IE – Mestrado em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde (Dissertações)
URI permanente para esta coleçãohttps://rihomolog.furg.br/handle/1/2339
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- ItemCorpos, gêneros e sexualidades: um estudo com as equipes pedagógica e diretiva das escolas da região sul do RS(2010) Barros, Suzana da Conceição de; Ribeiro, Paula Regina CostaEsta dissertação tem, como objetivo, investigar como as questões referentes aos corpos, gêneros e sexualidade, vêm sendo faladas e articuladas pela equipe pedagógica e diretiva, das escolas do Ensino Fundamental e Médio dos municípios de Rio Grande, São José do Norte, Santa Vitória do Palmar e Chuí. Para tanto, analiso as narrativas desses/as profissionais que participaram do curso “Corpos, Gêneros e Sexualidades: questões possíveis para o currículo escolar”. Este curso fazia parte de um projeto financiado pelo MEC/SECAD, e foi organizado pelo Grupo de Pesquisa Sexualidade e Escola, o qual visava problematizar tais temáticas com cento e cinquenta profissionais da educação, da Região Sul, do Estado do Rio Grande do Sul. Dentre os/as participantes, notei a presença significativa de integrantes das equipes pedagógicas e diretivas das escolas, tais como: supervisores/as, orientadores/as, coordenadores/as, vice-diretores/as, assistentes sociais e psicólogos/as escolares – sendo estes os sujeitos envolvidos nesta pesquisa. Este trabalho fundamenta-se a partir dos campos teóricos dos Estudos Culturais, nas suas vertentes pós-estruturalistas, bem como algumas contribuições de Michel Foucault. Por este viés, entendo os corpos, os gêneros e as sexualidades enquanto construções sociais, históricas e culturais, produzidas pelas diversas instâncias sociais. Dentre essas instituições, considero que a escola tem uma papel de destaque. Para proceder a tal pesquisa, ancorei-me na investigação narrativa enquanto estratégia metodológica. Para a produção dos dados narrativos, realizei entrevistas semiestruturadas e a formação de dois grupos focais. No total, foram realizadas quatorze entrevistas com profissionais dessas equipes, sendo seis profissionais da região de Santa Vitória do Palmar e Chuí, e oito profissionais das regiões de Rio Grande e São José do Norte. Dentre os sujeitos de pesquisa havia um psicólogo e uma psicóloga, uma assistente social, uma supervisora escolar, uma coordenadora escolar, seis orientadoras educacionais e três vice-diretoras. Através da análise das narrativas desses/as profissionais, percebi que eles/as entendem que devem propiciar e facilitar que as discussões relacionadas a essas temáticas estejam presentes em suas escolas. No entanto, esses/as profissionais afirmam, que nas práticas escolares, as discussões relacionadas a essas temáticas são realizadas esporadicamente, apenas quando ocorrem “problemas” nas escolas, não estando presentes nos projetos político-pedagógicos da maioria delas. Além disso, notei que esses assuntos são discutidos com maior frequência nas disciplinas de Ciência e de Biologia. Desse modo, as discussões não são realizadas de maneira transversal nas escolas. Também foi possível verificar nas falas dos/as mesmos/as o quanto a escola vem atuando na constituição das identidades de gênero, ensinado gestos, estabelecendo proibições, reforçando os distintos lugares permitidos para meninos e meninas. Deste modo, considero importante discutir essas questões com esses/as profissionais, já que em suas escolas eles/a estão envolvidos na construção do currículo escolar, participando do processo de ensino-aprendizagem, contribuindo, portanto na constituição dos sujeitos.
