Universidade
Federal do Rio Grande
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ICB - Mestrado em Biologia de Ambientes Aquáticos Continentais (Dissertações)

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    Dimorfismo sexual e diversidade morfológica na cabeça de serpentes aquáticas e semiaquáticas revelados pela morfometria geométrica
    (2024) Oliveira, Miriam Duarte de; Gava, Adriana; Loebmann, Daniel
    Esta dissertação possui dois capítulos que buscaram explorar a variação morfológica na cabeça de três espécies de serpentes aquáticas e semiaquáticas que ocorrem no Extremo sul do Brasil. O primeiro manuscrito testou a presença de dimorfismo sexual no tamanho e forma da cabeça de Helicops infrataeniatus. Constatamos que a espécie é dimórfica em relação ao tamanho da cabeça nas vistas dorsal, lateral e ventral e a forma também varia entre os sexos nas vistas dorsal e ventral. Concluímos que grande parte da variação morfológica se dá devido à alometria, o que pode estar relacionado a divergências de nicho entre os sexos. Também avaliamos como a alometria está presente em cada sexo e descrevemos a variação da forma da cabeça ao longo do desenvolvimento ontogenético. Na segunda parte, fizemos comparações intra e interespecíficas avaliando espécimes de Erythrolamprus jaegeri coralliventris e Erythrolamprus poecilogyrus sublineatus. Na primeira espécie, a cabeça das fêmeas é maior que a dos machos na vista dorsal e lateral, enquanto que na segunda apenas a região ventral é maior nas fêmeas. Erythrolamprus poecilogyrus sublineatus é dimórfica considerando as três vistas da cabeça: a vista dorsal é relativamente mais comprida e estreita nas fêmeas, a vista lateral é mais quadrada e os olhos são proporcionalmente menores e na vista ventral a cabeça das fêmeas é mais larga do que a dos machos. A cabeça de E. j. coralliventris diverge entre os sexos apenas na vista dorsal onde o focinho dos machos é mais largo que o das fêmeas. As espécies diferem entre si nas três vistas em relação a morfologia, onde Erythrolamprus p. sublineatus tem a vista dorsal mais arredondada e curta, olhos e boca proporcionalmente menores do que Erythrolamprus j. coralliventris¸ o que pode estar relacionado ao modo de vida das espécies.
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    Toxicidade de herbicidas do grupo das Imidazolinonas em Pontederia crassipes Mart.
    (2024) Silva, Igor Alexander de Moura; Borella, Junior; Baccarin, Marcos Antonio
    A contaminação de ambientes aquáticos por herbicidas pode afetar organismos não alvo que desempenham papeis essenciais nesses ecossistemas, tais como macrófitas. As imidazolinonas, amplamente aplicadas no cultivo de arroz irrigado no Rio Grande do Sul desde a implementação do sistema Clearfield®, apresentam características (alta solubilidade e persistência) que promovem essa contaminação. Os herbicidas imidazolinonas inibem a enzima acetolactato sintase, interferindo na biossíntese de aminoácidos de cadeia ramificada (valina, leucina e isoleucina), levando à redução da biossíntese de proteínas e DNA, resultando na diminuição da divisão celular e na taxa de crescimento das plantas. No entanto, outros efeitos fisiológicos e bioquímicos também são frequentemente observados. O objetivo desse trabalho foi avaliar a toxicidade de herbicidas imidazolinonas em macrófitas, utilizando formulação comercial (imazapir + imazapique) e Pontederia crassipes Mart. (aguapé) como modelo biológico. Os efeitos do herbicida foram testados em dois experimentos distintos: no Experimento I foi avaliado a toxicidade visual das doses de 0.2, 0.5 e 1.0 mg L-1 e tratamento controle; no Experimento II foi avaliado efeitos bioquímicos e fisiológicos da dose 0.5 mg L-1 e tratamento controle. As plantas apresentaram sintomas de clorose e necrose, e tiveram o desenvolvimento de biomassa interrompido nas três doses utilizadas no experimento I. No experimento II, as plantas apresentaram insuficiência fotoquímica, prejudicando a assimilação de carbono e fotorrespiração. O herbicida também provocou o fechamento estomático, resultando em redução da condutância estomática e aumento da concentração intracelular de CO2. Esse efeito foi acompanhado por sintomas de estresse oxidativo e alterações no sistema de defesa observados tanto nas folhas quanto nas raízes. No entanto, ao contrário do esperado, as folhas maduras analisadas apresentaram um aumento na atividade da ALS após o tratamento com o herbicida. Esse resultado inesperado pode sugerir um mecanismo compensatório, onde o aumento da atividade da ALS nas folhas maduras poderia ser uma resposta à supressão da ALS nos tecidos novos. Assim, considerando os papéis vitais que P. crassipes desempenham ecossistemas aquáticos, a contaminação desses ambientes por IMI derivados das áreas de cultivo de arroz pode ter efeitos adversos em cadeia, afetando a biodiversidade, a estrutura do habitat e a qualidade da água.
