Abstract:
O texto retoma reflexões sobre formas de interlocução
entre Literatura e História, partindo da discussão de manifestações
literárias publicadas em forma de poemas que se apropriam de material
de pesquisa antropológica, cujas fontes são cuidadosamente indicadas
no final do livro, tensionando o sentido de literatura como invenção.
Em outro momento, são analisados um romance angolano, que encena
fatos associados à presença de portugueses e holandeses na Angola
do século XVII, e dois romances brasileiros que retratam a realidade
das mulheres negras escravizadas no Brasil Colonial. Na análise dos
romances brasileiros, procurou-se discutir as informações obtidas de
historiadores e estudiosos e os processos que configuram, na encenação
literária, a intenção de descrever a vida de mulheres escravizadas,
quer destacando os castigos a elas impostos, quer mostrando-as como
pequenas comerciantes de rua que trazem para cidades como Salvador
e Rio de Janeiro algumas atividades de quitandeiras africanas.
The text retraces discussions on forms of interlocution
between Literature and History departing from literary texts published
as poems which use anthropological research materials, whose sources
are carefully referenced at the end of the book, and intend to ascribe
literature the meaning of invention. In another moment, text analyses
an Angolan novel which tells of facts associated to the presence of
the Portuguese and Dutch in Angola in the XVII century, and two
Brazilian novels describing the reality of black slave women during the
Brazilian Colonial period. The analysis of the Brazilian novels aimed
at discussing both the information from historians and researchers and the processes which configure, literarily speaking, the intention
of describing slave women lives, either by discussing forms of their
punishment or describing them as small dealers who bring to the streets
of Rio de Janeiro and Salvador cities some activities of African cookie
makers.