À beira pista: intersecções do cinema em Educação Ambiental

Oliveira, Thiago Ranniery Moreira de; Oliveira, Ivana Silva Sobral; Barreto, Karla Fernanda Barbosa; Silva, Elvis Lima Moura; Santos, Samantha Carvalho

Abstract:

 
O que nos ensina o Cinema em processos de Educação Ambiental? A Odisseia sem-terra de empreender a gravação das histórias de vida de assentados rurais de projetos de reforma agrária para pensar o seu mundo em sua dinâmica e fluidez. Traçando uma composição que parte das perspectivas de William Pollack e Alistair Thomson e que se soma às posições em relação à história, processos de subjetivação, tempo e memória de Michael Foucault, Gilles Deleuze e Felix Guattari, a fim de olhar para as histórias não como objetos empoeirados, largados no fundo de uma tumba inerte, mas para o modo como tais fatos e sujeitos se tornam as coisas que são. À beira da pista, correndo na contramão, reformando casas, circulando entre espaços, interrompendo fluxos, propondo vazamentos, corpos cariados, quase monstros, saltimbancos, heróis tortos, dançarinos mascarados de um carnaval qualquer, denunciam que o marginal, o sem eira nem beira que reside à beira da pista, é também uma totalidade enquadrante. Essa inferência permite pôr em discussão as relações entre a prática de Educação Ambiental, a coleta de lembranças e o engendramento dos modos de subjetivação, discutindo posições teóricas alternativas em Educação Ambiental, que a ensinam como fabular, inventar ficções, ser poética, rir, roncar surdo, fazer cinema.
 
What does cinema teach us in Environmental Education processes? The landless odyssey of undertaking the recording of peasants’ life stories - while land reform projects are being carried out - in order to think about their world in its dynamics and fluidity. How to write a composition that starts with William Pollack’s and Alistair Thomson’s views and includes Michel Foucault’s, Gilles Deleuze’s and Felix Guattari’s thoughts on history, subjectivation processes, time and memory in order to look at those stories as facts and subjects which have become what they are now, rather than objects full of dust which were thrown into an inert tomb. On the edge of the road, running on the wrong side of the street, redoing houses, strolling around, disrupting flows and creating leakage, decayed bodies, almost monsters, saltimbancos, crooked heroes, masqueraded dancers from some carnival reporting that the criminal, the homeless, the ones who live on the edge of the road are also part of the whole. This inference enables us to talk about the relations among the Environmental Education practice, the collection of memories and the production of subjectivation ways by discussing alternative theoretical views in Environmental Education which teach Environmental Education itself how to create fables, make up fiction, be poetic, laugh, play the drums and make movies.
 

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