Territórios do Eu: emoções que habitam uma aula de Matemática

Abstract

Esta Tese, vinculada ao Programa da Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde (PPGEC) da Universidade Federal do Rio Grande – FURG, faz uso da Cartografia como método de pesquisa-intervenção e teve como questão inquietante acompanhar a processualidade na produção das emoções em uma aula de Matemática do 6º ano. Na investigação adotou- se o caminho explicativo da objetividade-entre-parênteses que levou o olhar da pesquisadora para o entrelaçamento das emoções construídas por estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental com relação à aula de Matemática e das emoções experienciadas pela docente em seu viver. Com a compressão da Biologia do Conhecer proposta por Maturana e Varela e no diálogo com os estudos de Damásio e Ekman, foi possível entender o que são sentimentos, emoções e razão, bem como a relação existente entre experiência, emoção e domínio de ação. Percebeu-se nas experiências matemáticas sustentadas na emoção do convívio e da colaboração a possibilidade para a reestruturação escolar com vista à formação humana e ao desenvolvimento do estudante com ampliação da sua capacidade cognitiva. Por meio de atividades cooperativas, o aprender reflexivo torna-se inerente ao fluir do viver, respeitando a dinâmica temporal e conceitual do estudante. Assim, construiu-se seis paisagens que deram origem ao território sustentado no entendimento de que a promoção do aprender Matemática em espaços educativos emocionalmente saudáveis, pautados na emoção da colaboração e da cooperação, respeita a condição de seres biologicamente sociais dos estudantes possibilitando que no processo de avaliação perceptiva sejam construídas imagens mentais do aprender Matemática que estabelecem domínios de ações que utilizam a natureza social do estudante como meio para a construção do conhecimento matemático. Para construir territórios do eu em que a emoção do estar com o outro tenha mais valia do que a emoção do saber mais do que o outro precisamos de uma escola que respeite a natureza da colaboração e da cooperação dos seres humanos.This Thesis, linked to the Graduate Program in Science Education: Chemistry of Life and Health (PPGEC) at the Federal University of Rio Grande - FURG, makes use of Cartography as a method of research-intervention and had as a disturbing question to follow the process in the production of the emotions in a 6th grade math class. In the investigation, the explanatory path of objectivity-in- parentheses was adopted, which took the researcher's view to the intertwining of emotions constructed by students of the 6th year of Elementary School about the Mathematics class and of the emotions experienced by the teacher in her life. With the compression of the Biology of Knowing proposed by Maturana and Varela and in dialogue with the studies of Damásio and Ekman, it was possible to understand what feelings, emotions and reason are, as well as the relationship between experience, emotion and domain of action. The possibility for school restructuring with a view to human development and the development of the student with the expansion of his cognitive capacity was perceived in the mathematical experiences supported by the emotion of conviviality and collaboration. Through cooperative activities, reflective learning becomes inherent in the flow of living, respecting the student's temporal and conceptual dynamics. Thus, six landscapes were built that gave rise to the territory sustained in the understanding that the promotion of learning mathematics in emotionally healthy educational spaces, based on the emotion of collaboration and cooperation, respects the condition of biologically social beings of students, making it possible in the process of perceptual assessment mental images of learning mathematics are constructed that establish domains of actions that use the student's social nature as a means for the construction of mathematical knowledge. To build territories of the self in which the emotion of being with the other has more value than the emotion of knowing more than the other, we need a school that respects the nature of the collaboration and cooperation of human beings.