Navegando por Autor "Godinho, Maria Luzia Machado"
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- ItemAbordagem das diretivas antecipadas de vontade no processo de formação dos estudantes de enfermagem, medicina e psicologia(2022) Godinho, Maria Luzia Machado; Barlem, Edison Luiz DevosOs avanços nas ciências médicas e da saúde têm contribuído para o surgimento detratamentos que prolongam a vida dos pacientes, aumentando bastante a expectativa de vida, nem sempre com qualidade e saúde. Dessa forma, a crescente necessidade de gerenciar o processo de morte e morrer, mantendo-se a integridade e o respeito à autonomia pessoal, bem como, a refutação à futilidade terapêutica, privando as pessoas de uma morte digna, foi conduzindo o surgimento das Diretivas Antecipadas de Vontade. Foi objetivo geral do estudo: analisar o conhecimento, experiências, atitudes e nível de confiança dos estudantes de enfermagem, medicina e psicologia diante das Diretivas Antecipadas de Vontade. Foram objetivos específicos: adaptar culturalmente e validar um instrumento que permita medir o conhecimento, experiências, atitudes e nível de confiança dos estudantes de enfermagem, medicina e psicologia diante das Diretivas Antecipadas de Vontade; analisar o conceito de diretivas antecipadas de vontade segundo o modelo evolucionista de Rodgers; construir e validar um material didático digital de apoio aos estudantes sobre diretivas antecipadas de vontade. O estudo defendeu a seguinte tese: o conhecimento adquirido ao longo da formação universitária sobre diretivas antecipadas de vontade, associados às experiências vivenciadas pelos estudantes da enfermagem, medicina e psicologia podem oportunizar ações que fortalecem a autonomia dos pacientes em processo de morte e morrer. Tratou-se de estudo metodológico, quantitativo e descritivo realizado com acadêmicos de graduação em enfermagem, medicina e psicologia da Universidade Federal do Rio Grande. Na parte metodológica, um instrumento internacional foi adaptado transculturalente conforme as etapas de Beaton. O instrumento validado, que busca descrever o conhecimento, atitudes e experiências dos futuros profissionais da saúde com relação às diretivas antecipadas de vontade possui 115 itens divididos em oito dimensões. Na etapa quantitativa, o instrumento adaptado foi encaminhado via email para 60 acadêmicos dos três cursos citados. As coletas ocorreram entre entre fevereiro e julho de 2022. Os dados foram analisados pelo Statistical Package for Social Sciences. Todos preceitos éticos foram cumpridos em sua integralidade. Os resultados da presente tese foram apresentados sob forma de três artigos científicos. No primeiro artigo, que objetivou analisar os conhecimentos, atitudes, nível de confiança e experiências acerca das diretivas antecipadas de vontade dos acadêmicos, foi identificado ínfimo conhecimento em relação ao que realmente se trata as diretivas. Em relação às atitudes, o score no curso de graduação em medicina, totalizou uma moda de 53 pontos, no curso de graduação em psicologia uma moda de 49 pontos e por último, no curso de graduação em enfermagem com 47 pontos, de um total de 59 pontos totais. A maioria dos acadêmicos nunca tiveram nenhuma experiência com as diretivas. Em relação ao nível de confiança, verificou-se um nível decrescente do curso de psicologia (menor confiança) para o curso de medicina (maior confiança). No segundo artigo, evolução conceitual das diretivas antecipadas de vontade com base no modelo de Rodgers, considera-se que o termo diretiva possui características marcantes de seus atributos, como por exemplo, manifestação autônoma; conjunto de desejos, bem como, a própria autonomia, atributo este que define o real objetivo deste documento. Ainda, as consequências também são percebidas como positivas para o indivíduo, visto até como algo que facilita uma dignidade no momento da morte. Porém, nos antecedentes ainda se percebe uma dúvida em relação a aplicabilidade e validade deste documento. No terceiro artigo foi apresentado o processo de construção de material didático pedagógico digital sobre as diretivas antecipadas de vontade.. Espera-se que com o material construído, desperte dos acadêmicos para o aprofundamento do tema podem contribuir para que essa temática seja mais discutida ao longo dos corredores universitários. Como considerações finais, que reforçam a tese apresentada, ficam alguns questionamentos: Como os futuros profissionais de saúde estarão preparados para lidar com os desejos do paciente promovendo as diretivas? Como esses conteúdos devem ser abordados em ambiente de sala de aula? Como será possível ultrapassar as barreiras culturais que ainda nos impedem de planejar o fim de vida com autonomia e dignidade?
