IE - Mestrado em Educação Ambiental (Dissertações)
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- ItemAfroescrevivências: um diálogo com as intelectuais kilombolas à luz de Conceição Evaristo e a Educação Ambiental(2024) Pereira, Maria Escarlate; Anello, Lúcia de Fátima Socoowski deA pesquisa tem por objetivo revelar as experivivências de mulheres negras kilombolas do kilombo Coxilha Negra, que, geograficamente, está localizado na zona rural do município de São Lourenço do Sul, região Sul do Rio Grande do Sul, trazendo as vozes que ecoam da comunidade, por meio de mulheres negras Kilombolas. A metodologia da pesquisa é inspirada no conceito de “Escrevivência” de Conceição Evaristo, evidenciando a oralidade e a ancestralidade como categorias fundamentais para a produção e a reprodução social. A pesquisa se desenvolve pelo diálogo das narrativas das mulheres kilombolas e as pensadoras negras, notadamente Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento e Grada Kilomba, ao pautar as questões raciais e a educação popular e ambiental que atravessam nossas vidas. Para além do trabalho téorico e acadêmico, foi importante a contribuição de duas mulheres negras e Kilombolas, que são chamadas de intelectuais da comunidade, justamente por serem grandes dentro do Kilombo. Assim, esta pesquisa se mantém fiel à Conceição Evaristo, que orienta sobre a necessidade de falar e escrever sobre nossas vivências e histórias, que, por muitas vezes, são anuladas e silenciadas por um sistema extremamente racista. Os principais resultados obtidos foram a emergência das temáticas: potência de oralidade; vivências coletivas; valorização do saberes ancestrais; atravessamentos sofridos pelos corpos negros femininos; práticas socioambientais e racismo nas suas perversas formas. A oralidade é herança viva do nosso povo, sendo por meio dela e de uma escuta sensível e acolhedora que as narrativas são compartilhadas. Nas palavras do Mestre Antônio Bispo dos Santos, “mesmo que queimem a escrita, não queimarão nossa oralidade; mesmo que queimem os símbolos, não queimarão os significados; mesmo queimando o nosso povo, não queimarão a ANCESTRALIDADE”.
- ItemDa margem ao mar navegando com as mulheres da pesca artesanal pelas águas da Arte/Educação: uma sistematização das experivivencias a partir das oficinas de um Projeto de Educação Ambiental(2023) Pereira, Joezele da Rosa; Anello, Lúcia de Fátima Socoowski deEste trabalho tem como objetivo desenvolver uma reflexão teórica sobre a importância da mediação da Arte/Educação na práxis da Educação Ambiental crítica, a partir da vivência em um projeto de Educação Ambiental, no processo de Licenciamento Ambiental Federal, que atua com mulheres inseridas na cadeia produtiva da pesca artesanal, do norte fluminense. Sendo assim, a temática deste projeto se constituí em compreender a “experivivência” como categoria fundamental da relação entre Arte/Educação, Educação Ambiental e a Educação Popular na práxis educativa desse projeto executado como condicionante do licenciamento ambiental de Petróleo e Gás em licença ambiental emitida pelo IBAMA, denominado PEA-FOCO. Nosso entendimento sobre o desenvolvimento processual nos leva a afirmar que: a Arte/Educação é essencial como mediadora no desenvolvimento da Educação Ambiental crítica e torna-se imprescindível quando se trata de pessoas com pouco ou nenhum letramento. Por outro lado, a mediação de uma profissional das artes garante a intencionalidade pedagógica através de ações planejadas por meio de uma metodologia que valoriza outros aspectos do ser humano e sua subjetividade, avançando para além do intelecto, da leitura e da escrita, utilizando a linguagem da expressão artística e popular na práxis educativa. Todo trabalho realizado é planejado antes, durante e depois, podendo ser adaptado, de acordo com a Abordagem Triangular de Ana Mae Barbosa. Assim, para navegar em mares desconhecidos, só é possível por ter bases em conhecimentos de quem já “experivivenciou” a práxis, como Paulo Freire e Ana Mae Barbosa.
