IE - Mestrado em Educação Ambiental (Dissertações)
URI permanente para esta coleçãohttps://rihomolog.furg.br/handle/1/2067
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- ItemA participação no conselho ambiental da Ilha dos Marinheiros(Rio Grande/RS): diálogos entre a Educação Ambiental transformadora e o gerenciamento costeiro integrado(2009) Lima, Luciana Sereneski de; Asmus, Milton LafourcadeO objetivo deste trabalho foi realizar uma leitura do processo participativo no Conselho Ambiental da Ilha dos Marinheiros pela perspectiva da Educação Ambiental Transformadora. A leitura que se realizou teve a intenção de aprofundar o entendimento sobre a teoria e prática da participação no campo teórico do Gerenciamento Costeiro Integrado e avaliar a condução desse processo pelos técnicos do Laboratório de Gerenciamento Costeiro da Universidade Federal do Rio Grande (LabGerco/FURG). A partir da perspectiva sócio-histórica de pesquisa qualitativa, as reuniões do Conselho que ocorreram no ano de 2008 foram acompanhadas e entrevistas realizadas com os conselheiros. O texto resultante da transcrição das falas dos entrevistados foi analisado em busca de entender as múltiplas determinações que definem e situam o processo participativo. Dentre as diversas questões levantadas ao longo da análise, consideram-se cruciais para entender este espaço participativo e seu funcionamento àquelas relativas à origem do Conselho e sua institucionalidade, ao papel da FURG e às visões de participação em disputa. O Conselho originou-se a partir de um processo empreendido por agentes externos à Ilha, não sendo um espaço de participação almejado pelos ilhéus e pelo qual lutaram. Antes disso, o Conselho resulta de uma luta que os ilhéus “perderam”, uma vez que resultou do embargo da obra da ponte que seria para os ilhéus a única forma de trazer o progresso para a Ilha. A segunda questão posta diz respeito ao Plano de Manejo da Ilha, documento que traça as principais linhas de ação do Conselho e assume uma visão de futuro para a Ilha dos Marinheiros. Foi observado que a aposta para o futuro da Ilha assumida pelos agentes condutores do processo (equipe do LabGerco/FURG), e presente no referido documento, difere do posicionamento dos ilhéus participantes do processo de planejamento, que depois se tornaram conselheiros. Este conflito centrase especialmente sobre o incentivo ao turismo defendido pelos elaboradores do Plano, enquanto os ilhéus afirmaram a necessidade de se trabalhar questões relativas à busca de melhores condições para sua vida, buscando centrar o Plano na mobilização de esforços para melhorar as atividades de agricultura e pesca. Já o papel do Conselho foi descrito de diferentes formas, entre elas está o controle da entrada de iniciativas e atividades na Ilha, no entanto, o Conselho não dispõe dos instrumentos, institucionalidade e poder necessário para tanto. O Conselho também teria o papel de lutar por mudanças e garantir a participação da comunidade no desenvolvimento, além de ser um espaço de discussão dos problemas e criação de soluções, que seriam propostas a outros órgãos. Neste ponto, reside um problema que diz respeito à indefinição do agente executor do Plano de Manejo, a quem o Conselho deveria aconselhar. Outra questão importante é sobre o papel da FURG no processo, assumindo uma função que pode ser metaforizada pela imagem de um controlador neutro. Por um lado há o discurso do “aprender a aprender” e da neutralidade desta instituição. Por outro lado, o controle das ações do Conselho é exercido de diversas formas. Partindo da análise sobre a concepção de educação e de participação adotados, não foi possível a construção da emancipação nem contribuir ao empoderamento dos educandos, gerando uma relação de profunda dependência. Isto se apresenta como um risco à sobrevivência do Conselho pela intenção expressa da equipe da FURG retirar-se do processo “em um momento ou outro”, o que é agravado pelo fim do Programa Costa Sul que dotava os recursos financeiros que subsidiaram a atuação de tal equipe. Finalmente, permeando diversas das questões postas está o conflito e a disputa entre diferentes sentidos para a participação. Uma alinha-se à tendência hegemônica enquanto a outra pressupõe sua crítica. O dado essencial é que esta disputa permanece velada, ao menos aos olhos dos agentes internos. Partindo destas questões levantadas, há propostas para ação educativa organizadas em três momentos: curso de formação dos conselheiros ilhéus; reflexões com a equipe condutora do processo; e reflexões no âmbito do Conselho como um todo. As propostas fundam-se na necessidade posta aos educadores progressistas de aproveitar os espaços de participação na luta pela transformação da sociedade (FREIRE, 2003).
