Navegando por Autor "Molina, Karina da Silva"
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- ItemA educação superior e o reconhecimento da identidade : compreendendo o processo de inserção indígena na Universidade Federal do Rio Grande - FURG(2018) Molina, Karina da Silva; Bauer, Márcio André LealA temática das ações afirmativas e das cotas nas universidades encontra-se frequentemente em discussão na sociedade, tornando-se necessário ouvir os sujeitos diretamente envolvidos nesse processo e atentar para suas percepções e sentimentos quanto à sua inserção no ensino superior, enquanto acadêmicos indígenas. O presente trabalho surge das inquietações da pesquisadora sobre estar-se fazendo justiça, efetivamente, aos povos indígenas, reparando séculos de discriminação, por meio das ações afirmativas de uma universidade, com base em sua função de oportunizar condições de igualdade e cidadania a indivíduos que se encontram a margem da sociedade. Com base num aporte teórico que envolve os conceitos de reconhecimento social e identidade moderna, de Taylor, bem como os de reconhecimento e redistribuição, considerando as dimensões do reconhecimento intersubjetivo de Honneth e o princípio da paridade de participação de Fraser, objetiva-se compreender o processo de inserção indígena na Universidade Federal do Rio Grande - FURG, a partir da luta pelo reconhecimento de sua identidade. A base empírica deste trabalho está alicerçada em uma pesquisa qualitativa, cuja estratégia é o estudo de caso, realizado por meio de entrevistas, observações e sobretudo no diálogo e na escuta dos acadêmicos indígenas dos cursos de graduação da FURG em atividades da Universidade que discutem sua inserção. Os resultados apontam um esforço institucional para a inserção indígena na Universidade, reconhecido, inclusive, pelos próprios estudantes indígenas, por meio de ações afirmativas voltadas, especialmente, à sua permanência. No entanto, sinalizam também para as situações discriminatórias e preconceituosas vivenciadas no ambiente acadêmico, ainda nos dias de hoje. Mesmo que em um ritmo menor, estas refletem a necessidade da luta constante pelo reconhecimento da identidade indígena, evidenciada, inclusive, entre eles mesmos, os acadêmicos indígenas.
- ItemInclusão, feminismo e violência: problematizando as experiências das mulheres indígenas na FURG(2022) Molina, Karina da Silva; Ribeiro, Paula Regina CostaEsta tese de doutorado, foi desenvolvida no âmbito da linha de pesquisa “Discursos, culturas e subjetividades na Educação em Ciências”, do Programa de Pós-Graduação de Educação em Ciências – PPGEC, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Objetiva tecer interlocuções com as experiências das mulheres indígenas da FURG, a fim de problematizar seus processos de constituição enquanto mulheres indígenas universitárias. Por meio de uma pesquisa narrativa, entrevisto nove estudantes indígenas matriculadas nos cursos de graduação da Universidade, partindo da ideia de que estar na universidade representa um importante passo na luta das mulheres indígenas por igualdade de gênero, considerando os aspectos culturais das sociedades indígenas. Levando em conta que as mulheres indígenas saem de suas aldeias e conhecem possibilidades outras de existência, para além daquelas presumidas para uma mulher, voltadas ao casamento e à maternidade, tomo por base um referencial teórico baseado nos estudos feministas e de gênero e apresento dois eixos de análise: a invisibilidade das mulheres indígenas e a sua cidadania limitada, acionando conceitos de feminismo indígena, decolonialidade e interseccionalidade e discutindo a presença feminina em espaços políticos públicos, estranhando tudo que está posto e naturalizado para a condição de mulher, em especial, de indígena, duplamente invisibilizada pelo discurso masculino e colonizador da inferioridade feminina, como indígena e como mulher. Nesse sentido, abordo o eixo analítico da questão da violência contra as mulheres indígenas, evidenciando padrões culturais que envolvem a aplicação da Lei Maria da Penha no contexto indígena. Numa perspectiva teórico- metodológica pós-estruturalista dos estudos de Michel Foucault, a partir dos conceitos de problematização, subjetivação e governamentalidade, apresento o eixo analítico das ações afirmativas e a governamentalidade neoliberal democrática, buscando problematizar a presença das mulheres indígenas no ensino superior e compreender como esta possibilidade outra oferecida a essas mulheres vem se constituindo, contornando as verdades produzidas pelo discurso das políticas públicas inclusivas, de igualdade de oportunidades a minorias historicamente excluídas no Brasil. Ainda, apresento o último eixo de análise desta pesquisa, os deslocamentos no imperativo de inclusão e a formação neofascista da governamentalidade, a partir do cenário político de discursos fascistas de gestão pela morte, mesmo que social, diante de práticas de exclusão que se fortalecem nos dias atuais, contra os povos indígenas, discutindo as noções de in/exclusão, de racismo de Estado e necropolítica, enquanto elementos que caracterizam a racionalidade política neoliberal contemporânea brasileira. A partir dessas discussões, finalizo a escrita da tese, apresentando o conceito foucaultiano de reproblematização como uma possibilidade de resistência a situações que insistem em se fazer presentes, ainda que no contexto acadêmico, como o machismo e a violência doméstica, que acompanham os homens indígenas até a universidade, evidenciando a necessidade de se problematizar o seu próprio comportamento, num trabalho de si sobre si mesmo, enquanto uma estratégia política de existência, na qual existir significa resistir, abrangendo uma exi(resis)tência para além das questões de gênero, mas de toda uma população.
- ItemMulheres indígenas universitárias: problematizando ações afirmativas(2021) Molina, Karina da Silva; Ribeiro, Paula Regina CostaEste artigo busca analisar as experiências de algumas indígenas universitárias da FURG, problematizando sua presença e os desafios de estarem na Universidade, a partir das ações afirmativas, as quais foram produzidas em uma governamentalidade neoliberal democrática. Essa conquista implica resistir às comunidades indígenas que, historicamente, não aceitam a igualdade de direitos entre homens e mulheres, e também à realidade universitária, com costumes diferentes que as subjetivam. Assim, no caminho da investigação narrativa, a partir das experiências vivenciadas pelas mulheres indígenas universitárias, nas dificuldades e conflitos que as cercam, desde sua aldeia até a academia, evidenciando que, para além dessa razão política que busca incluir os/as cidadãos/as para governá-los/as, resta-lhes uma terceira luta que vem com elas de sua aldeia, chegando à universidade: a luta por igualdade de direitos entre homens e mulheres, cidadãos/as de direitos, trazidos para um novo espaço, democraticamente.
