Universidade
Federal do Rio Grande
  • Alto contraste


 

Qualidade de vida no trabalho das equipes de enfermagem e a satisfação com o ambiente laboral dos Enfermeiros atuantes em unidades de terapia intensiva na pandemia da covid-19

Imagem de Miniatura

Resumo

A pandemia covid-19 constituiu-se em um problema de saúde pública que repercutiu na qualidade de vida no trabalho das equipes de enfermagem, afetando a satisfação do trabalhador com seu ambiente laboral, além de ter impactos sobre sua saúde física e emocional. Este estudo objetivou identificar os níveis da qualidade de vida no trabalho das equipes de enfermagem e de satisfação com o ambiente laboral dos Enfermeiros atuantes em Unidades de Terapia Intensiva, durante a pandemia da covid-19. Os objetivos específicos foram: Identificar o perfil sociodemográfico das equipes de enfermagem atuantes em Unidades de Terapia Intensiva durante a pandemia da covid-19; Mensurar os níveis de qualidade de vida no trabalho das equipes de enfermagem atuantes em Unidades de Terapia Intensiva durante a pandemia da covid-19; Descrever as características do ambiente de trabalho que influenciam na satisfação com o ambiente laboral dos Enfermeiros atuantes em Unidades de Terapia Intensiva durante a pandemia da covid-19; Identificar a associação entre qualidade de vida no trabalho e os atributos organizacionais que influenciam na satisfação com o ambiente laboral dos Enfermeiros atuantes em Unidades de Terapia Intensiva, durante a pandemia da covid-19. Trata-se de um estudo transversal e analítico, o qual foi desenvolvido junto a três instituições hospitalares públicas de ensino, vinculadas à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, localizadas no estado do Rio Grande do Sul, sendo: Hospital Universitário de Santa Maria, Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas. Os participantes foram os profissionais de enfermagem atuantes nas Unidades de Terapia Intensiva das instituições descritas acima. A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro a março de 2022, por meio da aplicação de dois questionários via Google docs, de modalidade online. Os instrumentos utilizados foram o Total Quality of Work Life, para avaliar os níveis de qualidade de vida no trabalho e o Brasilian Nursing Work Index para verificar a satisfação laboral dos enfermeiros, ambos adaptados à cultura brasileira e disponíveis para utilização. Foi utilizado estatística descritiva no primeiro e segundo artigo, enquanto no terceiro artigo foi utilizado estatística analítica. No primeiro artigo, foram realizados os testes de Kruskal-Wallis, Wilcoxon e Shapiro-Wilk. Enquanto no terceiro artigo foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman. As análises foram realizadas através do software estatístico R versão 4.3.2 e foi utilizado o alpha de Cronbach para verificar a consistência interna dos instrumentos. Foram respeitados os aspectos éticos, obtendo-se a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 30950420.9.0000.5324). Os resultados foram apresentados sob forma de três artigos, intitulados: “Qualidade de vida no trabalho e o perfil sociodemográfico da equipe de enfermagem durante a covid-19”, “Satisfação com o ambiente laboral de enfermeiros atuantes em unidades de terapia intensiva durante a Covid-19” e “Satisfação com o ambiente laboral de enfermeiros”. O primeiro evidenciou um panorama detalhado sobre o perfil sociodemográfico dos enfermeiros e técnicos de enfermagem, mostrando maior concentração de mulheres, com idades médias de 41,6 anos para enfermeiros e 38,9 anos para técnicos. A qualidade de vida no trabalho variou entre as dimensões, sendo a esfera "Psicológico e Comportamental" com a maior avaliação e a "Tempo de Lazer" com a menor avaliação, o que corrobora para a implementação de ações que possam melhorar a qualidade de vida dos profissionais, contribuindo para um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. O segundo artigo permitiu demonstrar o nível de satisfação de enfermeiros atuantes em Unidades de Terapia Intensiva usando o instrumento Brasilian Nursing Work Index. Os domínios com melhores escores foram autonomia e suporte organizacional (1,9), seguidos pelo controle sobre o ambiente (2,0). Relações entre médicos e enfermeiros, apesar de satisfatórias, apresentaram maior variação nos escores. O Alfa de Cronbach variou entre 0,75 e 0,98, indicando boa consistência interna e alta confiabilidade do instrumento. Este estudo evidencia a necessidade de fortalecer as relações interprofissionais e manter suporte organizacional adequado para promover um ambiente de trabalho adequado. Por fim, o terceiro artigo evidencia a relação entre a qualidade de vida no trabalho e a presença dos fatores organizacionais que impactam na satisfação com o ambiente laboral, trazendo o exercício da autonomia, o controle sobre o ambiente e o suporte organizacional como características do ambiente laboral satisfatório e que impactam na qualidade de vida, no bem- estar e na saúde do trabalhador. Conclui-se que a equipe de enfermagem possui um bom nível de satisfação com o ambiente laboral e qualidade de vida no trabalho, contudo ainda tem alguns aspectos organizacionais que impactam negativamente, necessitando de melhorias por parte da instituição. Além disso, os achados evidenciados neste estudo poderão contribuir para a formulação de políticas públicas e organizacionais em prol da saúde e do bem-estar do trabalhador.