- ItemRefletindo o processo de criação da apa da Lagoa Verde pelo olhar da Edcuação Ambiental.(2007) Behling, Greici Maia; Asmus, Milton LafourcadeO presente trabalho, pré-requisito para o Mestrado em Educação Ambiental (EA), na Linha de Pesquisa EA e Manejo Costeiro Integrado, direciona-se para uma análise do processo de criação da Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa Verde, partindo da sugestão de criação de uma Unidade de Conservação (UC) no município de Rio Grande, RS, até sua criação legal, em 2005. Trata-se de uma descrição deste processo e reflexão sobre a participação e o envolvimento da comunidade, o papel dos principais atores sociais envolvidos e os conflitos de uso existentes nessa área, trazendo à tona a importância da EA na concretização dos objetivos da UC. Justifica-se essa escolha por perceber-se que a área, embora de extrema importância para a região, não se consolidou de fato, mesmo depois de muitos anos de discussões e da criação legal. A pesquisa pode ser caracterizada como qualitativa, enfocando os sujeitos que construíram o processo nas instituições e aqueles que vivem a realidade local, por meio de uma abordagem de “estudo de caso”. Para a obtenção dos dados, foi utilizada a análise teórico-documental, realizada por meio da consulta de material bibliográfico como atas, ofícios, relatórios e outros documentos existentes sobre o processo; e a entrevista semi-estruturada. Na análise dos dados foi utilizada a técnica denominada “Análise de Conteúdo”, escolhida pela sua possibilidade de imersão e diálogo com o material da análise e também de compreensão construída através da escrita. O estudo direcionou-se para duas categorias principais. A primeira categoria, “APA da Lagoa Verde: entre a proposta de criação e a lei que a institui, um longo percurso”, apresenta as subcategorias Atores envolvidos no processo; Impactos e conflitos ambientais e Percurso do processo de criação. Nessa categoria, a reflexão dirige-se para o relacionamento entre o ser humano e o seu ambiente, passando pelos conflitos, pelos impactos, pela burocracia que muitas vezes impediu o andamento do processo e pela descrição da criação da APA da Lagoa Verde, identificando, ao longo dessa descrição, os principais atores sociais envolvidos. A segunda categoria, “O envolvimento da comunidade no processo: participação popular e governança”, apresenta as subcategorias Participação, Responsabilidade pela preservação e fiscalização, Percepções a respeito da área e Informação, divulgação e educação ambiental, onde foi identificada a abertura para o envolvimento da comunidade no processo. Nessa categoria também foram identificadas as percepções dos moradores com relação ao seu ambiente, ressaltando aspectos que podem ser aproveitados para a elaboração do Plano de Manejo da área. Finalmente, ressalta-se a necessidade de aproveitar a EA como mediadora do processo em sua continuidade, buscando o comprometimento dos indivíduos residentes no entorno da APA, já que são os principais responsáveis pela preservação do local por residirem lá, a partir de metodologias participativas; uma maior informação a respeito do local também se faz necessária e um trabalho consistente de EA em todo o município para deixar claro a importância da área na qualidade de vida da população e na manutenção da biodiversidade da região.
- ItemSubsídios para o Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro nos municípios costeiros do Estado do Rio Grande do Sul no contexto da Educação Ambiental.(2007) Leitzke, Clever Martins; Asmus, Milton LafourcadeEsta pesquisa buscou subsidiar futuras ações para o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro na região costeira do estado Rio Grande do Sul e que composta por 32 municípios, com base em indicadores socioeconômicos e de investigação junto aos órgãos municipais de meio ambiente. O mote nordeator dessa pesquisa é de como a Educação Ambiental poderia contribuir para o processo de gestão ambiental da zona costeira do Rio Grande do Sul. Adotamos no referencial teórico aquelas temáticas que poderiam contribuir para o entendimento da pesquisa, especificamente o Gerenciamento Costeiro Integrado, com destaque para o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro II. Adotou-se como critério de pesquisa, a investigação teórica-empírica com base em indicadores socioeconômicos e de investigação junto aos órgãos municipais de meio ambiente, encarregados de implementar o Plano Municipal de Meio Ambiente. Para tal adotamos os pressupostos da Educação Ambiental, como catalisador para o processo que visa despertar à preocupação individual e coletiva para a problemática ambiental. Entendemos que a Educação Ambiental possa contribuir para que se tenha êxito num processo de Gerenciamento Costeiro Integrado, mas esta não pode ser vista como uma panacéia. Percebemos que há a necessidade de que stakeholders tenham consciência da importância da gestão ambiental participativa para a região, e que a adoção de mecanismos de participação deverá atingir um grau significativo na busca da eqüidade e justiça social, econômica e ambiental, como também floresça a preocupação com os impactos sobre os ecossistemas dessa região. Também se pôde constatar o baixo nível de governança e de capital social, além é claro de problemas de ordem socioeconômica, tais como baixo nível de renda, altos índices de analfabetismo, e deficiências no saneamento básico. A sugestão é a de que cabe às instâncias governamentais municipais o papel de articulação entre os governos, a sociedade e o setor produtivo, embora se saiba dos reduzidos recursos financeiros e de pessoal qualificado, que atualmente as prefeituras apresentam.