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    Análise cientométrica da fitorremediação de ambientes de água doce utilizando macrófitas aquáticas
    (2022) Bueno, Saimon Branco; Zanette, Juliano; Barbosa, Fabiana Gonçalves; Hefler, Sônia Marisa
    A fitorremediação pode ser definida como o uso de plantas para a remoção de contaminantes do ambiente. Neste sentido, as macrófitas aquáticas são muito utilizadas. Estas plantas formam um grupo diversificado que apresenta grande variabilidade morfológica e está presentes em todos os habitats aquáticos. A cientometria é o estudo quantitativo da ciência, da comunicação na ciência e das políticas científicas preocupando-se principalmente com a dinâmica científica, analisando a produção, o consumo e a circulação da produção científica. A presente dissertação realizou um estudo cientométrico acerca da fitorremediação de ambientes de água doce através de macrófitas aquáticas, em um intervalo de tempo de 1990 até 2021, com o objetivo de responder as seguintes questões: i) O número de artigos acerca da fitorremediação de ambientes de água doce utilizando macrófitas aumentou ao longo do tempo? ii) Quais os países que mais publicaram acerca deste tema e quais características das colaborações entre eles? iii) Quais jornais que mais publicam sobre este tema? iv) Quais as tendências mais predominantes neste assunto? v) Quais são as macrófitas mais estudadas? vi) Quais os contaminantes mais testados? Utilizamos o software R, com o auxílio do pacote bibliometrix e o software VOSviewer. As análises mostraram um crescimento no número de publicações neste tema ao longo do tempo (R = 0,88). China, EUA, Índia e Brasil, foram os países que mais publicaram, onde a China, os EUA e a Índia foram os que mais realizaram colaborações internacionais. Brasil, Egipto e Arábia Saudita apresentam um grande potencial emergente sobre este tema, uma vez que mais de 60%, 64% e 87% das suas publicações ocorreram nos últimos três anos. O periódico “International Journal of Phytoremediation” foi o que mais publicou artigos neste intervalo de tempo. Analisando os artigos mais citados percebe-se uma predominância no estudo de metais pesados. As palavras-chave dos autores com maior ocorrência, “heavy metals” e “eichhornia crassipes” (denominada atualmente Pontederia crassipes) indicam uma dominância de estudos envolvendo metais pesados e essa macrófita. A maioria das plantas utilizadas foram dos ecótipos flutuante e emergente. O aguapé P. crassipes foi a macrófita mais utilizada, seguida da alface d’água Pistia stratiotes, da lentilha d’água Lemna minor, “common reed” Phragmites australis, e “common cattail” Typha latifolia. Os contaminantes inorgânicos foram mais avaliados do que os orgânicos, sendo representados principalmente por metais (especialmente chumbo, cobre, cádmio e zinco), seguido de nutrientes (especialmente nitrogênio e fósforo). Dentre os orgânicos, os mais testados foram os persistentes (POPs), representados principalmente por pesticidas. Os resultados apresentados podem ajudar pesquisadores e agências de fomento a se integrarem rapidamente acerca deste assunto, orientando o desenvolvimento de novos projetos e políticas ambientais.