- ItemDiretivas antecipadas de vontade sob a ótica dos estudantes de graduação em enfermagem(2018) Godinho, Maria Luzia Machado; Barlem, Edison Luiz DevosEste estudo objetivou compreender qual a percepção dos estudantes de enfermagem acerca das Diretivas Antecipadas de Vontade e conhecer a percepção dos estudantes de enfermagem acerca do protagonismo do enfermeiro frente às Diretivas Antecipadas de Vontade. Pesquisa de abordagem qualitativa de cunho exploratório-descritivo, que foi realizada junto à Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande, com estudantes de cada série (5ª a 10ª semestres) do Curso de Graduação. A coleta de dados ocorreu por meio da técnica de grupo focal, sendo realizados três encontros com duração média de uma hora e meia. A coleta teve início após aprovação do Comitê de ética sob parecer número 134/2017. Os dados foram submetidos à Análise Textual Discursiva. A partir da análise foram elaborados dois artigos. Relacionado à percepção dos estudantes de enfermagem acerca das Diretivas, emergiram duas categorias. Dentre os positivos, a Diretiva Antecipada de Vontade é vista como uma promovedora de morte digna, minimizadora da futilidade terapêutica, apoio familiar junto à equipe para dar voz ao paciente e a importância desse momento de discussão no meio acadêmico, contribuindo para discussão ao seio familiar. Como aspectos negativos foram elencados: a sensação de fracasso profissional, a omissão do profissional diante do estado de saúde do paciente, a mecanização do cuidado. De acordo com o papel do enfermeiro frente às Diretivas, emergiram duas óticas acerca das relações do enfermeiro com as Diretiva, sendo a primeira delas que compõe os elementos necessários para as relações do exercício profissional frente às Diretivas, o conhecimento técnico científico, segurança profissional e respaldo legal, autonomia profissional, protagonismo do enfermeiro, e instrumentalização profissional. A segunda diz respeito às relações do enfermeiro com paciente/família/equipe, dentre elas compreende-se, o vínculo como forma de despertar a comunicação do desejo do paciente, crenças pessoais e pré-conceitos, interlocutor entre os atores da Diretiva, sensibilização diante da temática, executar a advocacia do paciente, promover a autonomia do paciente e incitar discussões em equipe, educação permanente entre a equipe com intuito de atualização do conhecimento. Percebe-se que mesmo convivendo com algumas situações que remetam a temática em parte, os estudantes de enfermagem ainda ficam receosos e sensibilizados ao discorrer sobre Diretivas Antecipadas de Vontade. Dificuldade essa identificada por eles, principalmente, por fatores culturais muito fortes e em relação a pouca exposição do tema no seu processo de formação. Considera-se, também, que os fatores negativos elencados conseguem nos mostrar que todos eles têm a ver com fatores intrínsecos ao ser desses estudantes, fatores culturais e sociais que ainda estão muito entranhados nos nossos ensinamentos. Ainda, é pouco trilhada a implementação de discussões desse cunho dentro dos instituições de ensino. Em relação ao papel do enfermeiro, foram expostos alguns anseios em relação à segurança profissional e respaldo legal que refletem também, as mesmas dúvidas, dos profissionais que prestam assistência a esses pacientes em fim de vida, pela falta de suporte que é dado aos profissionais para tomadas de decisões importantes para com a vida/morte do outro.
