidad de vida como muy mala o mala y 29 (10,8%) estaban muy insatisfechos o insatisfechos con su salud. Los policías presentaron un mayor deterioro en el dominio Medio Ambiente (puntuación de 58,7) y deterioro relacionado con los Recursos Financieros, cuya puntuación fue inferior a 50 puntos. Noventa (33,7%) policías presentaron el Síndrome de Burnout. 77 (28,8%) tenían un nivel alto y 13 (4,9%) un nivel moderado. Los policías militares que no presentaban Burnout tenían una mejor calidad de vida en comparación con los que tenían niveles moderados o altos de Burnout. El agotamiento emocional y la despersonalización se correlacionaron negativamente con la calidad de vida y hubo una correlación positiva entre la realización personal y los niveles de calidad de vida. Los resultados mostraron que los policías militares presentaban una salud y una calidad de vida comprometidas, con importantes pérdidas en el ámbito del Medio Ambiente y en lo que respecta a las condiciones financieras. El Síndrome de Burnout está presente entre los policías y compromete la calidad de vida de estos profesionales. El estudio contribuye a la realización de intervenciones que mejoren las condiciones de trabajo de los policías militares y contribuyan a la promoción de la salud y la calidad de vida de estos profesionales.

Descrição

Dissertação (mestrado)

Palavras-chave

Qualidade de Vida, Síndrome de Burnout, Polícia, Militares, Quality of Life, Burnout syndrome, Police, Military, Calidad de vida, Policía, Militar

Citação

VIEIRA, Evellym. Qualidade de vida e Burnout em policiais militares. 2021. 74f. Dissertação (mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Escola de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2021.

Avaliação

Revisão

Suplementado Por

Referenciado Por

Página do item completo