Zoneamento geoambiental da Colônia Z3 - 2º Distrito - Pelotas (RS)

Delamare, Tatiane Oliveira

Abstract:

 
A Colônia Z3 faz parte do município de Pelotas (RS), localizado na região sul do estado do Rio Grande do Sul, às margens da Laguna dos Patos. Foi fundada em 29 de junho de 1921. Conforme o último Censo Demográfico (2010) possui uma população de 3.166 habitantes, que tem como principal atividade econômica a pesca artesanal e a agricultura extensiva (cultivo de soja e de arroz). No que corresponde às características geomorfológicas, a área de estudo está localizada na Região Geomorfológica da Planície Costeira Interna. A morfodinâmica deste ambiente está acoplada aos processos fluviais e lacustres. Essa Região Geomorfológica divide-se em duas Unidades: Planície Lagunar e Planície Alúvio-Coluvionar. O processo de urbanização ocorrido na Colônia Z3, assim como na maioria das zonas costeiras, transcorreu sem planejamento ou preocupação com os aspectos físicos. O processo de ocupação associado às práticas agrícolas acabaram por exercer grande pressão ao meio físico, interferindo no equilíbrio e dinâmica ambiental costeira lagunar, que se apresenta frágil e complexa. Diante destas questões, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de realizar o zoneamento geoambiental da Colônia Z3, por meio de uma análise integrada envolvendo as relações estabelecidas entre os elementos físicos e os socioeconômicos e os aspectos conflitivos derivados dessa relação. A fundamentação teórico-metodológica de elaboração do presente zoneamento geoambiental foi baseada nas orientações de elaboração de Zoneamento Ambiental definidas pelo SILVA (1997), em consonância com estudos elaborados por Rodriguez (2010) e Zacharias (2010). Para alcançar o objetivo proposto foi realizado a integração das informações espaciais resultantes da elaboração de um mapa geomorfológico, do ano de 2004, e, um mapa de cobertura e uso da terra, do ano de 2014. A interpretação e análise permitiu um diagnóstico acerca de como se configura o ambiente da área de estudo. O zoneamento proposto na presente pesquisa, tem por objetivo identificar as áreas que devem ser preservadas, as áreas propícias aos cultivos diversos, e as áreas próprias para habitações urbanas. A compartimentação das zonas, partiu inicialmente da definição de unidades da paisagem. Estas foram identificadas por meio da análise do mapeamento de cobertura e uso da terra, que forneceu dados referentes a atual configuração espacial da Colônia. Sendo assim, esse método possibilitou a identificação de duas unidades: Unidade da Paisagem Antrópica, Unidade da Paisagem Natural. As categorias adotadas para as zonas basearam-se na adaptação das propostas de Rodriguez (2010) e de Braz (2015), sendo essas: Preservação, Conservação, Reabilitação, Melhoramento e Aproveitamento. A zona de preservação (16,18%) referem-se a áreas com restrições ambientais e/ou protegidas por lei. A zona de conservação (5,85%) são áreas que mantém a cobertura natural, porém, existe a incidência de atividades antrópicas. A zona de reabilitação (7,86%) é entendida como uma área que ainda possui funções ambientais importantes para o ambiente, e que ainda apresentam características físico-naturais similares aos que predominam na área. Ao mesmo tempo, representam também, uma área onde o reestabelecimento das funções naturais é de suma importância para o funcionamento ambiental, mesmo que o uso antrópico seja predominante. A zona de melhoramento (12,15%) configuram áreas onde o uso da terra está consolidado, mas que se situam em áreas de transição entre compartimentos geomorfológicos ou assentadas sob feições suscetíveis, tanto para o meio quanto para a população. A proposta dessa zona é determinar medidas que possam diminuir o impacto ambiental nessas áreas. A zona de aproveitamento (41,40%) visa contribuir para a melhor utilização dos recursos naturais em decorrência da principal atividade econômica desenvolvida, a agricultura. Nessa zona estão inseridos os usos da terra majoritariamente referentes a cultura temporária, em porção menor, também contempla as áreas de silvicultura que encontram-se entre as plantações. A análise, identificação, compreensão e discussão de cada problemática da paisagem, decorrente da constante interação entre os elementos físicos e socioeconômicos, contribuiu para configuração final do zoneamento geoambiental.
 
The Z3 Colony is a part of the municipality of Pelotas (RS), located in the southern region of the state of Rio Grande do Sul, on the banks of the ´Patos Lagoon. It was founded on June 29, 1921, and according to the last Demographic Census (2010) has a population of 3,166 inhabitants, which main economic activity is artisanal fishing and extensive agriculture (cultivation of soybeans and rice). In what corresponds to the geomorphological characteristics, the study area is located in the Geomorphological Region of the Internal Coastal Plain. The morphodynamics of this environment are coupled to the fluvial and lacustrine processes. This Geomorphological Region is divided into two Units: Lagunar Plain and Aluvio-Coluvionar Plain. The urbanization process that took place in the Colony Z3, as well as in most of the coastal zones, occurred without any planning or concern with the physical aspects. The occupation process associated to agricultural practices ended up exerting great pressure on the physical environment, interfering in the equilibrium and environmental dynamics of the lagoon, which is fragile and complex. In view of these issues, this work was carried out with the objective of performing the geoenvironmental zoning of the Colony Z3, through an integrated analysis involving the relations established between the physical and socioeconomic elements and the conflicting aspects derived from this relation. The theoretical and methodological basis for the elaboration of the present geoenvironmental zoning was based on the guidelines of elaboration of Environmental Zoning defined by SILVA (1997), in agreement with studies elaborated by Rodriguez (2010) and Zacharias (2010). In order to reach the proposed objective, the integration of the spatial information resulting from the elaboration of a geomorphological map for the year 2004 and a land cover and land use map for the year 2014 was carried out. This interpretation and analysis allowed a diagnosis about How the environment of the study area is configured. The proposed zoning in the present research, aims to identify the areas that should be preserved, the areas suitable for various crops, and the areas suitable for urban dwellings. The compartmentalisation of the zones initially started from the definition of landscape units. These were identified through the land cover and land use mapping analysis, which provided data regarding the current spatial configuration of the Colony. Thus, this method allowed the identification of two units: Anthropic Landscape Unit, Natural Landscape Unit. The categories adopted for the zones were based on the adaptation of the proposals of Rodriguez (2010) and Braz (2015), being these: Preservation, Conservation, Rehabilitation, Improvement and Utilization. The preservation zone (16.18%) refers to areas with environmental restrictions and / or protected by law. The conservation zone (5.85%) are areas that maintain the natural cover, however, there is the incidence of anthropic activities. The rehabilitation zone (7.86%) is understood as an area that still has environmental functions that are important for the environment, and that still have physical and natural characteristics similar to those that predominate in the area. At the same time, they also represent an area where the reestablishment of natural functions is of paramount importance for environmental functioning, even if anthropic use is predominant. The recovering zone (12.15%) are areas where land use is consolidated, but are located in areas of transition between geomorphological compartments or settled under susceptible features, both for the environment and for the population. The proposal of this zone is to determine measures that can reduce the environmental impact in these areas. The utilization zone (41.40%) aims to contribute to the better use of natural resources as a result of the main economic activity developed, agriculture. In this zone are inserted the land uses mostly referring to the temporary culture, in smaller portion, also contemplates the areas of silviculture that are between plantations. The analysis, identification, understanding and discussion of each landscape problem, due to the constant interaction between the physical and socioeconomic elements, contributed to the final configuration of geoenvironmental zoning
 

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  • ICHI - Programa de Pós-Graduação em Geografia