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    Efeitos da contaminação por microplásticos na biomineralização do Gastrópode Pomacea canaliculata
    (2022) Lopes, Luiz Gustavo Alves; Souza, Marta Marques; Martins, Camila de Martinez Gaspar
    A problemática dos resíduos plásticos ganhou maior atenção nas últimas duas décadas devido à descoberta de diminutos fragmentos entre 1µm e 5mm, nomeados microplásticos (MPs), especialmente em ecossistemas aquáticos. A maior parte das investigações ainda ocorre nos ambientes aquáticos, com prevalência do ambiente marinho, embora pesquisas relacionadas a ecossistemas de água doce e terrestres estejam ganhando popularidade. Estudos com peixes e crustáceos sugerem desbalanço na homeostase iônica, causado por alterações na concentração e no transporte de íons após exposições a MPs, especialmente de cálcio. Para organismos calcificadores tal íon é essencial para o processo de biomineralização, que permite a fabricação de conchas e partes mineralizadas. Assim, o presente trabalho objetivou investigar os efeitos de MPs de polietileno (PE) em biomarcadores da biomineralização do gastrópode dulcícola Pomacea canaliculata, como atividades enzimáticas (Ca2+ATPase e anidrase carbônica) e concentração de cálcio, nos tecidos da borda do manto e da glândula digestiva e hemolinfa. Para tanto os animais foram expostos a 20 µg/L (MP) e água desclorada (CTR) em dois sets experimentais: (1) animais em condição fisiológica, por 24 e 72 h e (2) animais em condição de regeneração, por 72 e 120 h. Os resultados, em ambas as condições, indicaram que os MPs promovem alterações na concentração de cálcio hemolinfático e na atividade das enzimas Ca2+ATPase e anidrase carbônica, nos tecidos da borda do manto e da glândula digestiva. No primeiro set, não foram observados padrões nas respostas enzimáticas da glândula digestiva, enquanto a ativação das atividades enzimáticas na borda do manto sugerem a manutenção da calcificação. Para o segundo set as respostas sugerem captação de cálcio via alimentação, enquanto as reduções de atividades enzimáticas no manto sustentam a utilização de outra via para recuperar a área lesionada. Além disso, a presença de MPs aumentou a taxa de regeneração da concha de P. canaliculata, o que pode estar associado à tentativa de imobilização das partículas pela calcificação, embora o mecanismo permaneça incerto. Por fim, podemos afirmar que (20 µg/L) MPs de PE foram capazes de alterar a disponibilidade de cálcio da hemolinfa em ambos set experimentais, bem como aumentar as atividades enzimáticas envolvidas no processo de biomineralização, especialmente no manto dos animais sem lesão.
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    Variabilidade de longo-prazo (1997-2019) na abundância de juvenis da savelha Brevoortia pectinata (Jenyns, 1842) no estuário da Lagoa dos Patos e suas relações com fatores ambientais
    (2022) Gowert, Yan Gonçalves; Garcia, Alexandre Miranda
    Ecossistemas estuarinos estão sob a influência de distúrbios ambientais associados a processos continentais, atmosféricos e oceânicos que modificam a hidrodinâmica desse ambiente em diferentes escalas espaciais e temporais. O El Niño Oscilação Sul (ENOS) é um fenômeno climático natural que possui grande influência nesses sistemas ecológicos, incluindo impactos negativos em vários componentes da biota. Existe uma crescente necessidade de aprofundar o entendimento dos impactos do ENOS uma vez que esses eventos climáticos podem estar se tornando mais frequentes e intensos no atual cenário de aquecimento global. Um ambiente propício para investigar os efeitos do ENOS na biota estuarina é o estuário da Lagoa dos Patos (ELP), pois esse sistema faz parte do programa brasileiro de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD) e possui longas séries temporais de fatores abióticos e biológicos que permitem investigar os efeitos do fenômeno ENOS sobre a biota. Uma das espécies mais comuns nas zonas rasas (< 2m) do ELP é a savelha Brevoortia pectinata (Jenyns, 1842). É uma espécie de peixe marinho estuarina-dependente que utiliza o estuário para zona de berçário para alimentação e o nos estágios iniciais (larvas e juvenis) do seu desenvolvimento. A presente dissertação analisou uma longa série temporal (1997-2019) de dados mensais de fatores ambientais e da abundância de juvenis da B. pectinata nas zonas rasas do ELP visando responder as seguintes questões: (i) Existe relação entre a variabilidade de longo-prazo na abundância da espécie e de eventos ENOS (El Niño e La Niña) de diferentes intensidades? (ii) Quais as tendências interanuais de longo-prazo na abundância dos juvenis da espécie no estuário? Utilizamos modelos aditivos generalizados (GAM) para analisar as variações na abundância em relação aos fatores temporais (sazonal e interanual) e espaciais (longitude e latitude), bem como modelos para avaliar as relações com os fatores ambientais. A análise da tendência interanual mostrou um período de baixa abundância (1997-2001) seguido de um marcado aumento (2001 e 2008) e um período mais extenso de relativa estabilidade, com patamares comparativamente altos de abundância (2008-2019). Esse padrão geral variou espacialmente, havendo uma tendência significativa de aumento apenas na estação de coleta mais próxima da conexão do estuário com o mar. A temperatura, salinidade e o eventos El Niño (especialmente os mais intensos) foram as variáveis que melhor explicaram a variabilidade na abundância dos juvenis. Esses resultados mostram a suscetibilidade dos juvenis não apenas a fatores locais (temperatura e salinidade), mas também a fenômenos climáticos que influenciam a hidrologia desse sistema estuarino.