- ItemGrupo de consumo responsável e educação ambiental crítica: estudo de caso dos produtores que compõem o armazém de economia popular solidária(2024-01-31) Braga, Maria Angelica Machado; Anello, Lúcia de Fátima Socoowski de; Moura, Danieli VeledaA desumanização promovida pelo modo de vida capitalista passa pela alienação entre a humanidade e a natureza gerando a degradação ambiental e social. No entanto, há grupos que se movimentam dialeticamente em contradição a esta condição opressora e vão se transformando por meio de práticas que proporcionam a emancipação de si e do outro. Algumas destas práticas são as experiências desenvolvidas nos Grupos de Consumo Responsável (GCRs), formados por produtores e consumidores com o intuito de produzir, comercializar e consumir de outra forma, distinta da hegemônica. Esses grupos se fundamentam na lógica da Economia Popular Solidária (EPS), tendo como centralidade o ser humano, a natureza e as práticas do Comércio Justo e Solidário (CJS) e do Consumo Responsável (CR). Tais práticas constituem-se em resistência ao consumo exacerbado da sociedade capitalista, estando, portanto, articulado às concepções da Educação Ambiental Crítica (EAC), com a finalidade da emancipação de todos os sentidos humanos. Sendo assim, este trabalho consiste em um estudo das práticas/relações dos produtores que compõem o GCR Armazém de Economia Popular Solidária – Armazém de EPS - na cidade do Rio Grande - RS, Brasil. O objetivo é investigar a práxis dos produtores de alimentos dos municípios de Rio Grande e São José do Norte, que produzem na lógica da EPS e fornecem seus produtos ao Armazém de EPS, bem como avaliar as contribuições da EAC a essas práticas. A problematização é: como pode a EAC contribuir com o desenvolvimento dos produtores de alimentos da EPS para a resistência e enfrentamento ao modo de produção capitalista? Este trabalho é um estudo de caso de natureza qualitativa e está articulado com a revisão bibliográfica sobre os principais conceitos do tema e com as informações obtidas amparada na pesquisa participante, nas entrevistas semiestruturadas e observações junto aos sujeitos da pesquisa, bem como se utiliza, no desenvolver do estudo, o método materialista histórico-dialético, o qual possibilita a compreensão da história por meio dos seus fatores materiais e econômicos. Quanto aos resultados identificou-se que, o papel político impulsionado pelos GCRs, está diretamente relacionado ao desenvolvimento da consciência crítica em relação às questões que envolvem a produção e o consumo de produtos de qualidade e na contramão da produção em escala. As conclusões obtidas são que os GCRs desenvolvem outras formas de práticas/relações que contrapõem ao da sociedade capitalista e seguem a lógica da EPS e as práticas do CJS e do CR, assim como os envolvidos têm contribuições da EAC por meio das suas práticas pedagógicas – que desenvolvem suas práxis - as quais auxiliam os sujeitos a resistirem e enfrentarem o modo de produção capitalista.
- ItemA relação da educação ambiental com o processo de formação das lideranças comunitárias na pesca artesanal no sul do Rio Grande do Sul(2024-01-30) Justo, Felipe da Silva; Anello, Lúcia de Fátima Socoowski deO trabalho objetivou compreender a formação social das lideranças na pesca artesanal, no território dos municípios da Lagoa Mirim e do estuário da Lagoa dos Patos. Embasado na teoria da educação ambiental crítica e no materialismo histórico, por meio de entrevistas semiestruturadas às lideranças, revisão bibliográfica, e a observação do pesquisador, percebendo as relações humanas e sociais que influenciam e consolidam as formações de lideranças. Entender como se dá o processo formativo das lideranças é um modo de se compreender, na perspectiva freiriana, a forma como se manifestam essas relações sociais e ambientais entre os sujeitos da pesca artesanal e suas comunidades. Os resultados foram obtidos das falas das lideranças entrevistadas, que com suas diferentes localizações, manifestaram as mesmas dificuldades na atividade e os mesmos anseios para o futuro da classe pesqueira. Concluímos que o processo formativo dessas lideranças ocorre após a sua constituição enquanto sujeito da pesca artesanal, que diante da insatisfação com a situação que estava vivendo, busca fazer algo para modificar a realidade que se encontrava, de forma que alcança a liderança e se depara com a realidade institucional da atividade.