The COVID-19 pandemic posed a public health issue that impacted the quality of work life The COVID-19 pandemic became a public health issue that affected the quality of work life for nursing teams, impacting worker satisfaction with their work environment and having effects on their physical and emotional health. The overall aim was to identify the levels of quality of work life among nursing teams and satisfaction with the work environment of nurses working in Intensive Care Units (ICUs) during the COVID-19 pandemic. The specific objectives were: to identify the sociodemographic profile of nursing teams working in ICUs during the COVID-19 pandemic; to measure the levels of quality of work life of nursing teams working in ICUs during the COVID-19 pandemic; to describe the characteristics of the work environment that influence satisfaction with the work environment of nurses working in ICUs during the COVID-19 pandemic; and to identify the association between quality of work life and the organizational attributes that influence satisfaction with the work environment of nurses working in ICUs during the COVID-19 pandemic. This is a cross- sectional and analytical study, with a quantitative approach. The study was conducted at three teaching hospitals in the state of Rio Grande do Sul: Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU-FURG), and Hospital Escola (HE) of the Federal University of Pelotas (UFPel). The participants were nursing professionals working in the ICUs of the aforementioned institutions. Data collection took place between January and March 2022, through the application of two online questionnaires via Google Docs. The instruments used were the Total Quality of Work Life, to assess the levels of quality of work life, and the Brazilian Nursing Work Index, to assess nurses’ job satisfaction, both adapted to Brazilian culture and available for use. Descriptive statistics were used in the first and second articles, while analytical statistics were used in the third article. In the first article, the Kruskal-Wallis, Wilcoxon, and Shapiro-Wilk tests were performed. In the third article, Spearman's correlation coefficient was used. The analyses were conducted using the statistical software R version 4.3.2, and Cronbach's alpha was used to verify the internal consistency of the instruments. Ethical aspects were respected, with approval obtained from the Research Ethics Committee (CAAE 30950420.9.0000.5324). The results were presented in the form of three articles, entitled: “Quality of Work Life and Sociodemographic Profile of the Nursing Team During COVID-19,” “Satisfaction with the Work Environment of Nurses Working in Intensive Care Units During COVID-19,” and “Satisfaction with the Work Environment of Nurses.” The first article provided a detailed overview of the sociodemographic profile of nurses and nursing technicians, showing a higher concentration of women, with average ages of 41.6 years for nurses and 38.9 years for technicians. Quality of work life varied across dimensions, with the "Psychological and Behavioral" domain receiving the highest rating, while "Leisure Time" received the lowest rating from participants. This highlights the need for implementing actions that can improve the quality of life of professionals, contributing to a healthier and more productive work environment. The second article demonstrated the level of satisfaction of nurses working in ICUs using the Brazilian Nursing Work Index. The domains with the highest scores were autonomy and organizational support (1.9), followed by control over the environment (2.0). Relationships between doctors and nurses, while satisfactory, showed greater variation in scores. Cronbach's alpha ranged from 0.75 to 0.98, indicating good internal consistency and high reliability of the instrument. This study highlights the need to strengthen interprofessional relationships and maintain adequate organizational support to promote a suitable work environment. Finally, the third article highlights the relationship between quality of work life and the presence of organizational factors that impact satisfaction with the work environment, emphasizing autonomy, control over the environment, and organizational support as characteristics of a satisfactory work environment that impact quality of life, well-being, and worker health. It is concluded that the nursing team has a good level of satisfaction with the work environment and quality of work life, though some organizational aspects still negatively impact it, requiring improvements from the institution. Furthermore, the findings of this study may contribute to the formulation of public and organizational policies aimed at the health and well-being of workers.