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    Distribuição potencial de espécies de Podostemaceae frente às mudanças climáticas
    (2022) Sena, Celomar Severo de; Schneck, Fabiana; Barbosa, Fabiana Gonçalves
    Mudanças climáticas representam uma importante ameaça para ecossistemas aquáticos, podendo levar à contração da distribuição geográfica das espécies e à perda da biodiversidade. A Modelagem de Nicho Ecológico (MNE) é uma importante ferramenta para antever os impactos das mudanças climáticas sobre as espécies, possibilitando também a adoção de estratégias de conservação. Macrófitas aquáticas exercem papéis ecológicos importantes em ambientes aquáticos; no entanto, tem sido pouco explorado os possíveis efeitos das mudanças climáticas na distribuição das espécies. Podostemaceae é uma família botânica estritamente aquática, restrita a ambientes lóticos, cujo ciclo de vida é diretamente relacionado ao ciclo hidrológico. O objetivo desta dissertação foi avaliar como diferentes cenários futuros de mudanças climáticas afetarão a distribuição potencial de cinco espécies de Podostemaceae pertencentes ao gênero Podostemum ocorrentes nas bacias sul-americanas do rio da Prata, Atlântico Sul e Atlântico Sudeste, sendo elas Podostemum comatum, P. distichum, P. irgangii, P. muelleri e P. rutifolium subsp. rutifolium. Elaboramos modelos para o presente e para dois períodos futuros, 2041-2060 (meio do século) e 2081-2100 (final do século) para cada espécie, com base em dois cenários socioeconômicos (SSP245 e SSP585) e em três modelos de circulação global (Canesm5, CNRM-M6-1 e miroc6), utilizando quatro técnicas de modelagem (Bioclim, Domain, Support Vector Machine e Random Forest) e biovariáveis climáticas, sendo os modelos posteriormente combinados. Os modelos consenso indicaram grande redução da distribuição potencial futura das espécies de Podostemum, principalmente no cenário SSP585 ao final do século. Podostemum irgangii apresentou a distribuição mais restrita no presente e a maior redução de distribuição potencial no futuro, com a perda, ao final do século, de 64% (SSP245) ou 94,5% (SSP585) da área climaticamente adequada para sua ocorrência. Apesar das reduções, uma área de planalto situada no estado de Santa Catarina mostrou-se adequada para todas as espécies, possuindo potencial como refúgio climático no futuro. A proteção desta área, juntamente com outras medidas de manutenção de ambientes lóticos é necessária para a permanência de espécies de Podostemum.
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    Diversidade, estrutura genética e variação morfológica em Cichlasoma portalegrense (Cichliformes, Cichlidae) da região Costeira do Rio Grande do Sul
    (2022) Pintado, Tamires Pereira; Gava, Adriana
    Pertencente à família Cichlidae, à subfamília Cichlinae e à tribo Cichlasomatini, a espécie Cichlasoma portalegrense está distribuída na bacia hidrográfica do Rio Tramandaí e nas bacias associadas à Laguna dos Patos, localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS). Dentro dessas bacias a espécie é encontrada em corpos d'água lênticos e lóticos. O objetivo deste estudo foi usar marcadores mitocondriais e morfometria geométrica para investigar os níveis de diversidade, estrutura genética e diferenças de forma entre as populações de C. portalegrense. Para isso, amplificamos fragmentos dos marcadores Citocromo b (Cyt-b), Citocromo C oxidase subunidade I (COI) e D-Loop para 101, 101 e 100 espécimes respectivamente, amostrados em nove localidades. Após, os amplicons foram sequenciados e foram realizadas as análises filogenéticas para os marcadores individualmente e para os três marcadores concatenados. As variações de forma foram analisadas para 114 espécimes (74 fêmeas) e (40 machos) coletados em 12 localidades por meio dos métodos morfométricos geométricos. Nosso resultados indicaram que 1) a amostra exibiu altos valores relativos de diversidade haplotípica com baixa divergência de nucleotídeos entre os haplótipos; 2) o padrão espaço temporal de diversidade é do tipo estrelado, com haplótipos únicos na maioria das populações (Cyt-B e COI, principalmente); 3) as populações são geneticamente similares, resultando em uma politomia sem exibição de monofilia recíproca; 4) a despeito da similaridade genética, detectamos estruturação significativa, tanto entre populações como entre bacias hidrográficas, principalmente no marcador D-loop que exibiu diferenças fixadas entre as populações ao norte do estuário da Laguna dos Patos e a população ao sul (Hermenegildo); 5) indícios de diferenciação na forma, mas sem agrupamento claro das populações do norte e do sul, como encontrado no cenário para os marcadores neutros. Embora não seja possível indicar relação direta entre a geocronologia da gênese da planície costeira do Rio Grande do Sul com as diferenças genéticas das populações analisadas, as populações mais diferenciadas são aquelas do norte e sul que ocupam os terrenos mais recentes da barreira pleistocênica III e da barreira holocênica IV.
