“Eu sou bugre”: gênero, sexualidade e diferenças nas fronteiras da/na universidade

Abstract

Esse texto em tela se propõe ao exercício analítico de pensar as ações do Impróprias – Grupo de Pesquisa em Gênero, Sexualidade e Diferenças (UFMS/CNPq) – e o seus efeitos, assim como as possíveis contribuições que as suas experiências no ensino, na pesquisa e na extensão têm a oferecer para o campo da Educação em contextos sulmato-grossenses. Por meio de uma experiência vivida em sala de aula, em que um indígena justifica a compreensão do conteúdo em relação a travestis e transexuais pelo fato de ele ser “bugre” – em uma perspectiva pós-crítica em educação –, discute-se gênero, sexualidade, diferenças e reconhecimento. Conclui-se que em contextos sulmato-grossense, onde as diferenças se apresentam de modo desafiador em termos de desigualdade, violência e injustiça, o conhecimento disruptivo pode contribuir para que elas possam ser compreendidas fora de interpretações binárias e essencialistas, indicando o quanto os/as “não diferentes” são tão produzidos/as socialmente como os/as diferentes.

Este texto en pantalla propone el ejercicio analítico de pensar las acciones de Impróprias – Grupo de Investigación sobre Género, Sexualidad y Diferencias (UFMS/CNPq) – y sus efectos, así como los posibles aportes que sus experiencias en la docencia, en la investigación y en la extensión tienen para ofrecer para el campo de la Educación en contextos de Mato Grosso do Sul. A través de una experiencia vivida en el aula, en la que un indígena justifica la comprensión del contenido en relación a los travestis y transexuales por ser un “bugre” – en una perspectiva poscrítica en educación –, se discute género, sexualidad, diferencias y reconocimiento. Se concluye que en contextos de Mato Grosso do Sul, donde las diferencias se presentan de manera desafiante en términos de desigualdad, violencia e injusticia, los saberes disruptivos pueden contribuir para que puedan ser comprendidas fuera de las interpretaciones binarias y esencialistas, indicando cuánto las/los “no diferentes” son tan socialmente producidos como los/las diferentes.

This text on screen proposes the analytical exercise of thinking about the actions of Impróprias – Research Group on Gender, Sexuality and Differences (UFMS/CNPq) – and their effects, as well as the possible contributions that their experiences in teaching, in research and in extension courses have to offer for the field of Education in contexts of Mato Grosso do Sul. Through an experience lived inside the classroom, in which an indigenous person justifies the understanding of the content related to transvestites and transsexuals by the fact of him being a “bugre” – in a post-critical perspective in education –, gender, sexuality, differences and recognition are discussed. It is concluded that in contexts of Mato Grosso do Sul, where differences present themselves in a challenging manner in terms of inequality, violence and injustice, disruptive knowledge can contribute so that they can be understood outside of binary and essentialist interpretations, indicating how much the “non-different” are as socially produced as the different.