La pandemia de COVID-19 se constituyó en un problema de salud pública que repercutió en la calidad de vida laboral de los equipos de enfermería, afectando la satisfacción de los trabajadores con su entorno laboral, además de tener impactos sobre su salud física y emocional. El objetivo general fue identificar los niveles de calidad de vida laboral de los equipos de enfermería y la satisfacción con el entorno laboral de los enfermeros que trabajaban en Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) durante la pandemia de COVID-19. Los objetivos específicos fueron: identificar el perfil sociodemográfico de los equipos de enfermería que trabajaban en las Unidades de Cuidados Intensivos durante la pandemia de COVID-19; medir los niveles de calidad de vida laboral de los equipos de enfermería que trabajaban en las Unidades de Cuidados Intensivos durante la pandemia de COVID-19; describir las características del entorno de trabajo que influyen en la satisfacción con el entorno laboral de los enfermeros que trabajaban en las Unidades de Cuidados Intensivos durante la pandemia de COVID-19; e identificar la asociación entre la calidad de vida laboral y los atributos organizativos que influyen en la satisfacción con el entorno laboral de los enfermeros que trabajaban en las Unidades de Cuidados Intensivos durante la pandemia de COVID-19. Se trata de un estudio transversal y analítico, con enfoque cuantitativo. El estudio se realizó en tres hospitales universitarios del estado de Rio Grande do Sul: el Hospital Universitario de Santa Maria (HUSM), el Hospital Universitario Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU-FURG) y el Hospital Escuela (HE) de la Universidad Federal de Pelotas (UFPel). Los participantes fueron profesionales de enfermería que trabajaban en las UCI de las instituciones mencionadas. La recolección de datos se realizó entre enero y marzo de 2022, mediante la aplicación de dos cuestionarios en línea a través de Google Docs. Los instrumentos utilizados fueron el Total Quality of Work Life, para evaluar los niveles de calidad de vida laboral, y el Brazilian Nursing Work Index, para verificar la satisfacción laboral de los enfermeros, ambos adaptados a la cultura brasileña y disponibles para su uso. Se utilizaron estadísticas descriptivas en el primer y segundo artículo, mientras que en el tercer artículo se utilizaron estadísticas analíticas. En el primer artículo se realizaron las pruebas de Kruskal-Wallis, Wilcoxon y Shapiro-Wilk. En el tercer artículo se utilizó el coeficiente de correlación de Spearman. Los análisis se realizaron con el software estadístico R versión 4.3.2 y se utilizó el alfa de Cronbach para verificar la consistencia interna de los instrumentos. Se respetaron los aspectos éticos, obteniéndose la aprobación del Comité de Ética en Investigación (CAAE 30950420.9.0000.5324). Los resultados se presentaron en forma de tres artículos, titulados: “Calidad de vida laboral y perfil sociodemográfico del equipo de enfermería durante el COVID-19,” “Satisfacción con el entorno laboral de los enfermeros que trabajaban en Unidades de Cuidados Intensivos durante el COVID-19,” y “Satisfacción con el entorno laboral de los enfermeros.” El primer artículo proporcionó una visión detallada del perfil sociodemográfico de enfermeros y técnicos de enfermería, mostrando una mayor concentración de mujeres, con una edad media de 41,6 años para los enfermeros y 38,9 años para los técnicos. La calidad de vida laboral varió entre las dimensiones, siendo la esfera "Psicológica y Conductual" la más valorada, mientras que el "Tiempo de Ocio" recibió la menor valoración por parte de los participantes. Esto refuerza la necesidad de implementar acciones que puedan mejorar la calidad de vida de los profesionales, contribuyendo a un entorno de trabajo más saludable y productivo. El segundo artículo demostró el nivel de satisfacción de los enfermeros que trabajaban en las UCI utilizando el Brazilian Nursing Work Index. Los dominios con las mejores puntuaciones fueron autonomía y apoyo organizativo (1,9), seguidos por control sobre el entorno (2,0). Las relaciones entre médicos y enfermeros, aunque satisfactorias, mostraron mayor variación en las puntuaciones. El alfa de Cronbach varió entre 0,75 y 0,98, lo que indica buena consistencia interna y alta fiabilidad del instrumento. Este estudio pone de manifiesto la necesidad de fortalecer las relaciones interprofesionales y mantener un adecuado apoyo organizativo para promover un entorno de trabajo adecuado. Por último, el tercer artículo resalta la relación entre la calidad de vida laboral y la presencia de factores organizativos que impactan en la satisfacción con el entorno laboral, destacando la autonomía, el control sobre el entorno y el apoyo organizativo como características de un entorno laboral satisfactorio que impactan en la calidad de vida, el bienestar y la salud del trabajador. Se concluye que el equipo de enfermería tiene un buen nivel de satisfacción con el entorno laboral y la calidad de vida en el trabajo, aunque algunos aspectos organizativos aún afectan negativamente y requieren mejoras por parte de la institución. Además, los hallazgos de este estudio podrán contribuir a la formulación de políticas públicas y organizativas en favor de la salud y el bienestar de los trabajadores.

Descrição

Tese (doutorado)

Palavras-chave

Covid-19, Saúde do trabalhador, Unidades de Terapia Intensiva, Profissionais de Enfermagem, Qualidade de vida, Satisfação no Emprego, Ethic, Worker's health, Intensive Care Units, Ética, Salud Laboral, Unidades de Cuidados Intensivos

Citação

SALVATI, Caroline de Oliveira. Qualidade de vida no trabalho das equipes de enfermagem e a satisfação com o ambiente laboral dos Enfermeiros atuantes em unidades de terapia intensiva na pandemia da covid-19. 2024. 139f. Tese (doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Escola de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2024.

Avaliação

Revisão

Suplementado Por

Referenciado Por

Página do item completo