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    Relação entre o uso antrópico do solo e a ocorrência de metaistraço em serpentes simpátricas da Planície Costeira do Rio Grande do Sul
    (2022) Mendes, Vinícius; Loebmann, Daniel; Quintela, Fernando Marques
    As áreas úmidas são ecossistemas de suma importância biológica e econômica, tornando-as atrativas para as populações humanas. Entretanto estas áreas sofrem com pressões antrópicas, em especial a introdução de contaminantes. Elementos como os metais pesados e metaloides frequentemente exibem grandes danos à biota e, quando as atividades antrópicas elevam suas concentrações em ambientes naturais, podem ser incorporados pela cadeia trófica e muitas vezes são bioacumulados por organismos que ocupam níveis tróficos mais elevados. Dentre estes elementos, destacam-se o arsênio (As), cádmio (Cd), chumbo (Pb) e mercúrio (Hg), os quais são frequentemente encontrados em efluentes industriais e defensivos agrícolas. Serpentes já foram indicadas como potenciais bioindicadores para a situação dos elementos-traço em ambientes naturais, dada sua posição na cadeia trófica, sua história natural e outras características. Dito isso, o presente estudo teve com objetivos: (1) Verificar a relação entre a concentração de As, Hg, Pb e Cd nos tecidos de Helicops infrataeniatus e o uso do solo em três áreas distintas: o Distrito Industrial de Rio Grande, área sob influência da atividade industrial; a localidade de Santa Izabel do Sul, sob influência agrícola; e uma unidade de conservação, a Estação Ecológica do Taim; (2) verificar a variação interespecífica das concentrações de As, Hg, Pb e Cd em quatro espécies de serpentes coletadas no município de Rio Grande e (3) avaliar a correlação entre o tamanho corporal dos indivíduos e as concentrações de As, Hg, Pb e Cd encontradas nos mesmos. Os metais foram mensurados em amostras de fígado e tecido muscular. As concentrações dos metais-traço em H. infrataeniatus não variaram significativamente entre as diferentes localidades. Como estas estão inseridas em uma mesma formação, a Planície Costeira do Rio Grande do Sul, é possível que a composição geoquímica da formação seja um fator mais importante do que o uso antrópico do solo para as concentrações de elementos-traço. Quanto ao estudo interespecífico, também não houve variação significativa entre as espécies, indicando que a comunidade estaria exposta de maneira uniforme. No entanto, três correlações negativas foram encontradas em serpentes do gênero Erythrolamprus. Portanto, uma potencial variação ontogenética na dieta ou uso de habitat poderia ter certa influência na exposição aos elementos.
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    Aspectos reprodutivos do camarão-rosa Penaeus brasiliensis (Decapoda: Penaeidae) no sudeste do Brasil
    (2022) Bernabé, Caroline Vettorazzi; Varela Junior, Antonio Sergio; Lavander, Henrique David
    Os camarões-rosa Penaeus brasiliensis (Latreille, 1817) e Penaeus paulensis (PérezFarfante, 1967) são intensamente pescados na região sudeste do Brasil. A exploração sustentável desse recurso ainda é um grande desafio para os gestores, devido à escassez de dados disponíveis e da incerteza da efetividade da atual legislação. O presente estudo buscou avaliar durante 12 meses (abril/2019 a fevereiro/2020 e março/2021) a dinâmica reprodutiva do camarão-rosa P. brasiliensis capturado no sul do Espírito Santo, região sudeste do Brasil. Os espécimes foram capturados através da pesca artesanal com redes de arrasto realizadas nas zonas costeira e estuarina nos municípios de Anchieta, Piúma e Itapemirim. Foram amostrados 304 espécimes, destes 158 eram machos (51,97%) e 146 eram fêmeas (48,03%), o que representa uma proporção sexual de 1,1:1 (macho: fêmea) do total amostrado. Em relação aos comprimentos total (CT) e do cefalotórax (CC) e peso total (PT), as fêmeas foram significativamente maiores do que os machos em relação a todas as variáveis analisadas (P < 0,05). As análises macroscópica e microscópica dos ovários permitiram identificar cinco diferentes estágios de desenvolvimento ovariano: imaturo (I), maturação inicial (II), maturação avançada (III), maturo (IV) e desovado (V). O índice gonadossomático (IGS) juntamente com a distribuição dos estágios maturacionais, sugerem que o período reprodutivo do camarão-rosa se estende de fevereiro até maio, não ocorrendo atividade reprodutiva nos meses de dezembro e janeiro. A maior frequência de fêmeas maturas foram observadas nos meses de março e abril. O comprimento de primeira maturação sexual das fêmeas (L50) foi estimado em 132,0 mm de CT e 29,5 mm de CC. A temperatura da água variou de 21,9 a 25,8 ºC ao longo do período amostral, sendo que as temperaturas mais elevadas coincidem com pico reprodutivo da espécie. Já a pluviosidade ocorreu com maior intensidade nos meses de novembro a janeiro, período relacionado ao recrutamento sexual da espécie, sendo que nos meses subsequentes, março e abril, irão se reproduzir. Estes resultados ajudam a esclarecer e compreender melhor os aspetos reprodutivos e populacionais do camarão-rosa P. brasiliensis, que são fundamentais para o estabelecimento de medidas de gestão e conservação deste recurso.
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    Variação espacial do bacterioplâncton e fitoplâncton na Lagoa Mirim - RS
    (2022) Moraes, Andréa Luiza de Mattos de; Albertoni, Edélti Faria; They, Ng Haig
    Os ecossistemas aquáticos rasos apresentam em geral uma alta produtividade primária, ampla diversidade de hábitats e importante papel ecológico para a manutenção de diversas formas de vida. A heterogeneidade ambiental é fundamental para a estrutura e dinâmica dos ecossistemas. O fitoplâncton e o bacterioplâncton são grupos de organismos chave no ciclo do carbono. Além do importante papel que desempenham nos processos biológicos, essas comunidades apresentam diferentes características, interações e associações dependendo das condições tróficas dos ambientes. Ambas as comunidades podem ser classificadas a partir de abordagens funcionais. A dissertação teve como objetivo (I) avaliar a heterogeneidade ambiental ao longo de um gradiente longitudinal em uma lagoa rasa subtropical e (II) analisar se a heterogeneidade ambiental tem efeito sobre a diversidade taxonômica e funcional do bacterioplâncton e fitoplâncton. Para testar os objetivos, foram amostradas três regiões ao longo do gradiente longitudinal na margem brasileira da lagoa Mirim: norte, centro e sul em 05/09/2019. Em cada região foram medidas in situ a temperatura, pH e condutividade. Foram coletadas amostras de água, para análises das variáveis ambientais (fósforo total, nitrogênio total, carbono orgânico dissolvido, turbidez, oxigênio dissolvido, clorofila a e carboidratos). Para o fitoplâncton foram realizadas análises quantitativas em câmara de sedimentação de Utermhöl e qualitativas, a partir da classificação taxonômica e funcional, estimando-se a densidade, biomassa e biovolume. Para o bacterioplâncton foram confeccionadas lâminas semipermanentes, classificação dos morfotipos, densidade, biomassa, biovolume, respiração bacteriana e perfil de oxidação de substratos orgânicos. A lagoa Mirim apresentou heterogeneidade de poucas variáveis ambientais no gradiente estudado, em virtude disso, o fitoplâncton e bacterioplâncton respondem de formas distintas às condições ambientais locais. Poucos estudos nesta linha de pesquisa vêm sendo realizados na região subtropical e a abordagem simultânea das comunidades também são escassos. Desta forma, o presente estudo contribui para preencher essa lacuna. O trabalho desenvolvido deixa uma série de perguntas a serem respondidas em futuras pesquisas, como investigações da taxonomia e dos grupos funcionais em escalas temporais diferenciadas, avaliando o papel das diferentes variáveis ambientais na estrutura e função das comunidades planctônicas avaliadas.